Superexploração e o processo de adoecimento pelo trabalho na indústria frigorífica de Chapecó/SC
DOI:
https://doi.org/10.22295/grifos.v26i43.3768Palavras-chave:
Conflitos organizacionais, administração de conflitos, conflitos nas empresasResumo
Apresentaremos, neste texto, um recorte de nossa tese que teve como tema central a temporalidade e a corporeidade em processos de adoecimento. Aqui objetivamos destacar a relação entre a superexploração e o adoecimento de trabalhadores. As análises das entrevistas narrativas com profissionais, sindicalistas e trabalhadores, situadas no contexto social e histórico do Oeste Catarinense indicaram que a consolidação da indústria na região Oeste Catarinense abriu um campo de possibilidades de trabalho caracterizado em sua origem pela absorção dos trabalhadores advindos da agricultura, e, mais recentemente, pela fusão entre duas grandes empresas do setor que deu origem à corporação que chamamos de SPFood. Sinalizaram, também, que a aceleração do ritmo de trabalho liga-se, por um lado, às estratégias de gestão que impõem o tempo de trabalho utilizando-se de argumentos ressaltando a condição historicamente construída de sair do meio rural para trabalhar no frigorífico; e, por outro lado, ao adoecimento dos trabalhadores que extrapolam seus limites orgânicos e psíquicos em função das metas. Por fim, os entrevistados apontam aspectos cronológicos: a fusão entre as duas multinacionais em 2009; a eleição da diretoria sindical afeita a reivindicações por saúde, em 2010; e, a efetivação da NR-36 – norma que regulamenta o trabalho em frigoríficos, em 2013. Estes acontecimentos expressam que a superexploração do trabalho mediante o fortalecimento político e econômico da corporação, sobretudo após a entrada no mercado de ações, tem como foco o tempo de trabalho.
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