Tenente Camargo: a institucionalização de um “herói” regional

Autores/as

  • Ronaldo Zatta

Resumen

No ano de 1965, exatamente um ano após ter sido instaurada a Ditadura Militar no Brasil, uma grupo revolucionário articulado no Uruguai e intitulado Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN) adentrou nosso país com o intuito de fomentar um contragolpe. No entanto, pelo isolamento e pelo pequeno efetivo as Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN) não cumpriram seu objetivo sendo logo capturado pelo Exército brasileiro, que no seu encalço teve um de seus homens morto em combate, o sargento Carlos Argemiro de Camargo. Camargo fora transformado em herói pela instituição militar, sendo realizadas diversas solenidades militares e civis em sua homenagem sendo construído, em cima deste episódio, o que, neste estudo, chamamos de institucionalização do herói regional. Orientado pelos estudos de memória no que segue, será dada ênfase à investigação de como se deu a construção deste “herói”, a sua institucionalização que serviu para legitimar e condicionar uma memória política na região em prol dos interesses do Governo Militar no conturbado momento político em que vivia a nação. Sendo construída a figura do “herói” regional e mártir, que serviu como exemplo de nacionalidade e atitude contra a ameaça comunista em momentos de instabilidade política e ajudou a moldar sentimentos e opiniões em toda a sociedade regional.    

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