Os Sítios Simbólicos de Pertencimento dos colonos e dos caboclos do oeste de Santa Catarina

Autores

  • Clovis Dorigon Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri
  • Arlene Renk

DOI:

https://doi.org/10.22295/grifos.v27i45.4463

Palavras-chave:

Escola, Ensino, Pensamento

Resumo

Tendo como ponto de partida os hábitos alimentares regionais e os contextos em que tais alimentos são produzidos e consumidos, busca-se neste texto problematizar a abordagem teórica dos sítios simbólicos de pertencimento, ainda de pouca circulação no Brasil. A partir de dados empíricos relacionados aos hábitos alimentares e das festividades organizadas em torno do consumo de alimentos originários do saber-fazer dos agricultores, analisa-se a presença na região oeste de Santa Catarina de dois Sítios Simbólicos de Pertencimento. Um deles formado pelos descendentes de imigrantes europeus (italianos, alemães e poloneses).  O outro pelos caboclos, população pré-existente à chegada dos colonos. Os caboclos foram excluídos de suas terras para dar lugar àqueles. Estabelecem-se comparações entre a noção de Sítio com outras noções, em especial com a de habitus de Bourdieu e a de economia substantiva de Karl Polanyi. Dentre as conclusões sublinha-se que a noção de sítios simbólicos de pertencimento oferece recursos ao estudar o homo situs como animal territorial. No caso analisado, tem-se um território partilhado com duas territorialidades, marcadas por processos históricos distintos, a inclusão pela colonização, para um grupo e a exclusão para outro grupo. A escolha do idioma da comida como fio condutor permitiu traçar o homo situs apontando as peculiaridades, a processualidade e os desdobramentos dos entrecruzamentos das histórias.

 

Biografia do Autor

Clovis Dorigon, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri

Graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1986), mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1997), doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ/Coppe em (2008), com período sanduiche pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) de Paris. Atualmente é pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)/Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar (Cepaf). Tem experiência na área de sociologia econômica, atuando principalmente nos seguintes temas: sistema agroalimentar, inovação e novos mercados agroalimentares de qualidade, agricultura familiar, agroindústria familiar rural e desenvolvimento rural e regional.

Arlene Renk

Mestre e doutora em Antropologia pelo Museu Nacional /UFRJ, professora dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Chapecó – Santa Catarina – Brasil. E-mail: arlene@unochpapeco.edu.br

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Publicado

2018-12-21

Edição

Seção

Dossiê Questões Rurais e Políticas Públicas