DINÂMICA E CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO DE BOVINOS PARA AUTOCONSUMO EM SANTA CATARINA
DOI:
https://doi.org/10.22295/grifos.v30i54.5936Palavras-chave:
Bovinos, Autoconsumo, Agricultura familiar, Carne bovina, Segurança alimentarResumo
A produção de bovinos para autoconsumo representa importante fonte de alimentos e de renda para mais de 50 mil agricultores catarinenses, gerando um valor bruto anual de R$223 milhões. Apesar da relevância econômica e social, há poucos estudos sobre o tema que não é abrangido pela maioria das estatísticas oficiais. Este artigo apresenta uma análise exploratória dos abates de bovinos para autoconsumo em Santa Catarina entre 2010 e 2019, identificando as principais características e avaliando as mudanças ocorridas no período. Foram utilizados dados do cadastro de produtores e animais junto ao órgão de defesa agropecuária do estado. Verificou-se que, em 2010, o autoconsumo representava 17,7% do total de bovinos abatidos em Santa Catarina, índice que caiu para 13,5% em 2019. Observou-se predominância no abate de machos (52,3% em 2019), embora a participação de fêmeas tenha crescido entre 2014 e 2019. Quanto à idade, há concentração de abate de animais acima de 36 meses (38,6% em 2019), seguida por animais de 13 a 24 meses (32,0%). A Mesorregião Oeste Catarinense foi responsável por 67,7% dos abates realizados em 2019, embora concentre apenas 47,4% do rebanho bovino estadual. O mês de maior ocorrência de abates é dezembro, seguido por abril, coincidindo com as festas de final de ano e a Páscoa, respectivamente. É possível afirmar que, não obstante a baixa visibilidade, o abate de bovinos para autoconsumo tem relevância econômica e social no meio rural catarinense, ainda que com diferenças regionais e variações sazonais.
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