MULHERES NA MINERAÇÃO: CARREIRA, EQUILÍBRIO TRABALHO-FAMÍLIA E DISCRIMINAÇÃO

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22277/rgo.v15i1.6314

Keywords:

Ambiente de trabalho. Percepção de homens e de mulheres. Mineração.

Abstract

Objetivo: Este artigo analisou a percepção de profissionais, mulheres e homens, acerca da condição da mulher no ambiente de trabalho em uma empresa multinacional do setor de mineração.

Método / abordagem: Uma pesquisa de campo survey foi aplicada em uma multinacional do setor de mineração contemplando uma amostra de 262 empregados.

Principais resultados: Os resultados apontam que os homens apresentaram maior tendência de concordância em relação às questões sobre a carreira da mulher, ou seja, claramente os profissionais do sexo masculino percebem menos as barreiras à carreira das mulheres do que elas próprias. Quando ao indicador Preconceito e Discriminação, observou-se diferença significativa de percepção entre o sexo feminino e o masculino, evidenciando uma percepção mais aguçada das mulheres quanto à ocorrência de situações de preconceito e discriminação na organização. No indicador Trabalho e Família, diferentemente do esperado, os dados apontam que não houve diferença significativa de percepção entre o sexo feminino e masculino.

Contribuições metodológicas / sociais / gerenciais: A pesquisa confirma barreiras vivenciadas pelas mulheres no quesito ascensão e desenvolvimento de carreira e corrobora a existência de situações de preconceito em contextos marcados pela hegemonia do masculino.

 Originalidade / relevância: A mulher na mineração foi abordada em apenas um estudo nacional e, ao trazer à tona esse debate, o artigo reforça a importância de se pensar na elaboração de políticas e práticas focadas nas necessidades da mulher para que elas possam obter iguais condições de trabalho, salário e ascensão nas organizações.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

SABRINA SILVA VALADARES, ANGLO AMERICAN BRASIL

Currículo: Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2008). Atualmente é Analista de RH Sênior - Business Partner - ANGLO AMERICAN BRASIL LTDA. Sólida experiência na área de Recursos Humanos, com atuação consistente em todos subsistemas de Gestão de Pessoas. 

ANTÔNIO MOREIRA DE CARVALHO NETO, PUC Minas

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPQ desde 2012. Professor permanente, em regime de dedicação integral ao PPGA - Programa de Pós-Graduação em Administração da PUC Minas desde 2001. Em 2020 recebeu o Prêmio de Trajetória Acadêmica da Divisão de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho da ANPAD. Coordenou o PPGA da PUC Minas de 2007 a 2015. Coordenou a Divisão de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho da ANPAD de 2009 a 2012. Foi Diretor de Publicações e Comunicação da ANPAD de 2013 a 2014. Foi Diretor de Relações Internacionais da ANPAD em 2015. Foi Diretor de Ensino de Pós-Graduação da ANPAD durante os anos de 2016 e 2017. Foi pesquisador Mineiro pela FAPEMIG de 2010 a 2012. Liderou o grupo de pesquisa NERHURT - Núcleo de Estudos em Recursos Humanos e Relações de Trabalho - do PPGA da PUC Minas de 2008 a 2018. Doutor em Administração pela UFMG (1999), com doutorado sanduíche no Instituto de Economia da UFRJ e no IUPERJ. Mestre em Administração pela UFMG (1995). Especialista em Relações de Trabalho pelo Queen Mary College da London School of Economics (1990).

 

References

Abramo, L. W. (2007) A Inserção da mulher no mercado de trabalho: uma força de trabalho secundária. (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-23102007-141151/pt-br.php

Andrade, T. (2016). Mulheres no mercado de trabalho: onde nasce a desigualdade. Brasília: Câmara dos Deputados, Consultoria Legislativa. (Estudo técnico). Recuperado de https://bd.camara.leg.br/bd/handle/bdcamara/29160?_ga= 2.52779112.1318554745.1613295434-275702430.1613295434

Antunes, C. V., Carvalho-Neto, A., Lima-Souza, E. C. P., & Santos, C. M. M. (2018). O que eles pensam sobre elas? Representações sociais da mulher executiva. Revista Alcance, 25(3), 349-365. doi: https://doi.org/10.14210/alcance.v25n3(Set/Dez).p349-365

Bruschini, C. (1994). O trabalho da mulher brasileira nas décadas recentes. Estudos feministas, (n. e.), 179-199. doi: https://doi.org/10.1590/%25x

Bruschini, C., & Lombardi, M. R. (2016). O trabalho da mulher brasileira nos primeiros anos da década de noventa. In Anais do 10 Encontro Nacional de Estudos Populacionais. (pp. 483-516). Belo Horizonte: ENEP.

Cappelle, M. C. A., Melo, M. C. O. L., & Souza, N. L. (2013). Mulher, trabalho e administração. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 2(2), 161-191. Doi: http://dx.doi.org/10.9771/23172428rigs.v2i2.9875

Carrilho, A. (2016) Mulheres Invisíveis, mas necessárias: a negação da feminização no trabalho da mineração. (Tese de Doutorado). Universidade de Brasília. Programa de Pós-graduação em Política Social, Brasília. Recuperado de: https://repositorio.unb.br/handle/10482/22237

Castilhos, Z. C., & Castro, N. F. (2006) Mulheres na mineração: restitutio quae sera tamem. In Z. N., Castilhos, M. H., Machado, R. L., & N. F. Castro (Orgs.). Gênero e trabalho infantil na pequena mineração: Brasil, Peru, Argentina Bolívia. (pp. 41-64). Rio de Janeiro: CETEM/MCT.

Costa, F. M. S. (2020) A Apropriação do trabalho reprodutivo pelo trabalho em domicilio. (Dissertação de Mestrado). Puc Mnas, Programa de pós-graduação em Direito, BH. Recuperado de: http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_FlaviaMariaDaSilvaCosta_8263.pdf

Daniel, C. (2011). O trabalho e a questão de gênero: a participação de mulheres na dinâmica do trabalho. O Social Em Questão, 14(25/26), 323-344. Recuperado de: http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=36&sid=14

Efron, B., & Tibshirani, R. J. (1993). An Introduction to the Bootstrap. New York: Chapman Hall.

Fuentealba, P. S. G., & Gutiérrez, N. A. (2018) Equidad de género en la gran minería del cobre de Chile. Experiencias de inserción laboral feminina en espacios masculinizados. Revista Temas Sociológicos, (22), 49-85. doi: https://doi.org/10.29344/07196458.22.1678

Galeazzi, I. M. S., Garcia, L., Driemeier, M. M., Toni, M. D., Kreling, N. H., & Follador, P. (2011). Mulheres trabalhadoras: 10 anos no mercado de trabalho atenuam desigualdades. Mulher e trabalho, 3, 9-36. Recuperado de http://revistas.planejamento.rs.gov.br/index.php/mulheretrabalho/article/view/2690/3012

Gibb, S. J., Fergusson, D. M., Horwood, L. J., & Boden, J. M. (2014). The effects of parenthood on workforce participation and income for men and women. Journal of Family and Economic Issues, 35(1), 14-26. doi: https://doi.org/10.1007/s10834-013-9353-4.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.

Guiraldelli, R. (2012). Adeus à divisão sexual do trabalho? Desigualdade de gênero na cadeia produtiva da confecção. Sociedade e Estado, 27(3). doi: https://doi.org/10.1590/S0102-69922012000300014

Henderson, P. A., Ferreira, M. A. A., & Dutra, J. S. (2016). As barreiras para ascensão da mulher a posições hierárquicas: um estudo sob a ótica da gestão da diversidade no Brasil. Revista de Administração da UFSM, 9(3), 489-505. Doi: ttps://doi.org/10.5902/198346598208

Hirata, H., & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 595-609. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742007000300005.

Hollander, M., & Wolfe, D. A. (1999). Nonparametric statistical methods. (2a ed.) NY: John Wiley.

Loureiro, C. M. P., Costa, I. S. A., & Freitas, J. A. S. (2012). Trajetórias profissionais de mulheres executivas: Qual o preço do sucesso? Revista de Ciências da Administração, 14(33), 130-144. doi: https://doi.org/10.5007/2175-8077.2012v14n33p130

Macedo, F. M. F., Boava, D. L. T., Cappelle, M. C. A., & Oliveira, M. L. S. (2012). Relações de gênero e subjetividade na mineração. Revista de Administração, 16(2), 217-236. doi: https://doi.org/10.1590/S1415-65552012000200004

Mota-Santos, C. M. (2012). As mulheres brasileiras: do espaço privado da casa para as posições executivas nas organizações brasileiras. (Tese de Doutorado). Puc Minas. Programa de pós-graduação em Administração, Belo Horizonte. Recuperado de: http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Administracao_SantosCMM_1.pdf

Mota-Santos, C. M., & Carvalho-Neto, A. M. (2017). O papel da família na trajetória de mulheres executivas e empreendedoras. Revista Alcance, 24(1), 36-49. doi: https://doi.org/10.14210/alcance.v24n1.p036-049

Mota-Santos, C., Carvalho Neto, A., Oliveira, P., & Andrade, J. (2019) Reforçando a contribuição social de gênero: a servidora pública qualificada versus a executiva. Revista de Administração Pública, 53(1), 101-123. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-761220170156

Nascimento. S. D. (2014). Precarização do trabalho feminino: a realidade das mulheres no mundo do Trabalho. Revista Temporalis, 14(28), 39-56. doi: https://doi.org/10.22422/2238-1856.2014v14n28p39-56

Oliveira, I. G. S., Cardoso, S. P., Dias, R. S., & Borges Júnior, R. (2018). Influence of female boardroom presence on firm value: an analysis on companies listed on B3. Revista de Negócios, 23(3), 49-57. doi: http://dx.doi.org/10.7867/1980-4431.2018v23n3p49-57

Quirino, R. (2011). Mineração também é lugar de mulher! Desvendando a (nova?!) face da divisão sexual do trabalho na Mineração de Ferro. (Tese de Doutorado). UFMG, Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação. Belo Horizonte. Recuperado de: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-8NTGLQ

Reis, T. A., Dias, A. S., Oliveira, E. O., Costa, J. A., Cremonezi, G. O., & Spers, V. R. E. (2018). Desafios e Conflitos da mulher na busca da ascensão na carreira profissional. Revista de Carreiras e Pessoas, 8(3), 398-412.

Reis, S. J., Mota-Santos, C. M., Teixeira, M. B. M (2020). “Joguei a toalha!”: a realidade de executivas que decidiram retornar ao lar. Uma discussão sobre o fenômeno opt-out. Revista de Ciências da Administração, v.22, n. 56, p.8-26, 2020. doi: https://doi.org/10.20503/recape.v8i3.36820

Rocha-Coutinho, M. L., & Coutinho, R. R. (2011) Mulheres brasileiras em posições de liderança. Economia Global e Gestão, 16(1), 61-80. Recuperado de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-74442011000100005&lng=pt&tlng=pt.

Santos, M. H., & Amâncio, L. (2014). Sobreminorias em profissões marcadas pelo género: consequências e reações. Análise Social, (212), 700-726. Recuperado de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0003-25732014000300007&lng=pt&tlng=.

Silva, P. M. M., Rocha Neto, M. P., Brito, L. M. P., Barreto, L. K. S., & Gurgel, F. F. (2016). Equidade de gênero nas organizações: o trabalho e os desafios da mulher na construção civil. Organizações em Contexto, 12(24). doi: https://doi.org/10.15603/1982-8756/roc.v12n24p283-305

Susskind, R.; & Susskind, D. (2017) The future of the professions: How technology will transform the work of human experts. Glasgow: Oxford University Press.

Tanure, B., Carvalho Neto, A., & Mota-Santos, C. (2014). Pride and prejudice beyond the glass ceiling: Brazilian female executives´ psychological type. Revista de Ciências da Administração, 16(39), 210-223. doi: https://doi.org/10.5007/2175-8077.2014v16n39p210

Teixeira, C. M. (2009). As mulheres no mundo do trabalho: ação das mulheres, no setor fabril, para a ocupação e democratização dos espaços público e privado. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(2), 237-244. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-37722009000200012.

Valadares, B. H. A. (2016). Igualdade de gênero e autonomia das mulheres: estudo das novas práticas adotadas pelas grandes empresas brasileiras. (Dissertação de Mestrado). Puc Minas, Programa de pós-graduação em Direito- Belo Horizonte. Recuperado de: http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_ValadaresBHA_1.pdf

Vieira, A., & Amaral, G. A. (2013). A arte de ser beija-flor na tripla jornada de trabalho da mulher. Saúde e Sociedade, 22(2), 403-414. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-12902013000200012.

Published

2022-02-01