O FENÔMENO DA SECA E A MIGRAÇÃO RURAL-URBANA NO NORDESTE BRASILEIRO

Uma Realidade Concreta

Resumo

O artigo aborda a problemática da seca recorrente no Nordeste Brasileiro (NEB) e sua influência direta no processo de migração da população rural para os centros urbanos, especialmente entre 1950 e 2010. A pesquisa tem como objetivo analisar como os períodos prolongados de estiagem impactaram a permanência das populações no meio rural, impulsionando o êxodo em busca de melhores condições de vida. A abordagem teórico-conceitual baseia-se em autores como Suassuna, Silva, Gonçalves e Golgher, que discutem os efeitos da seca e a dinâmica migratória no contexto nordestino. Metodologicamente, a pesquisa se desenvolve por meio de revisão bibliográfica crítica e análise de dados secundários extraídos do IPEA, com foco nos censos populacionais do período estudado. Os dados foram tratados com base em estatística descritiva para evidenciar a transição populacional da zona rural para a urbana. Os resultados revelam uma correlação direta entre grandes períodos de seca e o aumento da migração definitiva, destacando que a seca, embora natural, torna-se um fenômeno social agravado pela ausência de políticas públicas eficazes de convivência com o semiárido. Conclui-se que a urbanização acelerada da região resultou da combinação entre vulnerabilidade climática, produtiva e institucional, exigindo um novo olhar para o planejamento regional e políticas estruturadas que considerem as especificidades ambientais e sociais do NEB.