IDENTIDADES CONTINGENTES E CULTURA MATERIAL NA PÓS-MODERNIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22295/grifos.v31i55.6135

Palavras-chave:

Pós-modernidade, Feminismos, Sexualidades, Urbanidade

Resumo

A vanguarda dos movimentos feministas e homossexuais tomou a dimensão pública do questionamento da modernidade desigual, requerendo autonomia às mulheres e reconhecimento às dissidências sexuais, diante de uma sociedade machista e preconceituosa. De alguma maneira, esses movimentos foram importantes para tornar real a problemática de uma materialidade não representativa para corpos, identidades e desejos em desacordo com a ordem e a moralidade constituídas na modernidade. Contudo, no contexto da pós-modernidade, onde a cultura material ainda atende aos desejos predominantes da cisheterossexualidade masculina, quais as contribuições do feminismo e das sexualidades queer para descentrar os significados do planejamento urbano homogêneo e fomentar novas representações identitárias? No âmbito cultural, será que podemos considerar o conceito de modernidade líquida relativa apenas às identidades femininas e dissidentes enquanto para as tradições institucionais permaneceria a sólida concepção da materialidade cartesiana? Através de revisão bibliográfica e análise interdisciplinar, apresentamos algumas experiências de urbanidades conformadas pelo senso de reciprocidade e respeito à diversidade.

Biografia do Autor

Marcos Sardá-Vieira, Universidade Federal da Fronteira Sul

Arquiteto, urbanista e doutor em Ciências Humanas. Professor adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

Referências

ALVES, Branca Moreira; PITANGUY, Jacqueline. O que é feminismo. São Paulo: Editora Abril Cultural: Brasiliense, 1985.

ANTONUCCI, Denise; BUENO, Lucas. A construção do espaço público em Medellín. Quinze anos de experiência em políticas, planos e projetos integrados. Arquitextos, São Paulo, Vitruvius, 2018. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/19.218/7022 Acesso 25 fev. 2021.

ÁVILA, Maria Betânia. Direitos sexuais e reprodutivos: desafios para as políticas de saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19 (Sup.2), p. 465-469, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v19s2/a27v19s2.pdf Acesso 25 fev. 2021.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.

BOURNAZOU MARCOU, Eftychia Danai. Disputas por el espacio público en la planeación neoliberal. La conquista ciudadana de Tempelhof. Bitácora Arquitectura, [S.l.], n. 38, p. 30-41, sep. 2018. Disponível em: http://www.revistas.unam.mx/index.php/bitacora/article/view/67058 Acesso 25 fev. 2021.

COLLING, Leandro (org.). Stonewall 40 + o que no Brasil? Salvador: EDUFBA, 2011.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução de Mariana Echalar. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

FERNANDES, Ana. Cidades e cultura: rompimento e promessa. In: JEUDY, Henri Pierre. JACQUES, Paola Berenstein (org.). Corpos e cenários urbanos: territórios urbanos e políticas culturais. Tradução Rejane Janowitzer. Salvador: UFBA; PPG-AU/FAUFBA, p. 51-64, 2006.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 1: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 1. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014.

FRY, Peter; MACRAE, Edward. O que é homossexualidade. São Paulo: Abril Cultural/Brasiliense, 1985.

GOMES, Maurício Pereira. “Se eu passar despercebido o baile não prestou!”: Visibilidade e resistência viada no interior de Santa Catarina. 2019. Tese (doutorado). Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. Florianópolis: UFSC, 2019.

GOMES, Nilma Lino. Políticas públicas para a diversidade. Sapere Aude, v. 8, n. 15, p. 7-22, 22 jul. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2017v8n15p7 Acesso em 25 fev. 2021.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HAESBAERT, Rogério. Viver no limite: território e multi/transterritorialidade em tempos de in-segurança e contenção. 1. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.

HALBERSTAM, Judith. The queer art of failure. Durham and London: Duke University Press, 2011.

JARVIS, Helen. Alternative visions of home and family life in Christiania: lessons for the mainstream. In: THÖRN, Hakan; WASSHEDE, Cathrin; NILSON, Tomas (ed.). Space for urban alternatives? Christiania 1971-2011. Copenhagen: Gidlunds Förlag, p. 156-180, 2011.

LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vânia Carneiro de. O corpo na cidade: gênero, cultura material e imagem pública. Estudos Históricos, Rio de Janeiro [on-line], v. 24, n. 48, p. 233-263, 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21862011000200001 Acesso 25 fev. 2021.

LISBOA, Teresa Kleba. Violência de gênero, políticas públicas para o seu enfrentamento e o papel do serviço social. Temporalis, [S.1.], vol. 1, n. 27, p. 33-56, ago. 2014.

LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Tradução Ricardo Corrêa Barbosa. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.

MISKOLCI, Richard. Diversidade ou diferença? Revista Cult, ano 18, n. 205, p. 16-19, 2015.

______. Crítica à Hegemonia Heterossexual. Revista Cult, ano 17, n. 193, p. 33-35, 2014.

MUNFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. Tradução Neil R. da Silva. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

PEDRO, Joana Maria. O feminismo de "segunda onda". Corpo, Prazer e Trabalho. In: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria (org.). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, p. 238-259, 2012.

SASSEN, Saskia. The global city: Introducing a concept. Brown Journal of World Affairs, v. XI, Issue 2, p. 27-43, 2005.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.

SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e Urbanização. 16. ed. São Paulo: Contexto, 2012.

VELÁZQUEZ, Susana. Violencias cotidianas, violencias de género: escuchar, aprender, ayudar. Buenos Aires: Ediciones Paidos Iberica, 2003.

Downloads

Publicado

2021-09-30

Edição

Seção

Dossiê: Gênero, Diversidade Sexual e Políticas Públicas