Os Sítios Simbólicos de Pertencimento dos colonos e dos caboclos do oeste de Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.22295/grifos.v27i45.4463Palavras-chave:
Escola, Ensino, PensamentoResumo
Tendo como ponto de partida os hábitos alimentares regionais e os contextos em que tais alimentos são produzidos e consumidos, busca-se neste texto problematizar a abordagem teórica dos sítios simbólicos de pertencimento, ainda de pouca circulação no Brasil. A partir de dados empíricos relacionados aos hábitos alimentares e das festividades organizadas em torno do consumo de alimentos originários do saber-fazer dos agricultores, analisa-se a presença na região oeste de Santa Catarina de dois Sítios Simbólicos de Pertencimento. Um deles formado pelos descendentes de imigrantes europeus (italianos, alemães e poloneses). O outro pelos caboclos, população pré-existente à chegada dos colonos. Os caboclos foram excluídos de suas terras para dar lugar àqueles. Estabelecem-se comparações entre a noção de Sítio com outras noções, em especial com a de habitus de Bourdieu e a de economia substantiva de Karl Polanyi. Dentre as conclusões sublinha-se que a noção de sítios simbólicos de pertencimento oferece recursos ao estudar o homo situs como animal territorial. No caso analisado, tem-se um território partilhado com duas territorialidades, marcadas por processos históricos distintos, a inclusão pela colonização, para um grupo e a exclusão para outro grupo. A escolha do idioma da comida como fio condutor permitiu traçar o homo situs apontando as peculiaridades, a processualidade e os desdobramentos dos entrecruzamentos das histórias.
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