Chamada de artigos – Cadernos do CEOM n. 64 “História Rural em Debate”
Chamada de artigos – Cadernos do CEOM n. 64 “História Rural em Debate”
Para a edição n. 64, referente ao primeiro semestre de 2026, serão recebidos artigos inéditos para o dossiê temático História Rural em Debate”.
Ementa: Durante a maioria de sua história, o Brasil foi um país predominantemente agrário. Entretanto, o pensamento industrialista consagrado durante o século XX fez com que o rural fosse associado ao atraso. Pensadores como Celso Furtado, Alberto Passos Guimarães e outros estudiosos atrelaram as ideias de urbanização, industrialização e o moderno. O mundo rural, ora considerado feudal, ora capitalista desde o início, foi representado como resquícios do passado, em uma lógica em que o futuro era a dimensão temporal mais valorizada. Diante disto, a história urbana também tendeu a receber mais enfoques historiográficos, tornando o rural menos estudado. Não foram poucos, entretanto, os autores que consideraram aspectos relacionados com as culturas, desigualdades e outros aspectos da realidade agrária. Alberto Passos Guimarães (1964), em “Quatro séculos de latifúndio”, tratou sobre o sistema fundiário brasileiro. Antônio Cândido (1964) analisou a cultura e os meios de vida dos caipiras paulistas. Warren Dean (1977) considerou a expansão cafeeira na região de Rio Claro. Peter Eisenberg (1977) tratou da crise econômica do açúcar em Pernambuco. Estes dois últimos autores abraçaram os estudos monográficos, rompendo com os grandes esquemas explicativos generalistas. José de Souza Martins (1979) tratou da transição da escravidão para formas de trabalhos compulsórios, como colonato e parceria, considerando as transformações da legislação agrária. Maria Yedda Linhares e Francisco Carlos (1981) resgataram a produção e o comércio de produtos de subsistência, revelando uma economia negligenciada por pesquisadores preocupados em demasia com a agroexportação. Márcia Motta (1998) e Ligia Osório (2008) renovaram os estudos sobre a Lei de Terras de 1850, cada uma com a sua perspectiva. Embora tenha sido importante para a historiografia, os estudos sobre o rural no tempo foram secundarizados frente aos do espaço urbano. É exatamente visando dar voz aos historiadores interessados em destacar o mundo agrário que propomos esta coletânea. Serão abraçados estudos sobre o rural em suas múltiplas facetas regionais, temáticas sociais e temporais. Análises sobre as diferentes produções rurais, modos de vida do campo, relações proprietárias, culturas não-urbanas, estruturas fundiárias, grupos sociais rurais, relações de trabalho, desigualdades, hierarquias, créditos, dinâmicas jurídicas, paisagens agropastoris, políticas públicas para o universo agrário e outros assuntos relacionados com o contexto rural serão priorizados.
Organizadores/as do dossiê:
Dr. Pedro Parga Rodrigues UNESP
Dra. Leticia Maria Venson UFFS
O prazo limite para envio dos artigos é 1° de março de 2026.
Pedimos a gentileza de contribuir na divulgação desta chamada.
CENTRO DE MEMÓRIA DO OESTE DE SANTA CATARINA
CEOM/Unochapecó










