O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO HUMANA NO ASSENTAMENTO ROSE: das ambiências do campo aos processos de constituição identitária
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v22i0.6509Palavras-chave:
Camponeses. Cultura. Identidades. SaberesResumo
Ampliamos o foco, abrimos o olhar, aguçamos os ouvidos, ajustamos o compasso e carregamos nas cores. Foi assim que afinamos nossos passos para caminhar com um grupo moradores de um assentamento de reforma agrária, o Assentamento Rose, na cidade de Santaluz, BA. O objetivo foi evidenciar as formas de organização dos povos campesinos na luta pela emancipação individual e coletiva, bem como tornar conhecidas importantes questões sociais, políticas e epistemológicas que permeiam os saberes e os processos formativos dos homens e mulheres do Assentamento Rose. Optamos por uma investigação de natureza qualitativa. O estudo de caso foi a estratégia investigativa escolhida para conduzir as análises. Já a etnografia visual foi método que organizou e conduziu a investigação, abrindo possibilidades de uso variado de técnicas para construção dos dados, dentre elas as narrativas orais e outras técnicas como entrevistas e grupos focais. Concluímos que, a partir do movimento teórico-conceitual empreendido foi possível ampliarmos nossos olhares para a constituição identitária dos assentados do Rose, seja nos planos social, educativo, cultural e sócio-político. Ao identificarmos os saberes partilhados e o processo de emancipação humana que ali existem, não restam dúvidas que o contexto de luta, o preconceito e a criminalização cotidiana que sofreram esses campesinos, fizeram surgir uma dinâmica de produção e autoprodução através da qual esses povos se afirmam pelo saber produzido, bem como se afirmam como um coletivo culturalmente organizado e produtivo.
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Referências
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ZICKS MUSICAL. Entrevista concedida aos investigadores. Assentamento Rose, Santaluz, BA, 2019.
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