ATIVIDADE APÍCOLA E A MORTANDADE DAS ABELHAS: RELATOS DA ASSOCIAÇÃO DE APICULTORES DE NONOAI/RS (AAPINO)
DOI:
https://doi.org/10.22295/grifos.v33i61.7023Palavras-chave:
Abelhas., Associação de Apicultores., Nonoai., Agrotóxicos.Resumo
O paradoxo da popularidade do uso de mel orgânico na alimentação humana encontra-se na escassez do ser vivo responsável pela sua produção: a abelha. Cresce, pois, a mortandade de abelhas e o uso de agrotóxicos nas monoculturas do país. Pretende-se verificar como este panorama se apresenta na realidade local. Por isso, o objetivo principal da pesquisa foi analisar os desafios enfrentados pela Associação de Apicultores de Nonoai/RS (AAPINO) no processo de produção de mel, assim como as consequências que a escassez das abelhas traz à apicultura. Os procedimentos metodológicos deram-se por meio de coleta de dados em pesquisa de campo do tipo comparativa, com entrevistas aos apicultores e representantes da Associação, além de visita ao entreposto e uso materiais bibliográficos. Entende-se que é primordial o engajamento de todos os atores do sistema alimentar (apicultores, agricultores, setor público, sociedade civil e consumidores) para que medidas de contenção da mortandade das abelhas sejam eficazes. Os apicultores da AAPINO apresentaram apreço pela atividade e consciência ambiental no manejo da atividade apícola, respeitando o compromisso de zelar pela saúde das abelhas.
Downloads
Referências
ABEMEL – Associação Brasileira dos Exportadores de Mel. Dados estatísticos do Mercado do Mel – 2016 a 2020. 2020. Disponível em: https://www.brazilletsbee.com.br/dados-setoriais.aspx. Acesso em: 12 abr. 2022.
AGROSABER. Pote cheio: Brasil tem produção de mel histórica. 19 nov. 2019. Disponível em: https://agrosaber.com.br/pode-cheio-brasil-producao-mel-recorde. Acesso em: 10 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Registro de Estabelecimentos – SIF ou ER. Brasília, 17 fev. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal/empresario/registro-de-estabelecimentos. Acesso em: 2 out. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Decreto n. 9.013, de 29 de março de 2017. Regulamenta a Lei n. 1.283, de 18 de dezembro de 1950, e a Lei n. 7.889, de 23 de novembro de 1989, que dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. Brasília, DF: Presidência da República, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9013.htm. Acesso em: 2 out. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 1.283, de 18 de dezembro de 1950. Dispõe sôbre a inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal. Brasília, DF: Presidência da República, 1950. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l1283.htm. Acesso em: 14 set. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 7.802, de 11 de julho de 1989. [Leis dos Agrotóxicos]. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, [...] inspeção e a fiscalização de agrotóxicos [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 1989. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7802.htm. Acesso em: 14 set. 2020.
CÂMARA, Carlos Piffero et al. Percepção etnobotânica associada à apicultura: espécies vegetais com potencial melífero para o Semiárido Potiguar, região de Caatinga, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Hoehnea, n. 48, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hoehnea/a/h6k6qCMyGvjxBMQm95zzLRJ/#. Acesso em: 31 jul. 2022.
CARNEIRO, Fernando Ferreira et al. (org.). Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: EPSJV; São Paulo: Expressão Popular, 2015. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/wp-content/uploads/2013/10/DossieAbrasco_2015_web.pdf. Acesso em: 11 abr. 2022.
CARSON, Rachel. Primavera Silenciosa. 2. ed. Tradução Raul de Polilo. São Paulo: Melhoramentos, 1969.
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Comunicado técnico. Edição 30/2021. Disponível em: https://cnabrasil.org.br/storage/arquivos/Comunicado-Tecnico-CNA-ed-30_2021.pdf. Acesso em: 28 jul. 2022.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução Magda Lopes. 3 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2010.
DMITRUK, Hilda Beatriz (org.). Cadernos metodológicos: diretrizes do trabalho científico. 8. ed. Chapecó: Argos, 2013.
ESCOBAR, Juliana. Sugestões da Embrapa são incorporadas a projeto de lei que propõe a criação de Política Nacional de incentivo à Apicultura e à Meliponicultura. Embrapa, Brasília, 14 nov. 2019. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/48147835/sugestoes-da-embrapa-sao-incorporadas-a-projeto-de-lei-que-propoe-a-criacao-de-politica-nacional-de-incentivo-a-apicultura-e-a-meliponicultura. Acesso em: 10 set. 2020.
FOSSÁ, Juliano; RENK, Arlene Anélia. O conceito de agricultura familiar: retrocessos do presente. Grifos, Chapecó, v. 30, n. 54, p. 74-93, mar. 2021. Edição Especial (58º Congresso da SOBER): Dossiê – Dinâmicas da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Rural Brasileiro. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/grifos/article/view/5919. Acesso em: 16 abr. 2022.
GOMES, José Almir Ferreira et al. Frequência e forma de uso do mel de abelhas no sertão central de Pernambuco. In: RIBEIRO, Júlio César; SANTOS, Carlos Antônio dos (org.). A face transdisciplinar das ciências agrárias. Ponto Grossa: Atena, 2019. p. 234-240. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Rafael-Santos-De-Aquino/publication/353833240_FREQUENCIA_E_FORMA_DE_USO_DO_MEL_DE_ABELHAS_NO_SERTAO_CENTRAL_DE_PERNAMBUCO/links/622ce5543c53d31ba4be4676/FREQUENCIA-E-FORMA-DE-USO-DO-MEL-DE-ABELHAS-NO-SERTAO-CENTRAL-DE-PERNAMBUCO.pdf. Acesso em: 20 jul. 2022.
LOURENÇO, Tainá; STELLA, Rita. Monocultura contribui para sumiço das abelhas e vespas solitárias. Revista Attalea Agronegócios, ano 12, ed. 150, jun. 2019. Disponível em: https://revistadeagronegocios.com.br/monocultura-contribui-para-sumico-de-abelhas-e-vespas-solitarias/. Acesso em: 15 nov. 2019.
MEIRELLES, Rafael Narciso et al. O furto como um fator limitante na criação de abelhas. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v. 26, n. 1, p. 82-91, 16 abr. 2020. Disponível em: http://revistapag.agricultura.rs.gov.br/ojs/index.php/revistapag/article/view/624. Acesso em: 31 jul. 2022.
MENENGIDIO, Fabiano; RUFO, Henrique. Trangenofobia e a morte secreta de abelhas. Observatório da Imprensa: Feitos & Desfeitas, São Paulo, ed. 837, 10 fev. 2015. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed837_transgenicofobia_e_a_morte_secreta_das_abelhas/#comentarios. Acesso em: 15 nov. 2019.
PEREIRA, Fábia de Mello et al. Colheita e pós-colheita. Revista Sistemas de Produção: Embrapa Meio-Norte, Brasília, jul. 2003. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/territorio_sisal/arvore/CONT000fckg3dhb02wx5eo0a2ndxyauspqau.html. Acesso em: 24 set. 2020.
IPBES – Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. Media Release: Nature’s Dangerous Decline ‘Unprecedented’; Species Extinction Rates ‘Accelerating’. 2019. Disponível em: https://ipbes.net/news/Media-Release-Global-Assessment#_ftnref1. Acesso em: 15 nov. 2019.
NONOAI (Cidade). Prefeitura Municipal. Sobre Nonoai. 2021. Disponível em: https://www.nonoai.rs.gov.br/o-municipio/a-cidade. Acesso em: 11 abr. 2022.
PACÍFICO-DA-SILVA, Idalécio; MELO, Marília Martins; SOTO-BLANCO, Benito. Efeitos tóxicos dos praguicidas para abelhas. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v. 10, n.1, p. 142 – 157, jan/mar 2016. Disponível em: http://www.higieneanimal.ufc.br/seer/index.php/higieneanimal/article/view/296. Acesso em: 30 jul. 2022.
RONDON, Marcos José Cardoso. Uso de mel na prática cultural na saúde das populações da zona urbana e rural do MS. 2015. 131 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária) – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2015. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/16160-dissertac-a-o-marcos.pdf. Acesso em: 20 jul. 2022.
ROTTEN: Lawyer, Guns and Honey. Ep. 1. Netflix Studios, 2017. Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/80146284. Acesso em: 10 out. 2019.
SANTOS, Mariana Peres Almeida dos. Avaliação do formicida Citromax à base de Fipronil no combate às Saúvas (Atta sexdens). Revista Controle Biológico, Campinas, v. 2, p. 22-27, jan. 2010. Disponível em: https://www2.ib.unicamp.br/profs/eco_aplicada/revistas/be300_vol2_6.pdf. Acesso em: 2 out. 2020.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Qual a diferença entre apicultura e meliponicultura? 16 set. 2019. Disponível em: https://respostas.sebrae.com.br/pergunta/qual-a-diferenca-entre-apicultura-e-meliponicultura/. Acesso em: 11 set. 2020.
SILVA, Renan do Carmo Marinho; DELLA TORRE, Priscila Aparecida; MATOS, Janara de Camargo. O uso incorreto do inseticida fipronil e sua influência na morte das abelhas no sul do Brasil. Revista Processando o Saber, Praia Grande, v. 13, p. 93-110, 9 jun. 2021. Disponível em: https://www.fatecpg.edu.br/revista/index.php/ps/article/view/154/136. Acesso em: 11 abr. 2022.
TADEI, Rafaela et al. Late effect of larval co-exposure to the insecticide clothianidin and fungicide pyraclostrobin in Africanized Apis melífera. Nature: Scientific Reports, Berlin, v. 9, p. 1-11, mar. 2019. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41598-019-39383-z. Acesso em: 15 nov. 2019.
VIDAL, Maria de Fatima. Evolução da produção de mel na área de atuação do BNB. Caderno Setorial ETENE, Fortaleza, ano 4, n. 62, p. 1-7, jan. 2019. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/375/3/2019_CDS_62.pdf. Acesso em: 1 out. 2020.
WOLFF, Luis Fernando. Apicultura sustentável na propriedade familiar de base ecológica. Pelotas: Embrapa Clima Temperado; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2007. (Circular Técnica 64). Disponível em: https://www.bibliotecaagptea.org.br/zootecnia/apicultura/livros/APICULTURA%20SUSTENTAVEL%20NA%20PROPRIEDADE%20FAMILIAR%20DE%20BASE%20ECOLOGICA.pdf. Acesso em: 15 nov. 2019.
WOLFF, Luis Fernando. Sistema de produção de mel para a região sul do Rio Grande do Sul. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2018. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1104382/1/Sistema26web.pdf. Acesso em: 20 out. 2020.
ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de Pesquisa. 2. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Grifos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Estou ciente de que, em sendo aprovado, a publicação do artigo será no formato on-line no Portal de Periódicos da Unochapecó.
Também tenho ciência de que há autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Do ponto de vista do Creative Commons, a Revista Grifos é de acesso aberto e irrestrito, porém não permitindo adaptações nos artigos, nem o uso comercial.
Sobre a licença Creative Commons: As licenças e instrumentos de direito de autor e de direitos conexos da Creative Commons forjam um equilíbrio no seio do ambiente tradicional “todos os direitos reservados” criado pelas legislações de direito de autor e de direitos conexos. Os nossos instrumentos fornecem a todos, desde criadores individuais até grandes empresas, uma forma padronizada de atribuir autorizações de direito de autor e de direitos conexos aos seus trabalhos criativos. Em conjunto, estes instrumentos e os seus utilizadores formam um corpo vasto e em crescimento de bens comuns digitais, um repositório de conteúdos que podem ser copiados, distribuídos, editados, remixados e utilizados para criar outros trabalhos, sempre dentro dos limites da legislação de direito de autor e de direitos conexos.
A Revista Grifos adota o sistema: Atribuição-SemDerivações-SemDerivados CC BY-NC-ND: Permite o download dos seus trabalhos e o compartilhemento desde que atribuam crédito, mas sem que possam alterá-los de nenhuma forma ou utilizá-los para fins comerciais.
- Autores concedem à revista o direito de publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- A Política de Direito Autoral adotada está cadastrada no Diadorim <diadorim.ibict.br>.
