Ensino fundamental de nove anos como política educacional: sobre o processo de implementação e alguns desdobramentos para crianças (d)e famílias de baixa renda

Autores

  • Justina Inês Sponchiado

DOI:

https://doi.org/10.22196/rp.v14i29.1452

Palavras-chave:

Movimento de Mulheres Camponesas, campesinato, feminismo

Resumo

Este artigo reúne análises sobre concepções, indução e implementação de uma política educacional – o Ensino Fundamental de nove anos – que, na prática, traz como principal mudança o ajuste legal e a inserção de meninas e meninos de seis anos (e menos) num sistema escolar historicamente precarizado, sem que tivesse havido algum diálogo ou esforço de integração com a educação infantil e nem uma devida preparação para receber tais crianças. Sem exceções, os familiares entrevistados em pesquisa desenvolvida pela autora posicionam-se contrários à antecipação da idade de entrada no EF, falam de sofrimentos e dificuldades de suas crianças face às novas rotinas, e  expressam preocupação com o atropelo seus ritmos – próprios da ainda pequena infância – , no processoensinoaprendizagem; e até mesmo com a saúde e segurança de suas crianças, posto que a escola reúne “grandes e pequenos” sem os cuidados elementares que notam demandar tal situação (pelo menos recreio e banheiros em separado e com fechaduras que funcionem; água filtrada, reivindicam). Relacionando tais dados gerados no contexto da pesquisa, com análises sobre formas de exclusão que ocorrem mesmo quando as crianças se mantém  na escola, o presente artigo contribui para uma apreciação crítica da situação vivenciada  pelas novas gerações decrianças filhas de trabalhadores de baixa renda – os que mais esperam e apostam na escola pública, como verificado no universo da pesquisa, pois que de fato não dispõem de  outros modos de acesso ao conhecimento socialmente valorizado. 

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Como Citar

SPONCHIADO, J. I. Ensino fundamental de nove anos como política educacional: sobre o processo de implementação e alguns desdobramentos para crianças (d)e famílias de baixa renda. Revista Pedagógica, [S. l.], v. 14, n. 29, p. 227–258, 2013. DOI: 10.22196/rp.v14i29.1452. Disponível em: http://pegasus.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/1452. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ DESIGUALDADES SOCIAIS E ESCOLARES