A IMPLEMENTAÇÃO DA INTERSETORIALIDADE NO PROGRAMA SAÚDE NAS ESCOLAS: UMA ANÁLISE EM GOVERNOS LOCAIS

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22277/rgo.v16i2.7309

Keywords:

Política pública, Descentralização, Cidades saudáveis, Educação

Abstract

Objetivo: analisar as condições político-organizacionais que afetam a implementação de políticas públicas intersetoriais por governos locais.

Método/abordagem: estudo multicaso da implementação do Programa Saúde na Escola em 25 municípios pertencentes a uma região de saúde de Santa Catarina. Para tanto, foram realizados dois exercícios empíricos: i) para análise organizacional (fatores microambientais), foi elaborado um indicador de gestão intersetorial com base nas três dimensões da intersetorialidade: política, institucional e administrativa; ii) para a análise política (fatores macroambientais), foi aplicado o modelo analítico contextual de Wu et al. (2017).

Principais Resultados: verificou-se a existência de baixo nível de desenvolvimento da gestão intersetorial, reflexo dos eixos liderança política, capacitação e modelos de gestão. As condições políticas interferem neste desempenho organizacional em virtude de brechas normativas do Programa, indicando que há espaço para fortalecimento da gestão local mediante criação de novos incentivos no marco legal do programa.

Contribuições teóricas e práticas: no campo teórico, o estudo inovou em aplicar um modelo analítico de implementação de política pública intersetorial, que integra as perspectivas micro e macroambientais. Na parte prática, tem-se a proposição de uma ferramenta relevante para a compreensão e aprimoramento da implementação de políticas públicas intersetoriais, através da elaboração de um indicador de mensuração da gestão intersetorial.

Originalidade/relevância: A metodologia avançou em relação aos estudos da área, ao contemplar um conjunto de diferentes municípios pertencentes a uma mesma região de saúde e ao reunir a percepção dos quatro principais atores responsáveis pela implementação do Programa Saúde nas Escolas.

Palavras-chave: Política pública. Descentralização. Cidades saudáveis. Educação.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Darlan Christiano Kroth, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutor em Desenvolvimento Econômico.

Augusto Krindges, Universidade Federal da Fronteira Sul

Bacharel em Enfermagem

Camila Todescatto Geremia, Universidade Federal da Fronteira Sul

Bacharel em Enfermagem

References

Akerman, M., Sá, R. F., Moyses, S., Rezende, R., & Rocha, D. (2014). Intersetorialidade? IntersetorialidadeS! Ciência & Saúde Coletiva, 19 (11), 4291-4300. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.10692014

Arretche, M. (2012). Democracia, federalismo e centralização no Brasil. RJ: FGV/Fiocruz.

Becker, K. L. (2020). Análise do Impacto do Programa Saúde na Escola sobre a violência e o consumo de substâncias ilícitas dos jovens nas escolas brasileiras. Análise Econômica, 38(76), 121-144. https://doi.org/10.22456/2176-5456.80460

Brasil. Decreto Presidencial n. 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Institui o Programa Saúde na Escola – PSE, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 06 dez. 2007.

Brasil. (2010). Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI). Indicadores de programas: guia metodológico. Brasília.

Brasil. Portaria Interministerial n. 1.055 de 25 de abril de 2017. Redefine as regras e os critérios para adesão ao Programa Saúde na Escola - PSE por estados, Distrito Federal e municípios e dispõe sobre o respectivo incentivo financeiro para custeio de ações. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 25 abr. 2017.

Brasil. (2018). Avaliação de políticas públicas: guia prático de análise ex ante. vol. 1. Brasília: IPEA.

Brasil. (2019). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Programa Crescer Saudável 2019/2020. Instrutivo. Brasília.

Brasil. (2020). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Programa Saúde na Escola: documento orientador: ciclo 2019/2020. Brasília.

Brugué, Q. (2010). Transversalidad en los proyectos locales: de la teoría a la práctica. Safaris: Trea.

Chiari, A. P. G., Ferreira, R. C., Akerman, M., Amaral, J. H. L., Machado, K. M., & Senna, M. I. B. (2018). Rede intersetorial do Programa Saúde na Escola: sujeitos, percepções e práticas. Cadernos Saúde Pública, 34(5). https://doi.org/10.1590/0102-311X00104217

Costa, B. L. D., & Bronzo, C. (2012). Intersetorialidade no enfrentamento da pobreza: o papel da implementação e da gestão. In: C. A. P., Faria (Org.). Implementação de políticas públicas: teoria e prática. (1a ed., pp. 50-81). Belo Horizonte: PUC Minas.

Dahlgren, G., & Whitehead, M. (1991). Policies and strategies to promote social equity in health. Background document to World Health Organization.

Denhardt, R. B., & Catlaw, T. J. (2014). Theories of Public Organization. 7 ed. Boston: Cengage Learning.

Farah, M. F. S. (2013). Políticas públicas e municípios: inovação ou adesão? In: M. R. Lukic & C. Tomazini (Org.). As ideias também importam: abordagem cognitiva e política pública no Brasil. (1a ed., pp. 171-192). Curitiba: Juruá.

Ferreira, I. R. C., Moyses, S. J., França, B. H. S., Carvalho, M. L., & Moyses, S. T. (2014). Percepções de gestores locais sobre a intersetorialidade no Programa Saúde na Escola. Revista Brasileira de Educação, 56(19), 61-76. https://doi.org/10.1590/S1413-24782014000100004

Gil, A. C. (2021). Métodos e técnicas de pesquisa social. 7 ed. SP: Atlas.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2016). Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar: 2015, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE.

Kroth, D. C., Zonin, V. J., Coletti, T., Simões, W., & Von Dentz, E. (2019). Análise da operacionalização da política de aquisição de alimentos da agricultura familiar por parte dos municípios: o caso do PNAE em três microrregiões do Oeste Catarinense. Redes, 24(1), 138-162. https://doi.org/10.17058/redes.v24i1.9697

Larsen, M., Rantala, R., Koudenburg, O. A., & Gulis, G. (2014). Intersectoral action for health: the experience of a Danish municipality. Scandinavian journal of public health, 42(1), 649-657. https://doi.org/10.1177/1403494814544397

Lotta, G. S., Nunes, A. C., Cavalcante, S, Ferreira, D. D., & Bonat, J. (2018). Por uma agenda brasileira de estudos sobre implementação de políticas públicas. Revista do Serviço Público, 69 (4), 779-816. https://doi.org/10.21874/rsp.v69i4.2917

Lotta, G. S. (Org.). (2019). Teoria e análises sobre implantação de políticas públicas no Brasil. Brasília: ENAP.

McQueen, D. V., Wismar, M., Lin, V., & Jones, C. M. (2012). Intersectoral governance for health in all policies: structures, actions and experiences. Observatory Studies Series - World Health Organization, 26.

Sabatier, P. (2007). Theories of the policy process. 2. Ed. Boulder, CO: Westview Press.

Sousa, M. C., Esperidião, M. A., & Medina, M. G. (2017). A intersetorialidade no Programa Saúde na Escola: avaliação do processo político-gerencial e das práticas de trabalho. Ciência & Saúde Coletiva, 22(6): 1781-1790. https://doi.org/10.1590/1413- 81232017226.24262016

Veiga, L. & Bronzo, C. (2014). Estratégias intersetoriais de gestão municipal de serviços de proteção social: a experiência de Belo Horizonte. Revista de Administração Pública, 48(3), 595-620. https://doi.org/10.1590/0034-76121453

World Health Organization (WHO). (2008). Closing the gap in a generation: health equity through action on the social determinants of health. Final Report of the Commission on Social Determinants of Health (CSDH). Geneva: WHO.

World Health Organization (WHO). (2010). The Adelaide statement on health in all policies: moving towards a shared governance for health and well-being. Adelaide: Government of South Australia.

Wu, X., Ramesh, M., Howlett, M. & Fritzen, S. (2017). The public policy primer: managing the policy process. 2 ed. New York: Routledge.

Published

2023-06-20