Herança de disciplina: a memória social do ruralismo sobre os trabalhadores rurais no estado do Rio de Janeiro (1900-1920)

Autores/as

  • Manoela Pedroza

Palabras clave:

Criança. Tutela. Lei do Ventre Livre.

Resumen

Este artigo tem por objetivo discutir a memória social sobre os trabalhadores rurais (os “nacionais” segundo a terminologia de época) criada e propagada pelo núcleo ruralista, fração da classe dominante fluminense na Primeira República. Entende-se que o período após a abolição e proclamação da República foi um momento de crise de dominação, quando relações de poder e de produção estavam sendo rapidamente solapadas ou questionadas. Por isso, seria necessário que o grupo ruralista, que hegemonizou com dificuldades a política estadual nas duas primeiras décadas do século, construísse uma imagem do trabalhador nacional – livre ou liberto – que justificasse políticas coercitivas ou disciplinarizadoras dessa força de trabalho. Um porta-voz importante desse discurso foi Alberto Torres, cujos textos escolhidos (alguns inéditos) vou analisar e contrapor com outras versões dessa memória, tentando explicitar o caráter intencional, parcial e “interessado” da construção de uma imagem que apagou os conflitos e idiotizou os homens livres e libertos pobres daquele momento, para melhor controlá-los.

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Publicado

2014-07-30

Número

Sección

Artigos