RELAÇÃO DE UNIDADES DE AGRICULTURA FAMILIAR DA COSTA OESTE PARANAENSE COM O NOVO RURAL BRASILEIRO

Autores

  • Valdir Serafim Junior Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Adriana Maria de Grandi Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Fabíola Graciele Besen Docente no curso de Ciências Contábeis Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Foz do Iguaçu
  • Sandra Maria Coltre Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.22295/grifos.v31i56.6328

Palavras-chave:

Aspectos sociais, organização familiar, transformação.

Resumo

A agricultura familiar tem grande importância no crescimento do país e para a segurança alimentar, porém, com as mudanças sofridas pelo meio rural nas últimas décadas, ela vem sofrendo transformações em vários aspectos. O objetivo do estudo é identificar as características de unidades familiares localizadas na região da Costa Oeste do Paraná, em relação aos membros residentes e suas relações com o novo rural brasileiro. Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e fontes secundárias extraídas do banco de dados dos relatórios do “Projeto de Agricultura Orgânica na BP3”, trabalho conduzido e desenvolvido pela Biolabore - Cooperativa de Trabalho e Assistência Técnica do Paraná, em conjunto com a Itaipu Binacional. As informações foram extraídas dos relatórios de 200 unidades de agricultura familiar.  Identificou-se a ocorrência de pequenas famílias, em média com 3 membros residentes e parcela considerável de unidades onde somente residem o casal. Com relação a faixa etária, verificou-se que os membros residentes estão concentrados entre as faixas de 30 a 59 anos com 49,3%, e uma significativa presença de jovens até 19 anos (25,3%) e membros mais idosos com idade superior a 60 anos (7,5%). A taxa de analfabetismo é considerada baixa, porém com grande concentração de membros com ensino fundamental incompleto nas faixas etárias mais elevadas, indicando atraso educacional dos mais velhos e a formação educacional mais elevada está relacionada aos mais novos. Identificou-se que os membros residentes mais velhos são casados e dedicam mais tempo e mão de obra a propriedade, os mais jovens são solteiros, podendo constituir vínculo familiar fora do eixo rural, dedicando menos tempo as atividades agrícolas. Existe homogeneidade de variâncias entres as médias de idade e dias dedicados a propriedade entre os homens e as mulheres e indícios de pluriatividade nas unidades estudadas. Constatou-se que 65,9% dos membros residentes não possuem renda extra agrícola, entre os membros com este tipo de renda, (20,4%) a fonte advinda de aposentadorias é a principal, seguida pelas diversas outras funções desempenhadas pelos agricultores fora de sua propriedade que lhes rendem remuneração e 26,7% concentram-se na faixa entre 1 e 2 salários-mínimos que contribuem para a ampliação da renda familiar. Como trabalhos futuros, sugere-se o levantamento das potencialidades locais para a identificação de oportunidades e renda.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valdir Serafim Junior, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

PROFESSOR ASSISTENTE NO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE – PARANÁ – BRASIL

Bacharel em Ciências Contábeis – Mestre em Desenvolvimento Rural Sustentável - Doutor em Desenvolvimento Rural Sustentável pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste.

Adriana Maria de Grandi, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

PROFESSORA ASSOCIADA NO CURSO DE AGRONOMIA NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE – PARANÁ – BRASIL

Graduação: Engenharia Agrícola - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste - 1996
Mestrado: Engenharia Agrícola - Universidade Federal de Viçosa - UFV - 1999
Doutorado: Engenharia Agrícola - Universidade Federal de Viçosa - UFV - 2003

Fabíola Graciele Besen, Docente no curso de Ciências Contábeis Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Foz do Iguaçu

Docente no curso de Ciências Contábeis Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Foz do Iguaçu - Doutoranda em Desenvolvimento Rural Sustentável

Sandra Maria Coltre, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

PROFESSORA ADJUNTA NO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE – PARANÁ – BRASIL

Bacharel em Administração. Doutora em Engenharia da Produção UFSC. Professora do Curso de Administração da Unioeste – Campus de Foz do Iguaçu.

Referências

ÁGUAS PARANÁ – Instituto das Águas do Paraná. Plano de Bacia Hidrográfica do Paraná 3 – Características Gerais: Produto 1. 2014. Disponível em <http://www.aguasparana.pr.gov.br/arquivos/File/Parana_3/plano_de_bacia/Produto_01_Caracteristicas_Gerais_da_Bacia_BP3_2014_v07_Final.pdf>. Acessado em 16 dez. 2019.

ABRAMOVAY, R., SILVESTRO, M. L., MELLO, M. D., DORIGON, C., BALDISSERA, I. T. Agricultura familiar e sucessão profissional: novos desafios. In: Anais do Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural. Vol. 39, 2001.

ABRAMOVAY, Ricardo. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. 3º Edição. São Paulo: Edusp, 2012.

ALENTEJANO, Paulo Roberto R. O que há de novo no rural brasileiro?. Terra Livre, n. 15, p. 87-112, 2015.

ARAÚJO, C.; SCALON, C. (Org.). Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2005.

ALTAFIN, I. Reflexões sobre o conceito de agricultura familiar. 2007. Disponível em: https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/fitotecniatecnologiadealimentosesocioeconomia716/antoniolazarosantana/conceito-de-agricultura-familiar.pdf. Acesso em 16 jul 2021.

BIOLABORE - Cooperativa de Trabalho e Assistência Técnica do Paraná. Projeto de Agricultura Orgânica na BP3, 2018.

BOTELHO FILHO, F.B. As portas de saída da pobreza e as estratégias da agricultura familiar para os negócios rurais. In: BOTELHO FILHO, F.B. Org. Agricultura Familiar e desenvolvimento territorial: contribuições ao debate. Brasília, Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares. Núcleo de Estudos Avançados. V.5, n17, 2005, p. 131-139.

BRASIL. Política Nacional de Agricultura Familiar. Disponível em http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm. Acesso em 01 mar 2020.

BUAINAIN, A. M. Agricultura familiar, agroecologia e desenvolvimento sustentável: questões para o debate. Brasília: IICA, 2006.

BUAINAIN, A. M., SALVADORI, D. Emprego e trabalho na agricultura brasileira. IICA, Brasília, DF (Brasil), 2009.

BUAINAIN, A. M., ALVES, E., SILVEIRA, J. M. D.; NAVARRO, Z. Sete teses sobre o mundo rural brasileiro. Revista de política agrícola, v. 22, n. 2, p. 105-121, 2013.

CAMARANO, A. A.; ABRAMOVAY, R. Êxodo rural, envelhecimento e masculinização no Brasil: panorama dos últimos 50 anos. IPEA, Rio de Janeiro, 1999.

CAMARGO, R. A. L. de; OLIVEIRA, J. T. A. de. Agricultura familiar, multifuncionalidade da agricultura e ruralidade: interfaces de uma realidade complexa. Ciência Rural, v. 42, n. 9, p. 1707-1714, 2012.

CAMPANHOLA, C.; GRAZIANO DA SILVA, J. O novo rural brasileiro: uma análise nacional e regional. Jaguariúna, SP: Embrapa, 2000.

DE JANVRY, Alain. The agrarian question and reformism in Latin America. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1981.

DELGADO, G. C.; BERGAMASCO, S. M. P. P (orgs). Agricultura familiar brasileira: desafios e perspectivas de futuro. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2017.

DOTTO, F. Fatores que influenciam a permanência dos jovens na agricultura familiar, no estado de Mato Grosso do Sul. 2011. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Local) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/8201-fatores-que-influenciam-a-permanencia-dos-jovens-na-agricultura-familiar-no-estado-de-mato-grosso-do-sul.pdf. Acesso em 01 mar 2020.

EMBRAPA, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA Políticas públicas para agricultura familiar. Disponível em: https://www.embrapa.br/tema-agricultura-familiar/politicas-publicas. Acesso em 15 jul 2021.

ELESBÃO, I. O espaço rural brasileiro em transformação. Finisterra, v. 42, n. 84, 2007.

GRAZIANO DA SILVA, J., BALSADI, O. V., BOLLIGER, F. P., BORIN, M. R., PARO, M. R. Meio Rural Paulista: muito além do agrícola e do agrário. São Paulo em perspectiva. São Paulo, Fundação SEADE, v.10, n.2. p.60-72, 1996.

GRAZIANO DA SILVA, J. O novo rural brasileiro. Nova Economia, [S. l.], v. 7, n. 1, 1997. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/novaeconomia/article/view/2253. Acesso em: 3 jun 2021.

GRISA, C.; SCHNEIDER, S. Políticas públicas de desenvolvimento rural no Brasil / Organizadores Catia Grisa [e] Sergio Schneider. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2015. 624 p.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censos Demográficos. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm.

IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Leituras Regionais, Curitiba, 2004.

KAGEYAMA, Angela. As múltiplas fontes de renda das famílias agrícolas brasileiras. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 48, n. 2, p. 57-69, 2001.

MAIA, A. G.; BUAINAIN, A. M. O novo mapa da população rural brasileira. Confins, Paris, n. 25, p. 1-26, 2015.

MARQUES, Z.S. Os intelectuais “contemporâneos” e o debate atual sobre o êxodo rural no Brasil: uma abordagem sociológica. Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade Federal da Fronteira Sul, Curso de Licenciatura em Ciências Sociais, Erechim, RS, 2014

NIEDERLE, P. A. Afinal, que inclusão produtiva? A contribuição dos novos mercados alimentares. Delgado, G. C., Bergamasco, S. M. P. P. (orgs.). Agricultura familiar brasileira: desafios e perspectivas de futuro. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2017. p. 168-196, 2017.

PASSINI, J.J. Agroindústria familiar, desenvolvimento rural

e sustentabilidade. Toledo, PR, 2020. Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio – Doutorado, da

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.

PEREHOUSKEI, N.; JACINTO, J. M.; MENDES, C. M. O rural e o urbano: contribuições para a compreensão da relação do espaço rural e do espaço urbano. Revista Percurso, v. 4, n. 2, p. 173-191, 2012.

PNAD – PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Principais resultados. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9127-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios.html?=&t=destaques. Acesso em: 05 ago 2020.

SACCO DOS ANJOS, F.; CALDAS, N. V. Cambios demográficos em el Brasil meridional: la masculinización, el envejecimiento y la desagrarización de la población rural. In: Perspectivas Sociales – Social Perspectives, revista de la Universidad Autónoma de Nuevo León y The University of Texas at Austin, México, v. 5, nº 2, otoño/Fall, p. 71-111, 2003.

SAKAMOTO, C.; MAIA, A. G. Os impactos das mudanças na estrutura das famílias sobre a distribuição de renda: uma comparação entre áreas urbanas e rurais no Brasil. In: Anais do 51º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. 2013.

SCHNEIDER, S., CONTERATO, M. A., KOPPE, L. R., SILVA, C. D. A pluriatividade e as condições de vida dos agricultores familiares do Rio Grande do Sul. A diversidade da agricultura familiar. Porto Alegre: Editora da UFRGS, p. 137-164, 2006.

SCHNEIDER, S. Reflexões Sobre Diversidade e Diversificação da Agricultura, Formas Familiares e Desenvolvimento Rural. RURIS-Revista do Centro de Estudos Rurais-UNICAMP, v. 4, n. 1, 2010.

_____Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo: v.18, nº51, p.99-122, fev. 2003.

SCHNEIDER, S.; CASSOL, A. Diversidade e heterogeneidade da agricultura familiar no Brasil e algumas implicações para políticas públicas. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 31, n. 2, p. 227-263, 2014.

STROPASOLAS, V. L. O valor (do) casamento na agricultura familiar. Revista Estudos Feministas, v. 12, n. 1, p. 253-267, 2004.

TELLES, T.S.; COSTA, G V.D.; BACCHI, M.D.; LAURENTI, A. C. Evolução da população rural ocupada nas Grandes Regiões do Brasil entre 2001 e 2009. INTERAÇÕES, Campo Grande, MS, v. 18, n. 1, p. 17-26, jan./mar. 2017.

WANDERLEY, M. D. N. B. Agricultura familiar e campesinato: rupturas e continuidade. Estudos sociedade e agricultura, 2003.

WANDERLEY, M. D. N. B. O agricultor familiar no Brasil: um ator social da construção do futuro. Agricultura familiar camponesa na construção do futuro. Paulo Petersen (org.) - Rio de Janeiro: AS-PTA, 2009.

Downloads

Publicado

2021-12-17

Edição

Seção

Artigos