O acadêmico do curso de Jornalismo, Daniel Mendes Moreira, está desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre a recepção de cinema, com filmes infantis exibidos na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. A pesquisa, orientada pela professora Ilka Goldschmidt, é realizada pelo segundo ano consecutivo com os alunos da sétima série da Escola de Educação Básica Marechal Bormann, de Chapecó.
Uma das etapas da pesquisa aconteceu na Unochapecó, na quarta-feira, 09 de setembro. O cronograma das atividades foi dividido em três momentos: a exibição dos filmes, a resposta de questionários e a roda de conversas. No primeiro momento, foram apresentados três curta-metragens de ficção e um de animação, previamente selecionados pelos próprios estudantes a partir da exibição dos trailers. Na sequência das atividades, os supervisores distribuíram um questionário com perguntas descritivas e uma folha para desenho. Após finalizarem as respostas, os estudantes foram divididos em quatro grupos aleatórios e, acompanhados de um supervisor, discutiram e responderam oralmente um roteiro de perguntas pré-estabelecidas pelo pesquisador.
O bolsista Daniel Moreira (E), orienta os adolescentes na atividade de roda de conversa
A realização desse trabalho é um aprofundamento de análise dos dados obtidos no ano passado, com a participação dos mesmos estudantes, através de uma pesquisa de iniciação científica: “Para um olhar além do Blockbuster: um estudo de recepção dos filmes da Mostra de Cinema Infantil”. O bolsista Daniel apresentou o resultado na X Conferência Brasileira de Mídias Cidadãs, realizada no município de Bauru-SP, em abril deste ano, e também no IntercomSul, que aconteceu em junho, no município de Joinville-SC.
Os quatro filmes, que compõem a mostra, foram produzidos no Brasil, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Segundo a orientadora, Ilka Goldschmidt, a proposta principal da pesquisa é perceber de que maneira as crianças recebem os filmes que não são blockbuster, ou seja, que possuem baixa bilheteria e não aparecem nos cinemas. “São curtas com abordagens do cotidiano, produzidas aqui no Brasil. Não são de Hollywood. São da nossa cultura, que abordam temas da nossa realidade”, conta.
Segundo a estudante Letícia Serpa Guaragni, de 12 anos, a atividade não é apenas um momento de diversão, mas também de aprendizagem. “Nós conhecemos tipos diferentes de animação, com massinha de modelar, com novos atores que a gente não vê muito na televisão”, afirma. Para o pesquisador Daniel Moreira, o principal desafio do trabalho é a dificuldade dos estudantes em compreender as produções não comerciais. “A realização da pesquisa é uma oportunidade de apresentar, aos adolescentes, produções que despertem uma visão mais crítica. E isso faz parte de um dos conceitos básicos de mídia cidadã”, enfatiza. O estudo do acadêmico Daniel Moreira faz parte do Núcleo de Pesquisa de Iniciação Científica Mídia Cidadã, coordenado pela professora Ilka Goldschmidt.