MINORIAS ATIVAS E AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA INDISCIPLINA ESCOLAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22196/rp.v26i1.7514

Palavras-chave:

Influência social. Integração ensino-aprendizagem. Comportamento do educando.

Resumo

O artigo descreve as representações sociais dos estudantes do 9° ano sobre a indisciplina escolar. Os aportes teóricos utilizados foram as representações sociais (Moscovici, 2012), minorias ativas (Moscovici, 2011) e o desenvolvimento moral (Piaget, 1994). A metodologia quanti-qualitativa, com uso do software Alceste e posterior análise de conteúdo. As informações foram coletadas em duas etapas: a) entrevista (N=45) a estudantes de três colégios estaduais públicos da cidade de Ponta Grossa-PR; b) entrevista (N=07) a estudantes que se destacaram com características de minorias ativas do total de entrevistados, ambas seguindo roteiro com triagens hierárquicas sucessivas mediada por cartões relatando situações de indisciplina. Os resultados apontam que as minorias ativas apresentam estilos de comportamento de resistência, representações sociais que denunciam às normativas escolares e o status quo. As representações sociais das minorias ativas, alicerçadas na contestação e na resistência, pressupõem barreiras ao avanço do poder majoritário, quando questionam e insistem em mudanças no meio escolar, solicitando maior participação dos estudantes na constituição e aprimoramento das regras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriano Charles Ferreira , UEPG

Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Professor da Rede Estadual de Educação Básica (SEED-PR).

Ademir José Rosso, UEPG

Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Referências

AMARAL, Daniela Patti do; CASTRO, Marcela Moraes de. Educação moral e cívica: a retomada da obrigatoriedade pela agenda conservadora. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 50, n. 178, p. 1078-1096, out./dez. 2020.

ARAÚJO, Ulisses Ferreira de. Moralidade e indisciplina: uma leitura possível a partir do referencial piagetiano. In: AQUINO, Julio Groppa. (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

ASCH, Solomon Eliot. Opinions and Social Pressure. Scientific American, v. 193, n. 5, p. 31-35, 1955.

BARBOZA, Miriane da Silva Santos; CAMINO, Cleonice Pereira dos Santos. Teoria das minorias ativas. Psicologia & Sociedade, v. 26, n. 1, p. 245-247, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000100026. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/sjNVQjQXWHQfjpwWMH6W6PM/. Acesso em: 18 maio 2024.

BRASIL. Decreto nº 9.665, de 2 de janeiro de 2019. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da Educação.

CAMARGO, Brígido Vizeu. ALCESTE: um programa informático de análise quantitativa de dados textuais. In: MOREIRA, Antonia Silva Paredes.; CAMARGO, Brígido Vizeu.; JESUINO, Jorge Correia.; NÓBREGA, Sheva Maia da (org.). Perspectivas teórico-metodológicas em representações sociais. João Pessoa: Universitária – UFPB, 2005. cap. 17. p. 511-539. (Coleção Pensando O Cotidiano).

CHRISTINO, Maria Isabel Silveira. Disciplina e subjetividade na escola: a formação da virtude da obediência. 1999. 103 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, 1999.

DAYRELL, JUAREZ. A escola “faz” as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil. Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p. 1105-1128, out. 2007.

ESTRELA, Maria Teresa. Relação pedagógica, disciplina e indisciplina na aula. 3. ed. Porto: Porto Codex, 2002. (Coleção Ciências da Educação).

FERRARE, Joseph. A pesquisa educacional crítica pode ser “quantitativa”? In: APPLE, Michael Whitman; AU, Wayne.; GANDIN, Luís Armando. Educação crítica: análise internacional. Tradução de Vinícius Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 512-529.

FERREIRA, Adriano Charles. Tema quente, cabeça fria: representações sociais da indisciplina escolar pelos alunos concluintes do Ensino Fundamental. 2014, 215 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, 2014.

FREITAS, Lia Beatriz de Lucca. A moral na obra de Jean Piaget: um projeto inacabado. São Paulo: Cortez, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. 14ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

HERNANDEZ, Aline Reis Calvo.; ACCORSSI, Aline.; GUARESCHI, Pedrinho. Psicologia das Minorias Ativas: por uma Psicologia Política dissidente. Psicologia política, v. 13, n. 27, p. 383-387, maio./ago. 2013.

ILHA, Franciele Roos da Silva.; KRUG, Rodrigo de Rosso.; KRUG, Hugo Norberto. A experiência docente na prática de ensino/estágio curricular supervisionado em Educação Física dos acadêmicos do CEFD/UFSM (Currículo 1990). Revista Pedagógica, Chapecó, n. 22, p. 85-108. jan./jun. 2009. DOI: https://doi.org/10.22196/rp.v11i22.375. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/375. Acesso em: 18 maio 2024.

MILGRAM, Stanley. Behavioral Study Of Obedience. Journal of Abnormal and Social Psychology, v. 67, n. 4, p. 371-378, 1963. Disponível em: https://www.demenzemedicinagenerale.net/pdf/MilgramOriginalWork.pdf. Acesso em: 01 fev. 2023.

MOSCOVICI, Serge.; FAUCHEUX, Claude. Social influence, conformity bias and the study of active minorities. In: BERKOWITZ, Leonard (Org.). Advances in Experimental Social Psychology. New York: Academic Press. 1972. p. 149-202.

MOSCOVICI, Serge.; PÉREZ, Juan Antonio. A study of minorities as victims. European Journal of Social Psychology. v. 37, p. 725-746. 2007.

MOSCOVICI, Serge. Psicologia das minorias ativas. Petrópolis: Vozes, 2011.

MUGNY, Gabriel.; PÉREZ, Juan Antonio. The social psychology of minority influence. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

ORFALI, Birgitta. Active Minorities and Social Representations: Two Theories, One Epistemology. Journal for the Theory of Social Behaviour, v. 32, n. 4, p. 395-416, 2002.

PARRAT-DAYAN, Silvia. Como enfrentar a indisciplina na escola. São Paulo: Contexto, 2008.

PASSOS, Laurizete Ferragut. A indisciplina e o cotidiano escolar: novas abordagens, novos significados. In: AQUINO, Julio Roberto Groppa (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996. p.117-127.

PEREIRA, Antonio Igo Barreto.; BLUM, Vera Lúcia. Poder, resistência e indisciplina escolar: a perspectiva docente sobre os comportamentos transgressores dos alunos. Revista de Educação Pública. Cuiabá, v. 23, n. 54, p. 739-757. set./dez. 2014.

PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus, 1994.

RIBA, Maria Dolors.; MUGNY, Gabriel. Consistencia y rigidez de las minorías: reinterpretacion. Cuadernos de Psicología, v. 11, p. 37-56, 1981.

SHERIF, Muzafer. The Psychology of Social Norms. New York: Harper & Bros, 1936.

SILVA, Sonia Aparecida Ignacio. Valores na educação: o problema da compreensão e da operacionalização dos valores na pratica educativa. Petrópolis: Vozes, 1986.

TAVARES, Andrevaldo Glaidson Pereira. O professor diretor de turma como mediador do processo de ensino-aprendizagem. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 02, n. 27. jul./dez. 2011. DOI: https://doi.org/10.22196/rp.v13i27.1316. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/1316. Acesso em: 18 maio 2024.

VILARINHO, Lúcia Regina Goulart.; COSTA, Maria Beatriz Porciuncula Porangaba. Normas de convivência escolar: uma avaliação sob o olhar de alunos do Ensino Médio do CAp-UFRJ. Ensino Em Re-Vista, Uberlândia, v.26, n.3, p.631-655, set./dez. 2019.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1995.

Downloads

Publicado

2024-06-02

Como Citar

CHARLES FERREIRA, A.; JOSÉ ROSSO, A. MINORIAS ATIVAS E AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA INDISCIPLINA ESCOLAR. Revista Pedagógica, [S. l.], v. 26, n. 1, p. 1–25, 2024. DOI: 10.22196/rp.v26i1.7514. Disponível em: http://pegasus.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/7514. Acesso em: 6 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos Demanda Contínua