Os governos não centrais: compartilhamento de competências na dimensão subnacional dos Estados

Autores

  • Idir Canzi Unochapecó
  • Marcelo Markus Teixeira Unochapeco

DOI:

https://doi.org/10.46699/rduno.v2i3.5292

Palavras-chave:

Mídia, Biopoder, Corpo

Resumo

O artigo problematiza sobre o compartilhamento de competências dos denominados governos não centrais, situados na dimensão subnacional e local (Estados federados, municípios e comunidades territoriais não estatais). Os governos não centrais, consideradas as especificidades de sua natureza jurídica e atividades desenvolvidas na atualidade e cena internacional, também podem ser classificados como sujeitos emergentes da sociedade internacional contemporânea. O desenvolvimento temático se concentra na abordagem preliminar do compartilhamento de competências dos Estados federados e comunidades estatais nos ordenamentos europeus, seguida da inserção dos municípios brasileiros no assunto. A conclusão se dirige em apontar  que o compartilhamento de competências entre Estado e entidades territoriais de caráter público, no equilíbrio interno dos Estados, se fortalece cada vez mais no contexto da atual conjuntura política e econômica que liga o global ao local e vice-versa, provocadora de uma significativa flexibilização da soberania Estatal centralizada, em tempos de grandes mudanças de paradigmas. Trata-se de pesquisa bibliográfica, pautada pela utilização do método dedutivo.

Biografia do Autor

Idir Canzi, Unochapecó

Doutor em Direito Internacional Público pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da UNOCHAPECÓ-SC. Advogado

Marcelo Markus Teixeira, Unochapeco

Doutor em Direito Internacional Privado pela Universität zu Köln (Alemanha). Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da UNOCHAPECÓ-SC. Advogado e Árbitro.

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2020-05-25

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Artigos