Um celeiro de mão-de-obra: trabalho indígena e o processo de civilização no Ceará (1812 – 1820)
Abstract
Tendo como delimitação temporal o governo de Manoel Ignáciode Sampaio no Ceará, este trabalho visa a analisar, em primeiro
lugar, o papel da força de trabalho indígena no processo de civilização,
disciplinamento e normatização da vida desta população
na capitania, bem como perceber as variadas (e a primeira vista
“contraditórias”) táticas de sobrevivência desses índios frente à
política estatal. Pudemos observar que, neste início do século XIX,
tentava-se implantar uma nova mecânica do poder, preocupada
em tirar o Ceará do estigma de sertão “brabo”, transformando os
índios em “nobres súditos” da coroa portuguesa. Diante dessa vigilância
cerrada e coerção ao trabalho, pudemos perceber as mais
diversas ações dos nativos diante de tais determinações, seja burlando
ou colaborando, mas sempre em busca de sobreviver neste
novo sistema disciplinar da sociedade colonial.
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