“NAS RUAS, NAS PRAÇAS, QUEM DISSE QUE SUMIU? AQUI ESTÁ PRESENTE O MOVIMENTO ESTUDANTIL"
por onde andam os estudantes que ocuparam as escolas em 2016?
DOI:
https://doi.org/10.22196/rp.v26i1.7700Palavras-chave:
Ocupações escolares, Território escolar, Movimento estudantil, juventudesResumo
O presente artigo é fruto da pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso como pré-requisito para obtenção do título de licenciado em Geografia, tendo como problema norteador se a participação dos estudantes nas ocupações escolares contribuiu e em que medida para a formação crítica dos sujeitos. O objetivo geral foi analisar a espacialização dos estudantes que ocuparam o Colégio Estadual Mário de Andrade em 2016, no município de Francisco Beltrão - Paraná, sendo que tal movimento fez parte da segunda onda de ocupações escolares do Brasil, tendo como pauta a luta contra a Medida Provisória (MP) 746/2016 condizente com a reforma do Ensino Médio e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016. Para isso, contextualizamos o processo que levou a ocupação das escolas, a partir de autores como Groppo (2018), Stoiev (2019), Martins (2018), Corso (2020) e David (2019), buscando caracterizar as ocupações escolares no município de Francisco Beltrão e depois à ocupação do colégio em questão. A pesquisa de caráter qualitativo, busca também abordar de que forma as tensões do território escolar, levaram a ação estudantil de ocupação na busca da defesa da escola pública. Para isso, realizamos levantamento bibliográfico e consulta as páginas criadas pelos estudantes em redes sociais, também oito entrevistas semiestruturadas com estudantes que ocuparam o colégio, analisando a partir delas e das experiências retratadas, se as ocupações influenciaram e de que forma a atual espacialização dos jovens, constatando que a partir do processo de ocupação e das experiências vividas, os secundaristas de 2016, trazem consigo, ação, aprendizados e relações que são retratadas no espaço que ocupam hoje.
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