Uma luta diária

Uma luta diária

Produção: Thaís Dutra | Supervisão: Eliane Taffarel

Ao ler o título desta reportagem, várias interpretações podem ser feitas em torno do tema central. A frase “uma luta diária” pode ser relacionada a vida, ao racismo, a homofobia, entre tantos outros temas. No entanto, hoje nossas protagonistas são mulheres e homens que atuam no combate ao machismo, à violência contra a mulher e à desigualdade de gêneros.

O machismo sempre existiu, porém com a internet, o assunto tomou maior proporção inclusive com discussões acaloradas. Saiu do âmbito restrito do mundo das feministas e atingiu as manchetes de jornais, televisão e mídias sociais. Saiu do ambiente familiar, do círculo de amigos e ganhou espaço no debate da sociedade. 

Berço da misoginia, ou seja, ódio ou aversão às mulheres, o machismo tem se perpetuado ao longo do tempo pela sociedade patriarcal. Suas ramificações estão presentes em toda parte, na família, na escola e no ambiente de trabalho. As atitudes machistas se apresentam camufladas de diversas formas como, por exemplo, nas propagandas de cervejas que colocam a figura feminina no patamar de objeto. 

Porém, é também no ambiente familiar onde se transmite essas heranças de geração em geração como frases ou trocadilhos de essência machista. São maneiras veladas de manter a desigualdade de gênero. Quem nunca ouviu a expressão “Segure sua cabrita que o meu bode está solto” ou “Se ele não passar o rodo é viado” ou ainda pior “A culpa é dela” tentando justificar o estupro pelo tamanho da saia ou a roupa que a mulher está vestindo. Assim, a sociedade segue aceitando que a sexualidade masculina é permitida e a sexualidade da mulher deve ser reprimida ou associada a vulgaridade. Outra crença ainda presente no meio social é sobre a cor azul estar fortemente atribuída ao menino e o rosa ao sexo feminino. Como se a cor determinasse mais ou menos masculinidade.

Lugar de mulher é onde ela quiser

As mulheres, e alguns homens também, têm enfrentado uma luta diária de combate ao machismo e a desigualdade de gênero. Assim, embora aos poucos, se percebem alguns pequenos avanços. A mulher do século XXI vem se destacando e ocupando cargos que, antigamente, eram restritos ao sexo masculino. A mulher, ao longo do tempo, vem buscando seu espaço na sociedade e mostrando seu poder. O termo empoderamento feminino retrata uma consciência coletiva, expressada por ações de fortalecimento das mulheres e equidade de gênero.  

Dentre os principais desejos do universo feminino está relacionado ao reconhecimento profissional. A mulher deixou o lar para se desafiar no mercado de trabalho. Algumas profissões escolhidas pelo público feminino são ocupações, até pouco tempo, totalmente masculinizadas como: caminhoneira, motorista de transporte coletivo, construção civil, mecânica automotiva  e até como patroa de CTG. 

A quantidade de mulheres com carteira de motorista aumentou, assim como a presença feminina nas funções de motorista de ônibus, caminhão e táxi. Para a caminhoneira Duda Nervis, o preconceito ainda é o maior empecilho para a expansão da profissão de motorista entre as mulheres. “Temos que provar diariamente que somos capazes. Eu nunca aceitei ganhar menos do que um homem, pois temos a mesma capacidade”, afirma Duda.

Duda Nervis, a primeira caminhoneira de Chapecó. Foto: arquivo pessoal.

Conforme o Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina (Detran SC), em Chapecó, o número de mulheres com carteira de habilitação na modalidade “C” que corresponde caminhão é de 36 mulheres. Para a categoria “E” que habilita a condução de veículos com dois reboques acoplados, somente 12, já para micro-ônibus e ônibus o número de mulheres se eleva para 89 condutoras.

Panorama atual de Chapecó em relação ao número de mulheres com habilitação:

Categoria de HabilitaçãoNúmero de Mulheres
Categoria “A”: motocicleta, ciclomotor e triciclo483
Categoria “B”: automóvel, caminhonete e utilitário24.610
Categoria “C”: caminhão 36
Categoria “D”: micro-ônibus e ônibus89
Categoria “E”: veículo com dois reboques acoplados12

Fonte: www.consultas.detrannet.sc.gov.br

A relação com o automóvel difere-se totalmente entre homens e mulheres. Segundo a psicóloga Juliana do Nascimento, as mulheres são tradicionalmente mais cuidadosas, pois cuidam dos filhos, cuidam dos detalhes do lar e estão mais atentas às regras. “Este comportamento de cuidadora eleva a percepção garantindo uma segurança das mulheres no volante”, destaca Juliana.

Por incentivo e convite do marido, Ana Silvia Blasi se tornou motorista de táxi. “Fiquei em dúvida mas depois resolvi encarar o desafio”, comenta Ana. E sobre o dia a dia no volante, a motorista responde com muito bom humor: “é uma das profissões mais interessantes e prazerosa, mas cansativa e estressante também”. Quando perguntada sobre quem dirige melhor entre o homem e a mulher, Ana destaca que a maioria dos clientes confiam mais na mulher, por serem mais cuidadosas e atenciosas.

Ana Silvia Blasi atua há 17 anos como taxista. Foto: arquivo pessoal.

Essa relação da mulher com o mundo automobilístico tem se estreitado. A gerente de uma oficina mecânica de Chapecó, Daiana Flávia da Fonseca, conta que tomou gosto pela mecânica com o pai. E quando questionada sobre a fama de machista no ambiente das oficinas mecânicas, ela prontamente responde “sou mais reconhecida que muito mecânico por aí. Tenho 19 anos de oficina”.

Daiana Flávia da Fonseca trabalha com mecânica desde os 16 anos de idade. Foto: arquivo pessoal.

Até o tradicionalismo gaúcho vem sofrendo mudanças na sua estrutura organizacional. Pela primeira vez, em 2020, uma mulher assume o posto mais alto da hierarquia do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) do Rio Grande do Sul. Depois de uma acirrada eleição entre Gilda Galeazzi e Elenir Winck e empate na urna, a disputa foi decidida de forma judicial, dando vitória a candidata mais velha, Gilda. Mesmo em uma organização tão tradicional, os ventos da modernidade já começaram a soprar nas entidades tradicionalistas trazendo para suas lideranças, apenas, mulheres como ocorreu em 2007 no CTG Porteira Aberta da cidade de São Miguel do Oeste, que entrou para a história com uma patronagem composta totalmente por mulheres, que venceu o preconceito na justiça e o reconhecimento da vitória na eleição. 

Já em Chapecó, a troca de um patrão por uma patroa ocorreu de forma pacífica. O CTG Herança Gaúcha é comandado por duas prendas, uma patroa e a uma vice-patroa. Suzana Xavier e Marize Pacheco são as primeiras mulheres no comando de um CTG em nossa cidade. Ainda que exista um crescente mover feminino dentro dos galpões, Suzana Xavier alerta que “vivemos em uma sociedade, ainda, machista e dentro do Movimento Tradicionalista Gaúcho não é diferente. É uma instituição com forte liderança masculina”.

Suzana Xavier e Marize Pacheco, liderança CTG Herança Gaúcha. Foto: arquivo pessoal.

A patroa Suzana destaca ainda que “a aceitação por parte dos membros da entidade tradicionalista foi natural. Acredito que ao longo dos meus trinta anos dedicados ao tradicionalismo de forma séria e comprometida tenha sido essencial para essa boa relação. Administrar um CTG e gerir pessoas é desafiante, pois precisamos contar com a cooperação voluntária dos participantes, mas procuro focar na parte boa”, finaliza Suzana.

A luta diária pela igualdade de gênero conta com alguns aliados, como a educação, seja na família ou na escola. Alguns pais ainda educam seus filhos no modelo tradicional, dizendo que carrinho, a bola são brinquedos de menino e que a menina deve brincar de boneca. A igualdade de gênero inicia na infância e faz diferença na sociedade como um todo, não apenas para as mulheres. Um exemplo, quando pensamos em igualdade de gênero, é o futebol. Será que o mundo da bola já evoluiu além das quatro linhas nessa questão?

A treinadora de futebol Nívia Bezerra pode falar com propriedade no assunto. Pioneira no comando da equipe masculina de futebol sub-13 da Chapecoense conta que no início de sua carreira sofreu preconceito por parte dos pais dos atletas. “Com trabalho comprovei a minha capacidade, conquistei a confiança dos pais e respaldo dos dirigentes do clube. Foi uma vitória!”, comemora ela.

“Sendo mulher tenho que provar duas vezes mais a minha capacidade comparada a um homem”, Nívia Bezerra.

Já em termos de equiparação salarial, a treinadora não se sente vitoriosa. Mesmo com a recente notícia, que movimentou as redes sociais no início deste mês, com o anúncio do presidente da CBF, Rogério Caboclo, de igualdade salarial entre homens e mulheres no futebol. Uma vitória no esporte que ainda está restrita à Seleção Brasileira. “Não deveria ter diferença salarial entre homens e mulheres, pois a cobrança de rendimento no trabalho é a mesma”, reforça Nívia.

Assédio Sexual 

Além da luta contra o machismo e a igualdade de gênero, as mulheres ainda enfrentam outras batalhas, como o assédio sexual. Existe uma linha tênue entre o elogio e o assédio. Aos poucos as mulheres estão percebendo essa diferença, mas por muito tempo se aceitou o assédio como um elogio.

O assédio sexual no trabalho, segundo a advogada Constitucionalista e Mestre em Direitos Fundamentais Caren Machado, diz respeito a uma “situação de hierarquia dentro do emprego onde o superior assedia a subordinada”, esclarece. Mas essa atitude inconveniente pode acontecer em qualquer lugar, na rua, no trabalho, na universidade ou em casa.

De acordo com um estudo conduzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o assédio sexual está intrinsecamente ligado com o sentimento de poder e, na maioria das vezes, acontece em sociedades em que a mulher é tratada como objeto sexual. Outro exemplo é o assédio sexual de rua, que pode ir desde sons e assobios, palavras ofensivas ou até abuso e violação sexual.

Engana-se quem pensa que o assédio só acontece em grandes centros urbanos ou em empresas. O esporte também pode ser campo de constrangimento sexual. No município de Pinhalzinho, em 2018, um treinador de futebol feminino foi indiciado por ter assediado uma de suas atletas, de 15 anos. Segundo reportagem da época, o treinador aproveitou-se da condição de superioridade hierárquica para obter favorecimento sexual. Marjorie (nome fictício), ex-atleta de futebol feminino de Chapecó, alerta que o assédio está presente na cidade também. “Existe assédio moral e sexual em atletas menores de idade. Eu já recebi mensagens e convites constrangedores, de madrugada, do treinador. O futebol é sujo em todos os sentidos”, desabafa.

Segundo o Delegado da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Chapecó (DPCAMI), José Airton Stang “o assédio sexual é um crime contra a dignidade sexual da vítima e é necessário vontade da ofendida em representar a queixa,  para então se tornar uma ação penal com investigação e processamento judicial do delito”.

O assédio é um crime previsto no art. 216-A do Código Penal e a denúncia pode ser realizada através do disque 180. Segundo a advogada Caren Machado, a palavra da vítima tem um grande peso, mas provas são necessárias para que a ação judicial seja levada adiante.

O machismo mata!

Existem vários tipos de violência contra a mulher. O desrespeito ao sexo feminino atinge várias esferas além da agressão física. Existe a violência moral, psicológica, sexual e patrimonial. “O ataque contra a integridade física é o mais conhecido devido a notoriedade dada pelos meios de comunicação”, afirma Caren Machado.

São 4.700 mulheres assassinadas por ano e aproximadamente 13 mortes por dia no país. Santa Catarina registrou 40 casos de feminicídios no ano passado. De acordo com os dados da DPCAMI de Chapecó, somente no ano de 2019, foram atendidos sete mil ocorrências. Foram abertos 800 inquéritos, expedidas 600 medidas protetivas de urgência e 31 prisões. Também houve o registro de dois casos de feminicídio.

O panorama de abusos, estupros, assédio sexual, violência e morte de mulheres vem se destacando de forma negativa no Brasil, que ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio, conforme dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Desde 2015 o Brasil alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu a Lei 13.104, que classifica o feminicídio como homicídio, reconhecendo o assassinato de uma mulher em função do gênero. O crime de homicídio prevê pena de seis a 20 anos de reclusão. No entanto, quando for caracterizado feminicídio ele é considerado hediondo e a punição é mais severa, parte de 12 anos de reclusão.

Antes da Lei do Feminicídio, uma outra lei foi criada. A Lei 11.340 conhecida como Lei Maria da Penha, considerada pela ONU a terceira melhor lei contra violência doméstica do mundo, foi sancionada em 7 de agosto de 2006. São 14 anos de uma conquista à favor das mulheres no tribunal. “Foi uma lei inovadora em muitos sentidos pois criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Percebe-se bom resultado, principalmente, em acusados de elevada classe social”, confirma a advogada Caren Machado.

Apesar de bons resultados, a lei ainda não é cumprida na totalidade. Alguns programas têm surgido a fim de contribuir com a diminuição dos casos de violência. Um deles é o Rede Catarina, um programa institucional da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) direcionado à prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher. “A Rede Catarina de Proteção à Mulher iniciou no ano de 2016, em Chapecó, com o intuito de fiscalizar as medidas protetivas das mulheres que sofreram violência doméstica”, explica a Tenente Débora da Silva, coordenadora da Rede Catarina em Chapecó.

A Rede Catarina abraça a vítima para que possa superar o ciclo de violência”, Tenente Débora.

Segundo Boletim Informativo da Rede Catarina no ano de 2019, 220 mulheres foram acompanhadas pelo programa e 8 descumprimentos de medidas protetivas foram registrados. Em 2020, até a data de 31 de agosto, 171 mulheres foram acompanhadas pelo programa e 9 boletins de descumprimento de medida protetiva. Houve uma pequena elevação no percentual de infrações, mas ainda considerado baixo, segundo a coordenadora da Rede Catarina. A tenente Débora destaca que “a pandemia pode ter contribuído para a desobediência dos homens por vários fatores como desemprego, aumento do consumo de álcool, entre outros”.

O aplicativo “botão do pânico” é instalado no celular da mulher.

Uma das medidas de proteção do programa Rede Catarina é o aplicativo do botão de pânico instalado no celular das mulheres que possuem medida protetiva. “Este aplicativo permite à vítima acionar o botão de pânico em caso de emergência envolvendo violência doméstica e familiar e por meio de georreferenciamento a viatura mais próxima desloca-se até o local da ocorrência”, explica a Tenente Débora.

Outro suporte oferecido são os encontros com a presença de profissionais de diversas áreas como assistente social, terapeutas comportamentais e psicológicos para trabalhar a essência da mulher. Da mesma forma, os homens agressores também são incluídos no programa. “É necessário reeducar o agressor e trabalhar a responsabilização do masculino”, reforça a Tenente.

 “É preciso reeducar o agressor”, Tenente Débora da Silva, coordenadora Rede Catarina em Chapecó.

Outra uma iniciativa que nasceu em Chapecó para ampliar as ações de cuidado às mulheres agredidas é o Projeto Renascer. “O projeto procura buscar bons exemplos de superação de mulheres que venceram o medo e a violência doméstica e que, hoje, servem de apoio à outras mulheres”, explica a Tenente Débora.

Durante o período de atuação da Rede Catarina, muitas mulheres foram resgatadas dos seus lares e mantidas em segurança. Uma dessas vítimas é Aline de Barros, agredida pelo marido e que precisou abandonar sua casa e lutar por liberdade. “O processo é longo e não é fácil. Exige muita força da mulher”, declara Aline à respeito do processo judicial contra o ex-parceiro. Em relação a Rede Catarina, Aline demonstra total gratidão, “sozinha eu era frágil mas com a Rede Catarina me senti protegida”.

Outra personagem desta reportagem, que gentilmente compartilhou sua luta diária contra as agressões do ex-marido, que sofria junto com os filhos, é Elaine dos Santos. “Todos os dias, quando se aproximava do horário dele sair do trabalho e ir pra casa eu já sabia que teria briga e humilhação”, diz Elaine. Uma mulher devastada pela violência e que um dia teve coragem de mudar o seu destino.

 “Fui ameaçada de morte”, Elaine dos Santos.

“Um dia voltei do trabalho e meu filho havia sido agredido pelo pai, não pensei duas vezes, chamei o Conselho Tutelar e junto chegou a Polícia Militar, que me ofereceu a Casa Abrigo para ficar em segurança com meus filhos. A Rede Catarina foi fundamental para minha reconstrução. As policiais foram anjos naquele momento  de dor e tristeza”,  finaliza Elaine.

Movimento “Eles por Elas” (He For She)

É um movimento global de solidariedade pela igualdade de gênero criado em 2014 e lançado nas Nações Unidas. Com o objetivo de engajar homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial e a construção de uma nova sociedade. O mês de setembro foi escolhido para reforçar esta campanha mundial criada pela ONU Mulheres e abraçada pela Polícia Militar de Chapecó. A equipe Rede Catarina de proteção à mulher realizou durante todo o mês várias ações de divulgação como panfletagem, depoimentos e fotos nas redes sociais de homens e mulheres solidários à causa.

Equipe Rede Catarina: Sargento Rudimar, Soldado Dayse, Soldado Siqueira e Soldado Natália Foto: divulgação.

A campanha foi aderida pela sociedade. O meio tradicionalista também se sensibilizou e se engajou na luta pela igualdade de gênero através do Instagram com a representatividade da 1ª Prenda Juvenil da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha, Andressa Schein. “Os problemas enfrentados na sociedade refletem também dentro das entidades tradicionalistas, por isso apoiamos campanhas como essa, que busca igualdade entre homens e mulheres”, afirma. 

Andressa Schein, 1ª Prenda Juvenil CBTG. Foto: arquivo pessoal.
Jornalista Felipe Kreusch. Foto: Rede Catarina.

Observando nossa sociedade podemos perceber que o mês de conscientização acabou, mas a luta não. A luta é diária!

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.