A PERCEPÇÃO DO COTIDIANO DA AGRICULTURA FAMILIAR 30 ANOS APÓS DESLOCAMENTO COMPULSÓRIO PELA BARRAGEM DE ITAPARICA

Autores

  • Ivo Thadeu Lira Mendonça Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA)
  • Horasa Maria Lima da Silva Andrade Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE)
  • Ana Maria Dubeux Gervais Universidade Federal de Rural de Pernambuco (UFRPE)
  • Luciano Pires de Andrade Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE)

DOI:

https://doi.org/10.22295/grifos.v32i60.7067

Palavras-chave:

Agricultura familiar, Impactos socioeconômicos, Piscicultura, Programa Reassentamento Itaparica. Ruptura cultural.

Resumo

Considerando que a percepção e interesses de comunidades compulsoriamente deslocadas orientam a adaptação aos programas de compensação aplicados, procuramos descrever a percepção atual da população impactada em Petrolândia/PE, pela barragem hidroelétrica de Itaparica, a fim de problematizar os fatos vivenciados pela agricultura familiar, sua repactuação da reprodução e troca de saberes. As percepções foram captadas em momentos participativos com a comunidade, por meio da identificação dos atingidos sobre os impactos e os reflexos decorrentes do deslocamento, programa de compensação e reorganização socioeconômica. Três décadas depois, os atingidos julgam que houve melhoria na qualidade de vida, mesmo com mudanças no modelo produtivo da família, onde as ações compensatórias permitiram a permanência do cotidiano familiar no território. O reconhecimento por atingidos dar-se pela migração do território original, que é amenizada com a construção e adaptação de saberes empíricos no novo território. A adequação ao novo cotidiano parte da valorização e utilização dos saberes-fazeres tradicionais, a partir da manutenção da relação família-terra-trabalho. A piscicultura praticada como compensação contextualizada acomoda o cotidiano, fomentando vínculos de produção, aproveitamento e consumo de pescados, mitigando as persistentes cicatrizes do deslocamento.

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Biografia do Autor

Ivo Thadeu Lira Mendonça, Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA)

Doutorando em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial

Horasa Maria Lima da Silva Andrade, Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE)

Doutora em Etnobiologia e Conservação da Natureza

Ana Maria Dubeux Gervais, Universidade Federal de Rural de Pernambuco (UFRPE)

Doutora em Sociologia

Luciano Pires de Andrade, Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE)

Doutor em Etnobiologia e Conservação da Natureza

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Publicado

2023-01-26

Edição

Seção

Dossiê: Agroecologia, Sustentabilidade e Desenvolvimento Rural