Entraves para inclusão de gênero nas políticas de crédito no meio rural

Autores

  • Sirlei Aparecida Fernandes UFSC

DOI:

https://doi.org/10.22295/grifos.v22i34/35.1624

Resumo

Ao pensar políticas de desenvolvimento para o meio rural, é necessário questionar as desigualdades sociais e econômicas que permeiam o debate sobre gênero e agricultura familiar no espaço rural brasileiro. As desigualdades de gênero no meio rural são refletidas no acesso desigual aos recursos econômicos e benefícios oriundos das políticas públicas. Diante deste debate, nas décadas de 1980 e 1990, os movimentos sociais organizados, entre eles, o Movimento de Mulheres Camponesas, pressionam o governo brasileiro a fazer política de crédito diferenciada aos agricultores e agricultoras familiares, fato que resultou em 1996 na criação do crédito Pronaf Geral. E, em 2003, sob sistema de cotas, o Pronaf Mulher, cujo propósito é valorizar e dar visibilidade ao trabalho das mulheres no âmbito da propriedade rural. Partindo de alguns dados estatísticos se percebeu um índice muito baixo de mulheres que acessavam este crédito. Conforme observação empírica exploratórias, realizada em duas regiões de Santa Catarina, se constatou que quanto menos capitalizada for a família, e quanto menor a escolaridade das mulheres, menos acesso elas têm ao crédito.Também foi notório o acesso ao crédito por parte das mulheres que estavam inseridas no Movimento de Mulheres Camponesas. Este artigo se propõe discutir os principais entraves de acesso aos recursos das políticas de crédito por parte das mulheres apontando alguns meios que favorecem o acesso. 

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Publicado

2014-11-05

Edição

Seção

Dossiê Movimento de Mulheres Camponesas em Santa Catarina: 30 anos construindo a luta camponesa e feminista