ALFABETIZAÇÃO BRASILEIRA

uma análise histórico-cultural

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22196/rp.v26i1.8051

Palavras-chave:

Alfabetização nos anos iniciais, Formação de alfabetizadores, Políticas e Programas de alfabetização.

Resumo

Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma investigação em andamento no grupo de pesquisa, cujo objetivo é analisar a alfabetização e seus caminhos históricos no contexto escolar brasileiro a partir de 2000. A metodologia toma como referência a revisão bibliográfica sobre a temática, por meio de busca por produções científicas no banco de teses da CAPES. O desenvolvimento da argumentação ocorre a partir do recorte histórico da institucionalização da alfabetização brasileira e dos Programas de Formação de Alfabetizadores realizados de 2000 a 2021, no Brasil. A análise foi realizada com base nos pressupostos teórico-metodológicos da perspectiva histórico-cultural, opção teórica que possibilitou a reflexão crítica sobre a organização do processo de alfabetização. Os resultados apontam que a historicização sistemática da alfabetização brasileira teve início no momento da institucionalização de um espaço específico para o ensino da leitura e da escrita, fortemente debatido com a Proclamação da República. Ainda, destacamos que a formação do alfabetizador, no contexto atual, está intrinsecamente articulada aos programas de formação de alfabetizadores estruturados pelas reformas educativas do final dos anos 1990, decorrentes das políticas nacionais de controle pelo Estado, como demandas do neoliberalismo, cujos princípios centram-se na objetividade de controle dos índices das avaliações em larga escala.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maiara Vieira da Silva, Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Sou Maiara Vieira da Silva, professora da educação especial, pesquisadora dos aspectos alfabetizadores nas rodas de conversa da pré-escola além de diversas outras funções que me constituem enquanto sujeito."Se o saber que não vem da experiência não é realmente um saber" (VIGOTSKI, 1989), me desafio diariamente a experienciar a aquisição.

Jaine Lorivânia Neckel da Lorivânia Neckel da Silva, Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Sou Jaíne Lorivânia Neckel da Silva, professora e pesquisadora comprometida com a transformação da educação infantil, defendo uma abordagem humanizadora que respeita e valoriza as diversas culturas infantis. Minha jornada é marcada pela busca incessante por práticas pedagógicas que reconheçam as brincadeiras como promoção da singularidade de cada criança, respeitando suas origens, experiências e formas de expressão. Pois quanto mais a criança é encorajada a utilizar de suas brincadeiras para expandir seus conhecimentos, mais, ela estará sendo estimulada a produzir suas próprias experiências, sendo estas fundamentais para as bases em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, como Vigotski (2009, p. 10) agraciou em sua reflexão: “O mesmo ocorre com a marca deixada pela roda na terra fofa: forma-se uma trilha que fica as modificações produzidas pela roda, facilitando o seu deslocamento no futuro. De modo semelhante, em nosso cérebro, estímulos fortes ou que se repetem com frequência abrem novas trilhas.” As marcas das experiências brincantes na infância são alicerces fundamentais para que
toda criança se desenvolva

Referências

ALFERES, Marcia Aparecida. Formação continuada de professores alfabetizadores: uma análise crítica do programa Pró-Letramento. 2009. 155 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2009. Disponível em: https://ri.uepg.br/riuepg/handle/123456789/805. Acesso em: 20 jun. 2022.

ALMEIDA, Benedita de. A escrita na formação continuada de professoras alfabetizadoras: práticas de autoria. 2007. 280 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05102007-155154/. Acesso em: 13 set. 2023.

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6. ed. São Paulo, Hucitec, 1992.

BECALLI, Fernanda Zanetti. O ensino da leitura no programa de formação de professores alfabetizadores (PROFA). 2007. 251 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2007. Disponível em: https://sappg.ufes.br/tese_drupal/nometese_87_FERNANDA%20ZANETTI%20BECALLI.pdf. Acesso em: 13 jan. 2024.

BERTOLETTI, Estela Natalia Mantovani. Lourenço Filho, alfabetização e cartilhas: percurso e memória de uma pesquisa histórica. In: MORTATTI, Maria do Rosário Longo (org.). Alfabetização no Brasil: uma história de sua história. Cultura Acadêmica: Marília, 2001. p. 79-95. Disponível em: https://ebooks.marilia.unesp.br/index.php/lab_editorial/catalog/book/26. Acesso em: 25 set. 2023.

BIERKSTEKER, T. C. Alfabetização: uma individualização do ensino? Revista Olhar de Professor, Ponta Grossa: Editora da UEPG, v. 9, n. 2, p. 377-390, jul./dez. 2006. Disponível em: https://www.academia.edu/68517815/Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_e_pr%C3%A1tica_pedag%C3%B3gica?hb-sb-sw=81187313. Acesso em: 25 set. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Formação do professor alfabetizador: Caderno de apresentação. Brasília, DF: MEC, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/pacto-nacional-pela-alfabetizacao-na-idade-certa. Acesso em: 20 set. 2023.

BRASIL. Resolução CNE/CP Nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Brasília, DF, dez 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/208/04/RESOLUCAOCNE_CP222DEDEZEMBRODE2017.pdf. Acesso em: 12 set. 2021.

BRASLAVSKY, Berta. O método: panaceia, negação ou pedagogia? Caderno de pesquisa, São Paulo, n. 66, p. 41-48, 1988. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/1204. Acesso em: 12 set. 2021.

DUARTE, Newton. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tes/a/HjBQ9FYWL7RLp9v9ZWkN34p/. Acesso em: 21 jul. 2022.

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.

GATTI, Bernadete; BARRETO, Elba Siqueira de Sá. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília, DF: Unesco, 2009.

GONÇALVES. Fernanda Cargnin. Alfabetização sob o olhar dos alfabetizadores: um estudo sobre essencialidades, valorações, fundamentos e ações no ensino da escrita na escola. 2011. 281 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011. Disponível em: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/95945. Acesso em: 20 jul. 2022.

GONTIJO, Cláudia Maria Mendes. O processo de alfabetização: novas contribuições. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

LUCIO, Elizabeth Orofino. Tecendo os fios da rede o programa Pró-Letramento e a tutoria na formação continuada de professores alfabetizadores da educação básica. 2010. 299 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: https://manualzilla.com/doc/6085555/tecendo-os-fios-da-rede---faculdade-de-educa%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 30 jun. 2022.

MARTINS, Leoneide Maria Brito. Um estudo sobre a proposta para formação continuada de professores de leitura e escrita no programa Pró-Letramento: 2005/2009. 2010. 218 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista, Marília, 2010. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/handle/11449/104799. Acesso em: 10 ago. 2021

MAZZEU, Lidiane Teixeira Brasil. Formação continuada de professores: uma análise crítica sobre as perspectivas oficiais de capacitação docente. 2007. 200 f. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar) – Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2007. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/90328. Acesso em: 21 jun. 2023.

MONTEIRO, Fernanda Izidro. Professores Alfabetizadores: identidades, discursos e formação continuada. 2014. 135 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://ppge.educacao.ufrj.br/Disserta%C3%A7%C3%B5es2014/dfernandaizidro.pdf. Acesso em: 20 jun. 2023.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Os sentidos da alfabetização. São Paulo: Unesp, 2000.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. História dos métodos de alfabetização no Brasil. Brasília: Conferência proferida durante o Seminário "Alfabetização e letramento em debate", promovido pelo Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf_mortattihisttextalfbbr.pdf. Acesso em: 20jun. 2023.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Letrar é preciso, alfabetizar não basta... mais? In: SCHOLZE, Lia; ROSING, Tânia Mariza Kuchenbecker (org.). Teorias e práticas de letramento. Brasília, DF: INEP; Passo Fundo; EdUPF, 2007. p. 155-167. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/diversas/temas_da_educacao_basica/teorias_e_praticas_de_letramento.pdf. Acesso em: 20jun. 2021.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Brasil, 2091: notas sobre a “Política Nacional de Alfabetização”. OLHARES - Revista Eletrônica do Departamento de Educação da Unifesp, v. 7, n. 3, nov. 2019. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/olhares. Acesso em: 19 mar. 2021.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento Um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1998.

OLIVEIRA, Marineiva Moro Campos de. Concepções e fundamentos do pacto nacional pela alfabetização na idade certa e seus desdobramentos na formação de alfabetizadores na perspectiva de uma alfabetização emancipatória em Xaxim/SC. 2016. 181 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, 2016. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4192655. Acesso em: 19 mar. 2021.

OJA PERSICHETO, A. J. Concepções de uma professora alfabetizadora bem-sucedida sobre a alfabetização: contribuições para a prática docente. Revista Pedagógica, [S. l.], v. 24, n. 1, p. 1–18, 2022. DOI: 10.22196/rp.v24i1.7027.

PRESTES, Zoia. Quando não é quase a mesma coisa. Traduções de Lev Semionovitch Vigotski no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2012.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

SFORNI, M. S. F. Interação entre didática e teoria histórico cultural. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 40, v. 2 p. 375-397, abr./jun. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/Fx3RsNJtkq8QVxzXWCvYg6p/abstract/?lang=pt. Acesso em: 19 mar. 2021.

SILVA NETA, Orides Maria da. O tema alfabetização na legislação para formação de professores alfabetizadores no Brasil. 2008. 151 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/PUC_SP1_6e6ff1fa798fc01c5926f858c49c0f3c/Description. Acesso em: 19 mar. 2020.

SILVA, Rita de Cássia Angelo da; SOUZA, Priscila Daniele Fernandes Bezerra; MEDEIROS, Joseane Maria Araújo de. Programa Mais Alfabetização: criação de estratégias para a prática alfabetizadora. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CONEDU), 5., 2018, Olinda. Anais [...]. Olinda: Realize, 2018. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/48746. Acesso em: 20 mar. 2020.

SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: As Muitas Facetas. Revista Brasileira de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita, out. 2003.

SOUZA, Eliane Peres de. Formação continuada do professor alfabetizador nos cadernos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). 2014. 358 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/130952. Acesso em: 20 mar. 2020.

VIGOTSKI, Lev Semenovictch. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

Downloads

Publicado

2024-11-24

Como Citar

OLIVEIRA, M. M. C. de; SILVA, M. V. da; LORIVÂNIA NECKEL DA SILVA, J. L. N. da. ALFABETIZAÇÃO BRASILEIRA: uma análise histórico-cultural. Revista Pedagógica, [S. l.], v. 26, n. 1, p. e8051, 2024. DOI: 10.22196/rp.v26i1.8051. Disponível em: https://pegasus.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/8051. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê - Práticas Pedagógicas: elemento basilar às ambiências de aprendizagem