BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: a emergência de uma subjetividade competente
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v26i1.7517Palavras-chave:
BNCC , Competência, Currículo, Neoliberalismo, SubjetividadeResumo
Este trabalho tem como objetivo analisar em que medida a noção de competência apresentada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) compõe um campo de possibilidades para constituição de uma subjetividade que procura formar sujeitos competentes no bloco da alfabetização. O trabalho toma como campo teórico-metodológico a perspectiva pós-estruturalista, com as teorizações produzidas por Michel Foucault, abordando a temática do currículo através da análise do conceito de competência na alfabetização, apresentado na Base Nacional Comum Curricular. Metodologicamente o estudo vem operando com as ferramentas teóricas analíticas, governamento biopolítico e discurso. Assim, a BNCC pelo fato de ser uma referência obrigatória na construção dos currículos escolares emerge como um documento que propõe práticas visíveis no gerenciamento das condutas dos sujeitos, que operam no âmbito das subjetividades neoliberais. Entende-se com esse estudo que, ao mesmo tempo que são delineados quais conhecimentos, atitudes ou performances devem ser privilegiados na composição dos currículos escolares, determinados tipos de sujeitos são constituídos no cenário contemporâneo.
Downloads
Referências
ANDRADE, Maria Carolina Pires. Base Nacional Comum e Novo Ensino Médio: expressões do empresariamento da educação de novo tipo em meio à crise orgânica do capitalismo brasileiro. 2020. 358 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de PósGraduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
ALVES, Alexandre, Klaus, Viviane, LOUREIRO, Carine Bueira. Do sonho à realização: pedagogia empreendedora, empresariamento da educação e racionalidade neoliberal. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 47, e226115, 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília, 2017.
CAETANO, Maria Raquel. A Base Nacional Comum Curricular e os sujeitos que direcionam a política educacional brasileira. Contrapontos, Itajaí, vol.19, n.2, p.132- 141, jan-dez. 2019.
CESAR, Maria Rita. (Des)governos: biopolítica, governamentalidade e educação contemporânea. ETD – Educação Temática. Digital, Campinas, v.12, n.1, p.224-241, jul./dez. 2010.
FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. 6.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 18. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2017.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. 24. ed. São Paulo: Loyola, 2014.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da Biopolítica. Curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, Michel. Tecnologias de Si. Revista Verve, 6: 321-360, PUC/ São Paulo, 2004.
FOUCAULT, Michel. Segurança, território e população. Curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes, 2008a.
GADELHA, Sylvio. Governamentalidade neoliberal, Teoria do Capital Humano e Empreendedorismo. Educação & Realidade, Porto Alegre: FACED/ UFRGS, v.34, n.2, maio/ago. 2009.
GARCIA, R. M. C. Determinantes das políticas educacionais no Brasil contemporâneo: risco à democracia? Revista Pedagógica, Chapecó, v. 22, p. 1-17, 2020.
GERHARDT, Cláudio; SANTAIANA, Rochelle da Silva. A BNCC como Estratégia de Governamento da educação Brasileira. 8º SBECE/5º SIECE | 25 a 27 de junho de 2019.
https://www.2019.sbece.com.br › downloadpublic
KLAUS, Viviane. Empresariamento da Educação em tempos de capitalismo flexível: análise de parcerias escola/empresa no RS. Educação Unisinos, São Leopoldo, v.21, n.3, set.-dez. 2017.
IHU ON LINE. Base Comum Curricular, um instrumento da biopolítica. Entrevista com o Silvio Gallo. EDIÇÃO 516 | 04 DEZEMBRO 2017.
https://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/7148-base-comum-curricular-um-instrumento-da-biopolitica.
LAVAL, Christian. A Escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Boitempo, 2019.
RAMOS, Luiza Olivia Lacerda, NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do. Competências Gerais da BNCC para os estudantes adolescentes dos Anos Finais do Ensino Fundamental: um estudo interpretativo para o desenvolvimento da aprendizagem. Revista Pedagógica, Revista do Programa de Pós-graduação em Educação da UnochapecóV.21, 2019.
SANTAIANA R. da S. Educação Integral no Brasil: a emergência do dispositivo de intersetorialidade. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 2015.
SILVA, Roberto Rafael Dias da. Educação, governamentalidade e neoliberalismo: contribuições foucaultianas para o estudo das políticas de currículo. Educação e Filosofia Uberlândia, v. 29, n. 57, p. 199 - 223, jan./jun. 2015.
TRAVERSINI, Clarice S.; MELLO, Darlize T. A Base Nacional Comum Curricular: olhares sobre os desafios da implementação do currículo nacional normativo em vigor no Brasil. Revista Textura, v.22, n. 50, p.3-18, abr/jun 2020.
VEIGA NETO, Alfredo. Didática e as experiências de sala de aula: uma visão pós-estruturalista. Educação e Realidade, v. 21, n. 2, 2017.
VEIGA-NETO, Alfredo. Educação e governamentalidade neoliberal: novos dispositivos, novas subjetividades. In: PORTOCARRERO, Vera; CASTELO BRANCO, Guilherme. (Org.), Retratos de Foucault. Rio de Janeiro: NAU,2000.
VEIGA-NETO, Alfredo. Governo ou Governamento. Currículo sem Fronteiras, v.5, jul/dez, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Estou ciente de que, em sendo aprovado, a publicação do artigo será no formato on-line no Portal de Periódicos da Unochapecó. Também tenho ciência de que há autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
A revista permite que o autor detenha os direitos autorais sem restrições, desde que contate a revista sempre que desejar republicar o artigo.
Do ponto de vista do Creative Commons, a Revista Pedagógica é de acesso aberto e irrestrito, porém não permitindo adaptações nos artigos, nem o uso comercial. Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.