AS MULHERES ZAPATISTAS DIANTE DO TEMPO
A arte decolonial como caminho para os estudos em Arte na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v22i0.6532Palavras-chave:
Decolonização dos Currículos, Ensino de Arte, Arte EducaçãoResumo
Considerando a necessidade de propostas educativas que dialogam de maneira horizontal e democrática com outras formas de saberes, o objetivo deste artigo é apresentar perspectivas de decolonização dos currículos escolares a partir da arte das mulheres zapatistas, que vivem nas montanhas do sudeste do México de maneira autônoma e anticapitalista. Entende-se que a história sempre foi contada sob a ótica colonizadora e pelos que detiveram o poder. Portanto, torna-se urgente legitimar a arte como um instrumento historiográfico que contribua significativamente para a construção da identidade latino-americana. A arte das mulheres zapatistas será apresentada enquanto aporte teórico para contribuir nos estudos de arte no Brasil, sob o contexto latino-americano, contemplando a Educação Básica. Este estudo apoia-se no conceito de Ecologia dos Saberes, do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos (2007), bem como no Epistemicídio, aprofundado por Sueli Carneiro (2005). Tal estudo foi inspirado nas vivências de uma das autoras no México, em 2017, quando conheceu o movimento e pode vislumbrar um outro mundo possível, um mundo onde caibam todos os outros.
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