Mediações e representações em conflito na luta pela terra entre indígenas e agricultores no norte do Rio Grande do Sul, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22295/grifos.v26i42.3858Resumo
Na última década, na região norte do Rio Grande do Sul, constituíram-se dezenas de reivindicações de novas terras indígenas em locais de colonização centenária de agricultores familiares. Os conflitos decorrentes deste contexto extrapolam o binômio, historicamente constituído, da luta entre latifúndio/agronegócio versus sem-terra/pequenos agricultores e, consequentemente, provocando a reconfiguração da atuação dos movimentos sociais do campo, principalmente a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf ) que, historicamente, se articulavam ideológica e programaticamente com as causas indigenistas, entidades e movimentos que as representavam. Movimentos que, historicamente, se encontravam no mesmo campo de luta, agora se veem em campos distintos. O presente artigo, utilizando fontes documentais, bibliografias e en-trevistas, analisa os dilemas enfrentados por estes sujeitos, a forma como reformulam suas práticas discursivas e reconfiguram suas atuações junto a suas bases e no conjunto da sociedade para melhor se adaptar a essa nova realidade.
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