REGIMES ALIMENTARES E O DELINEAMENTO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO BRASIL: RESISTÊNCIAS E CONTRAMOVIMENTOS
DOI:
https://doi.org/10.22295/grifos.v32i60.7325Palabras clave:
Regimes alimentares. Segurança alimentar e nutricional. Sindemia global. Transição alimentar e nutricional.Resumen
Sob a perspectiva ideológica neoliberal da globalização e do Estado mínimo, a alimentação, o mercado de terras e as empresas agroalimentares têm sido compreendidas meramente como instrumentos financeiros, impactando negativamente sobre a sustentabilidade do sistema agroalimentar, e consequentemente sobre o meio ambiente e saúde da população, que tem acesso à uma alimentação cada vez mais restrita e monótona. Desde 1870 sucessivos regimes alimentares, intervalando hegemonia britânica e norte americana, vêm definindo os padrões de produção e consumo de alimentos para todo o mundo, ou, ao menos, padrões dominantes. Logo, a interação simultânea entre as pandemias de obesidade, desnutrição e mudanças climáticas evidenciam as principais consequências da defasagem da Segurança Alimentar e Nutricional - SAN percebida globalmente. As redes alimentares alternativas apresentam-se neste contexto como contramovimentos ao modelo de produção e consumo hegemônico. Por fim, a abordagem de diversificação dos meios de vida demonstra-se essencial no desdobramento de estudos acerca do mundo rural, uma vez que a capacidade de diversificação econômica e empreendedora presente na agricultura familiar apresentam amplo potencial de contribuição na compreensão do desenvolvimento rural e regional como um todo.
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