TERRITORIALIZAÇÃO DAS FEIRAS DE AGRICULTURA FAMILIAR EM SANTA CATARINA: UMA PROMESSA AINDA NÃO CUMPRIDA

Authors

  • Estevan Felipe Pizarro Muñoz UFSC
  • Cléber José Bosetti
  • Zilma Isabel Peixer
  • Eduardo Ramos Kuznier

DOI:

https://doi.org/10.22295/grifos.v32i60.6966

Keywords:

Mercados; Feiras; Territórios; Circuitos curtos de comercialização de alimentos.

Abstract

As interações da agricultura familiar (AF) com os mercados se constituem num dos pontos nevrálgicos das suas organizações socioeconômicas. É este o contexto do presente artigo que objetiva compreender de que maneira os componentes territoriais interferem na edificação das feiras da AF em três regiões distintas no Estado de Santa Catarina - Oeste, Serra e Litoral - nos quais a trajetória histórica e econômica é diferenciada. Por meio de uma abordagem institucional dos mercados, buscou-se analisar os territórios selecionados durante agosto de 2020 a maio de 2021. Os dados primários foram obtidos através de entrevistas com diferentes agentes públicos de cada um dos municípios da amostra. Os dados secundários (estrutura fundiária, IDHM, PIB per capita, demografia) foram obtidos nas bases de dados do IBGE. Para a análise dos dados, a pesquisa utilizou-se da estatística descritiva, da correlação linear e da regressão linear simples. Os principais resultados demonstram que há correlações entre a configuração socioeconômica e territorial com as dinâmicas das Feiras da AF. Assim, embora a AF seja um componente importante na economia catarinense, a mesma nem sempre é valorizada. Isso contrasta com as identidades culturais articuladas no Estado, configurando uma promessa ainda não concretizada, mas, ao mesmo tempo, se apresentando como um potencial de autonomia e de desenvolvimento rural.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AFONSO, J. F. Introdução à econometria. Maringá: UNICESUMAR, 2019, 251 p.

AZEVEDO, P. F. Emergência de instituições de mercado: a criação de mercados como política para a agricultura: In: MARQUES, F.C.; CONTERATO, M.; SCHNEIDER, S. Construção de mercados e agricultura familiar: Desafios para o desenvolvimento rural. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2016, 416 p.

BONOMELLI, V.; ROUDART, L. Quels effets des circuits courts de commercialisation sur les moyens d’existence des agriculteurs familiaux ? Le cas d’une foire paysanne à Quito (Équateur). Économie Rurale. Paris. n. 367, p. 95–111, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.4000/economierurale.6599. Acesso em 13 de mar.2021.

BOSETTI, C. J.; MARTINS, E. M.; PEIXER, Z. I. Agrário da região serrana nas últimas décadas In: STOLBERG, J.; LEITE, N. K.; GOERL, R. F. Estudos socioambientais sobre o planalto catarinense. Florianópolis: Editora Insular, 2020. 129p.

BOSETTI, C. J. A territorialização do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em Santa Catarina (2009-2018). Grifos. Chapecó. V.31. n. 55, p 101 - 120; 2021. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/grifos/article/view/5518. Acesso em dez. 2021.

CAROLA, C. R. Natureza admirada, natureza devastada: História e Historiografia da colonização de Santa Catarina. Varia História. Belo Horizonte, v. 26, n. 44, p. 547–572, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-87752010000200011. Acesso em 15 de mar. 2021.

CAZELLA, A. A.; PAULA, L. G. N.; MEDEIROS, M.; TURNES, V. A. A construção de um território de desenvolvimento rural: recursos e ativos territoriais específicos. Redes, Santa Cruz do Sul, v. 24, n. 3, p. 49–74, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.17058/redes.v24i3.14118. Acesso 20 de mar. 2021.

DAROLT, M. R.; LAMINE, C.; BRANDENBURG, A.; ALENCAR, M. C. F.; ABREU, L. S. Alternative food networks and new producer-consumer relations in France and in Brazil. Ambiente e Sociedade [online], São Paulo, v. 19, n. 2, p. 1–22, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-4422ASOC121132V1922016. Acesso 30 de mar. 2021.

DAROLT, M. R. ROVER, O. J. (Org.). Circuitos curtos de comercialização, agroecologia e inovação social. Florianópolis: Estúdio Semprelo, 2021.

GAZOLLA, M.; SCHNEIDER, S. Cadeias curtas e redes agroalimentares alternativas: negócios e mercados da agricultura familiar. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2017, 520 p.

GOTTMANN, J. A evolução do conceito de território. Boletim Campineiro de Geografia. Campinas, v. 2, n. 3, p. 523–545, 2012.

HODGSON, G. M. A abordagem da economia institucional. In: SALLES, A. O. T.; PESSALI, H. F.; FERNÁNDES, R. G. Economia institucional: fundamentos teóricos e históricos. São Paulo: Editora UNESP, 2017, 401 p.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2017. Brasília: IBGE. Disponível em: <https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/> Acesso em: 04 Mar. 2021.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Regiões Geográficas, 2021. Brasília: IBGE. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/> Acesso em 04 Mar. 2021.

KIYOTA, N.; TOMAZINI, C. E. G.; QUINAGLIA, G. D. P.; PILATTI, G. Relações de confiança nas feiras de produtos orgânicos e artesanais dos bairros de Pato Branco-PR. Grifos: Chapecó. v. 30 n. 54 (2021): Edição Especial (58º Congresso da SOBER): Dossiê - Dinâmicas da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Rural Brasileiro. Disponível: http://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/grifos/issue/view/315. Acesso em 5 dezembro de 2021.

LAMINE, C.; PERROT, N. Les AMAP: un nouveau pacte entre producteurs et consommateurs? 1. ed. GAP: Éditions Yves Michel, 2008.163 p.

MARSDEN, T.; BANKS, J.; BRISTOW, G. Food supply chain approaches: Exploring their role in rural development. Sociologia Ruralis, v. 40, n. 4, p. 424–438, 2000. Disponível em: https://doi.org/10.1111/1467-9523.00158. Acesso em 13 de mar.2021.

MANKIW, G.N. Introdução à economia. 8 ed. São Paulo: Cengage Learning. 2020, 720 p.

McMICHAEL, P. Regimes alimentares e questões agrárias. Porto Alegre: UFRGS, 2016.

MUÑOZ, E. F. P. Mercados das agriculturas familiares e camponesas: uma análise institucional comparada entre Brasil e Chile. 2019. 267p. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Rural) - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.

NIEDERLE, P. A; WESZ JUNIOR, V. J. As Novas Ordens Alimentares. Porto Alegre: UFRGS Editora, 2018, 428 p.

OLIVEIRA, I. G.; SOUZA, R. C. DE. Estatística Econômica. Maringá: Unicesumar, 2017, 182 p.

PECQUEUR, B. Territorial development. A new approach to development processes for the economies of the developing countries. INTERthesis, Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 8–32, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1807-1384.2013v10n2p8. Acesso em 13 de mar.2021.

PLOEG, J. D. van der. Camponeses e a arte da agricultura: um manifesto chayanoviano. Porto Alegre e São Paulo: Ed. UFRGS/UNESP, 2016, 196 p.

POLANYI, K. A grande transformação. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2000, 340 p.

RENTING, H.; MARSDEN, T. K.; BANKS, J. Understanding alternative food networks: Exploring the role of short food supply chains in rural development. Environment and Planning, v. 35, n. 3, p. 393–411, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1068/a3510. Acesso em 13 de mar.2021.

SCHNEIDER, S. Mercados e agricultura familiar. In: MARQUES, F. C.; CONTERATO, M. A.; SCHNEIDER, S. Construção de mercados e agricultura familiar: Desafios para o desenvolvimento rural. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2016, 416p.

Published

2023-01-26

Issue

Section

Dossiê: Agroecologia, Sustentabilidade e Desenvolvimento Rural