BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR:
a emergência de uma subjetividade competente
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v26i1.7517Palavras-chave:
BNCC , Competência, Currículo, Neoliberalismo, SubjetividadeResumo
Este trabalho tem como objetivo analisar em que medida a noção de competência apresentada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) compõe um campo de possibilidades para constituição de uma subjetividade que procura formar sujeitos competentes no bloco da alfabetização. O trabalho toma como campo teórico-metodológico a perspectiva pós-estruturalista, com as teorizações produzidas por Michel Foucault, abordando a temática do currículo através da análise do conceito de competência na alfabetização, apresentado na Base Nacional Comum Curricular. Metodologicamente o estudo vem operando com as ferramentas teóricas analíticas, governamento biopolítico e discurso. Assim, a BNCC pelo fato de ser uma referência obrigatória na construção dos currículos escolares emerge como um documento que propõe práticas visíveis no gerenciamento das condutas dos sujeitos, que operam no âmbito das subjetividades neoliberais. Entende-se com esse estudo que, ao mesmo tempo que são delineados quais conhecimentos, atitudes ou performances devem ser privilegiados na composição dos currículos escolares, determinados tipos de sujeitos são constituídos no cenário contemporâneo.
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