AUTOEFICÁCIA: O ELO ESCONDIDO ENTRE PRÁTICAS DE DIVERSIDADE ETÁRIA E DESEMPENHO
DOI:
https://doi.org/10.22277/rgo.v18i2.8328Palavras-chave:
Diversidade etária, Práticas de diversidade etária, Desempenho, Autoeficácia.Resumo
Objetivo: O rápido envelhecimento da força de trabalho tem acarretado inúmeros desafios para as organizações, entre os quais se destaca a crescente diversidade etária. Este estudo tem como objetivo compreender qual o papel das práticas de diversidade etária no desempenho individual e ainda estudar o papel mediador da autoeficácia nesta relação.
Método/abordagem: Com o propósito de dar resposta aos objetivos enumerados, recorreu-se a uma metodologia quantitativa, por meio da administração de um questionário online a 206 participantes.
Principais Resultados: Os resultados obtidos demonstraram existir uma relação significativa entre as práticas de diversidade etária e o desempenho quando mediada pela autoeficácia. A relação direta entre as práticas de diversidade etária e desempenho não foi significativa.
Contribuições teóricas/práticas/sociais: Este estudo contribui para a literatura sobre a gestão da diversidade etária ao identificar a autoeficácia como um mediador significativo entre práticas de diversidade etária e desempenho, expandindo a compreensão dos mecanismos explicativos da relação entre gestão da diversidade e resultados organizacionais. Os resultados informam as organizações sobre a importância de melhorar a autoeficácia dos trabalhadores, maximizando os benefícios das práticas de diversidade etária. A sociedade pode também beneficiar deste estudo, nomeadamente no combate à discriminação etária, ao reconhecer que as organizações têm um papel essencial na implementação de medidas de apoio ao desenvolvimento individual.
Originalidade/relevância: Este estudo é realizado com uma amostra de trabalhadores em Portugal, um contexto ainda pouco estudado, e mostra a relevância das práticas de diversidade etária para a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos e produtivos.
Downloads
Referências
Ali, M., & French, E. (2019). Age diversity management and organisational outcomes: The role of diversity perspectives. Human Resource Management Journal, 29(2), 287-307. https://doi.org/10.1111/1748-8583.12225
Appelbaum, E., Bailey, T., Berg, P., & Kalleberg, A. L. (2000). Manufacturing advantage: Why high-performance work systems pay off. Cornell University Press.
Baltes, P. B., & Baltes, M. M. (1990). Psychological perspectives on successful aging: The model of selective optimization with compensation. In P. B. Baltes & M. M. Baltes (Eds.), Successful aging: Perspectives from the Behavioral Sciences (pp. 1-34). Cambridge: University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9780511665684.003
Bandura, A. (1997). Self-efficacy in changing societies. Cambridge University Press.
Beier, M. E., Kanfer, R., Kooij, D. T., & Truxillo, D. M. (2022). What's age got to do with it? A primer and review of the workplace aging literature. Personnel Psychology, 75(4), 779-804. https://doi.org/10.1111/peps.12544
Boehm, S. A., Kunze F., & Bruch, H. (2014). Spotlight on age-diversity climate: The impact of age: inclusive HR practices on firm-level outcomes. Personnel Psychology, 67(3), 667–704. https://doi.org/10.1111/peps.12047
Borman, W. C., & Motowidlo, S. J. (1997). Task performance and contextual performance: The meaning for personnel selection research. Human Performance, 10(2), 99-109. https://doi.org/10.1207/s15327043hup1002_3
Boselie, P. (2010). Strategic human resource management: A balanced approach. McGraw-Hill
Boxall, P., Ang, S. H., & Bartram, T. (2011). Analysing the ‘black box’ of HRM: Uncovering HR goals, mediators, and outcomes in a standardized service environment. Journal of Management Studies, 48(7), 1504-1532. https://doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00973.x
Boxall, P., & Purcell, J. (2003). Strategy and human resource management. Palgrave Macmillan.
Brislin, R. W. (1970). Back-translation for cross-cultural research. Journal of Cross-Cultural Psychology, 1(3), 185-216. https://doi.org/10.1177/135910457000100301
Campbell, J. P. & Wiernik, B. M. (2015). The modeling and assessment of work performance. Annual Review of Organizational Behaviour, 2, 47-74. https://doi.org/10.1146/annurev-orgpsych-032414-111427
Charbonnier‐Voirin, A., & Roussel, P. (2012). Adaptive performance: A new scale to measure individual performance in organizations. Canadian Journal of Administrative Sciences – Revue Canadienne des Sciences de l'Administration, 29(3), 280-293. https://doi.org/10.1002/cjas.232
Cherian, J., & Jacob, J. (2013). Impact of self-efficacy on motivation and performance of employees. International Journal of Business and Management, 8(14), 80-88. https://doi.org/10.5539/ijbm.v8n14p80
Christensen-Salem, A., Walumbwa, F. O., Hsu, C. I. C., Misati, E., Babalola, M. T., & Kim, K. (2021). Unmasking the creative self-efficacy–creative performance relationship: the roles of thriving at work, perceived work significance, and task interdependence. The International Journal of Human Resource Management, 32(22), 4820-4846. https://doi.org/10.1080/09585192.2019.1710721
Deci, E. L., & Ryan, R. M. (1985). The general causality orientations scale: Self-determination in personality. Journal of Research in Personality, 19(2), 109-134. https://doi.org/10.1016/0092-6566(85)90023-6
Füllemann, D., Jenny, G. J., Brauchli, R., & Bauer, G. F. (2015). The key role of shared participation in changing occupational self‐efficacy through stress management courses. Journal of Occupational and Organizational Psychology, 88(3), 490-510. https://doi.org/10.1111/joop.12124
Guest, D. (2002). Human resource management, corporate performance and employee wellbeing: Building the worker into HRM. The Journal of Industrial Relations, 44(3), 335-358. https://doi.org/10.1111/1472-9296.00053
Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis: A global perspective (7ª ed.). Prentice Hall.
Henseler, J., C. M. Ringle, and M. Sarstedt (2015). A new criterion for assessing discriminant validity in variance-based structural equation modeling. Journal of the Academy of Marketing Science, 43(1), 115-135. https://doi.org/10.1007/s11747-014-0403-8
Huettermann, H., & Bruch, H. (2019). Mutual gains? Health‐related HRM, collective well‐being and organizational performance. Journal of Management Studies, 56(6), 1045-1072. https://doi.org/10.1111/joms.12446
Instituto Nacional de Estatística [INE]. (2020). Projeções de População Residente: 2018-2080. Disponível em: https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=406534255&DESTAQUESmodo=2
Jiang, K., Lepak, D. P., Hu, J., & Baer, J. C. (2012). How does human resource management influence organizational outcomes? A meta-analytic investigation of mediating mechanisms. Academy of Management Journal, 55(6), 1264-1294. https://doi.org/10.5465/amj.2011.0088
Judge, T. A., Jackson, C. L., Shaw, J. C., Scott, B. A., & Rich, B. L. (2007). Self-efficacy and work-related performance: the integral role of individual differences. Journal of applied psychology, 92(1), 107. https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.1.107
Juhdi, N., Pa'wan, F., & Hansaram, R. (2013). HR practices and turnover intention: the mediating roles of organizational commitment and organizational engagement in a selected region in Malaysia. The International Journal of Human Resource Management, 24(15), 3002-3019. https://doi.org/10.1080/09585192.2013.763841
Kline, R. B. (2011). Principles and practice of structural equation modeling. New York: Guilford Press.
Laguerre, R. A., & Barnes-Farrell, J. L. (2025). Bringing self-determination theory to the forefront: Examining how human resource practices motivate employees of all ages to succeed. Journal of Business and Psychology, 40(1), 1-37. https://doi.org/10.1007/s10869-024-09951-w
Li, Y., Gong, Y., Burmeister, A., Wang, M., Alterman, V., Alonso, A., & Robinson, S. (2021). Leveraging age diversity for organizational performance: An intellectual capital perspective. Journal of Applied Psychology, 106(1), 71-91. https://doi.org/10.1037/apl0000497
Mahon, J. F., & Millar, C. C. J. M. (2014). ManAGEment: The challenges of global age diversity for corporations and governments. Journal of Organizational Change Management, 27(4), 553-568. https://doi.org/10.1108/JOCM-05-2014-0100
Mansour, N., Gara, E., & Gaha, C. (2014). Getting inside the black box: HR practices and firm performance within the Tunisian financial services industry. Personnel Review, 43(4), 490-514. https://doi.org/10.1108/PR-03-2013-0052
Martens, H., Lambrechts, F., Manshoven, J., & Vandenberk, A. (2006). An organizational development approach towards age diversity practices in Belgian organizations. Ageing International, 31(1), 1-23. https://doi.org/10.1007/s12126-006-1001-y
Maurer, T. J. (2001). Career-relevant learning and development, worker age, and beliefs about self-efficacy for development. Journal of Management, 27(2), 123-140. https://doi.org/10.1177/014920630102700201
Menezes, B. A. F., & Farias, D. T. (2024). O etarismo como instrumento de violação ao direito humano ao trabalho. Revista do Tribunal Superior do Trabalho, 90(2), 224-237. https://doi.org/10.70405/rtst.v90i2.72
Moghimi, D., Zacher, H., Scheibe, S., & Van Yperen, N. W. (2017). The selection, optimization, and compensation model in the work context: A systematic review and meta‐analysis of two decades of research. Journal of Organizational Behavior, 38(2), 247-275. https://doi.org/10.1002/job.2108
Nações Unidas. (2020). World population ageing 2019 (No. ST/ESA/SER.A/444). https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WorldPopulationAgeing2019-Report.pdf
Nasirov, S., Chapman, G., Hughes, M., & Hughes, P. (2023). Workforce age diversity, innovation performance, and the moderating effect of societal tolerance. Academy of Management Proceedings, 2023(1), 12501. https://doi.org/10.5465/AMPROC.2023.255bp
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). (2019). Working better with age. Ageing and Employment Policies, OCDE Publishing. https://doi.org/10.1787/c4d4f66a-en.
Organização Internacional do Trabalho (OIT). (2024). World employment and social outlook: Trends 2024. OIT. https://doi.org/10.54394/HQAE1085
Odhiambo, M. W., Gachoka, H. G., & Rambo, C. M. (2018). Relationship between age diversity and employee performance of public universities in Western Kenya. International Journal of Academic Research in Business and Social Sciences, 8(11), 223-248. https://doi.org/10.6007/IJARBSS/v8-i11/4897
Paggi, M. E., & Jopp, D. S. (2015). Outcomes of occupational self-efficacy in older workers. The International Journal of Aging and Human Development, 80(4), 357-378. https://doi.org/10.1177/0091415015607
Pak, K., Kooij, D. T., De Lange, A. H., & Van Veldhoven, M. J. (2019). Human Resource Management and the ability, motivation and opportunity to continue working: A review of quantitative studies. Human Resource Management Review, 29(3), 336-352. https://doi.org/10.1016/j.hrmr.2018.07.002
Pecher, D., van Mierlo, H., Romers, C. M., Feersma Hoekstra, K., Possel, N., & Bouwmeester, S. (2023). Age categorization and stereotyping at work. Applied Cognitive Psychology, 37(5), 938-953. https://doi.org/10.1002/acp.4091
Pordata. (2024). População ativa por sexo, grupo etário e nível de escolaridade (Portugal). https://www.pordata.pt/pt/estatisticas/emprego/populacao-ativa-e-inativa/populacao-ativa-por-sexo-grupo-etario-e-nivel-de
Rego, A., Vitória, A., Cunha, M. P., Tupinambá, A., & Leal, S. (2017). Developing and validating an instrument for measuring managers’ attitudes toward older workers. International Journal of Human Resource Management, 28(13), 1866-1899. https://doi.org/10.1080/09585192.2015.1128462
Rigotti, T., Schyns, B., & Mohr, G. (2008). A short version of the occupational self-efficacy scale: Structural and construct validity across five countries. Journal of Career Assessment, 16(2), 238-255. https://doi.org/10.1177/1069072707305763
Schwoerer, C. E., & May, D. R. (1996). Age and work outcomes: The moderating effects of self‐efficacy and tool design effectiveness. Journal of Organizational Behavior, 17(5), 469-487. https://doi.org/10.1002/(SICI)1099-1379(199609)17:5%3C469::AID-JOB772%3E3.0.CO;2-3
Schyns, B., & Von Collani, G. (2002). A new occupational self-efficacy scale and its relation to personality constructs and organizational variables. European Journal of Work and Organizational Psychology, 11(2), 219-241. https://doi.org/10.1080/13594320244000148
Seidl, J., Neiva, E. R., Faiad, C., & Murta, S. G. (2022). Age diversity management in organizations scale: Development and evidence of validity. Psico-USF, 27, 251-263. https://doi.org/10.1590/1413-82712022270204
Sousa, I. C., Ramos, S., & Carvalho, H. (2019). Age-diversity practices and retirement preferences among older workers: A moderated mediation model of work engagement and work ability. Frontiers in Psychology, 10, 1937. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.01937
Sousa, I. C., Ramos, S., & Carvalho, H. (2020). Envelhecimento e trabalho: o papel das práticas de diversidade etária na retenção dos trabalhadores. In A. P. Gato, A. F. Cerqueira, E. Canais, J. Rebelo, S. B. Moreira, & V. Barbosa (Eds.), Livro de Atas do II Seminário Vulnerabilidades Sociais e Saúde: Envelhecimento(s) – perspetivas interdisciplinares (pp. 53-61). Instituto Politécnico de Setúbal. https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/33455/1/Atas_IISVSS_2020_Final.pdf
Sousa, I. C., Ramos, S., & Carvalho, H. (2021). Retaining an age-diverse workforce through HRM: The mediation of work engagement and affective commitment. German Journal of Human Resource Management, 35(4), 1-27. https://doi.org/10.1177/2397002220979797
Sousa, I. C., Manuel, M., Boavida, B., Rocha, A., Martins, B., & Lebre, B. (2022). A influência das práticas de diversidade etária no bem-estar e na intenção de saída dos trabalhadores: O papel do contrato psicológico relacional. PSICOLOGIA, 36(1), 17-30. https://doi.org/10.17575/psicologia.1704
Stajkovic, A. D., & Luthans, F. (1998). Self-efficacy and work-related performance: A meta-analysis. Psychological Bulletin, 124(2), 240-261. https://doi.org/10.1037/0033-2909.124.2.240
Tonelli, M. J., Pereira, J., Cepellos, V., & Lins, J. (2020). Ageing in organizations: A view of HR professionals on the positioning of mature managers and adoption of age management practices. RAUSP Management Journal, 55(2), 127-142. https://doi.org/10.1108/RAUSP-08-2018-0062
Truxillo, D. M., Cadiz, D. M., & Hammer, L. B. (2015). Supporting the aging workforce: A review and recommendations for workplace intervention research. Annual Review of Organizational Psychology and Organizational Behavior, 2(1), 351-381. https://doi.org/10.1146/annurev-orgpsych-032414-111435
Wallin, S., Rauhala, A., Fjellman-Wiklund, A., Nyman, P., & Fagerström, L. (2021). Occupational self-efficacy and work engagement associated with work ability among an ageing work force: A cross-sectional study. Work: Journal of Prevention, Assessment & Rehabilitation, 70(2), 591-602. https://doi.org/10.3233/WOR-213595
Wang, M., & Fang, Y. (2020). Age diversity in the workplace: Facilitating opportunities with organizational practices. Public Policy & Aging Report, 30(3), 119-123. https://doi.org/10.1093/ppar/praa015
Williams, L. J., & Anderson, S. E. (1991). Job satisfaction and organizational commitment as predictors of organizational citizenship and in-role behaviors. Journal of Management, 17(3), 601-617. https://doi.org/10.1177%2F014920639101700305
Yadav, S., & Lenka, U. (2023). Uncovering the intellectual structure of diversity management research: A bibliometric analysis (1990–2019). Personnel Review, 52(3), 856-881. https://doi.org/10.1108/PR-04-2021-0296
Zacher, H. (2015). Successful aging at work. Work, Aging and Retirement, 1(1), 4-25. https://doi.org/10.1093/workar/wau006
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Estou ciente de que, em sendo aprovado, a publicação do artigo será no formato on-line na RGO.
Também tenho ciência de que há autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Do ponto de vista do Creative Commons, a Revista Gestão Organizacional é de acesso aberto e irrestrito, porém não permitindo adaptações nos artigos, nem o uso comercial.
Sobre a licença Creative Commons: As licenças e instrumentos de direito de autor e de direitos conexos da Creative Commons forjam um equilíbrio no seio do ambiente tradicional “todos os direitos reservados” criado pelas legislações de direito de autor e de direitos conexos. Os nossos instrumentos fornecem a todos, desde criadores individuais até grandes empresas, uma forma padronizada de atribuir autorizações de direito de autor e de direitos conexos aos seus trabalhos criativos. Em conjunto, estes instrumentos e os seus utilizadores formam um corpo vasto e em crescimento de bens comuns digitais, um repositório de conteúdos que podem ser copiados, distribuídos, editados, remixados e utilizados para criar outros trabalhos, sempre dentro dos limites da legislação de direito de autor e de direitos conexos.
A Revista Gestão Organizacional adota o sistema: Atribuição-SemDerivações-SemDerivados CC BY-NC-ND: Permite o download dos seus trabalhos e o compartilhemento desde que atribuam crédito, mas sem que possam alterá-los de nenhuma forma ou utilizá-los para fins comerciais.



















