A história da educação: a cidade, a arquitetura escolar e o corpo

Autores

  • Maria de Fátima Guimarães Bueno

Resumo

Nesse artigo apresentamos considerações iniciais sobre a possibilidade  de nos aproximarmos da arquitetura dos grupos escolares paulistas, buscando prováveis conexões daquela com a cidade e o corpo, em fins do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Nele perguntamo-nos: a arquitetura do grupo escolar poderia ser estudada na tentativa de se rastrear as implicações que sua racionalidade funcional (localização, divisão e destinação dos espaços internos e externos, etc.) e suas características físicas (monumentalidade, volumetria, simetria, materiais empregados, elementos decorativos
etc.) trariam à conformação de posturas, de gestos, de olhares, da movimentação e ritmo de respostas corporais no espaço escolar? Esta funcionalidade e características trariam apenas indícios de intencionalidades norteadas pela vontade de controlar e disciplinar o corpo, através do esquadrinhamento do espaço e do tempo? Por outro lado, seria possível rastrear algum impacto dessa arquitetura e de suas implicações relativas à gestão do corpo, tempo e espaço na trama urbana, nas redes de sociabilidades e sensibilidades da população citadina? Tais questões sugeriram as potencialidades para a história da educação política dos sentidos de se rastrear as possíveis conexões entre a arquitetura escolar, a cidade e o corpo, identificando se e como a racionalidade desses espaços escolares suscitou experiências estéticas mobilizadoras da expressão coletiva e individual na cidade, para tanto privilegiamos o Grupo Escolar Dr. Jorge Tibiriçá, situado em Bragança Paulista, localizada no interior do estado de São
Paulo, na perspectiva de uma história da educação política dos
sentidos.

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