Por Samara Sgarbossa*
A pandemia do coronavírus fechou escolas, universidades e centros técnicos e, com isso, as aulas foram forçadas a seguir o modelo de ensino a distância. Passado um ano do confinamento, estudantes criticam ensino remoto.
Para alguns alunos, o ensino a distância possui obstáculos relacionados à conectividade, explica a secretária de educação de Seara, Fabiana Mariani. Muitos moram em lugares afastados e o sinal é fraco ou não possuem acesso à rede, dificultando o acompanhamento das aulas e recebimento de atividades.
A estudante de zootecnia na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Alana Volpini, 23 anos, residente no interior do município de Concórdia/SC tem dificuldades de acompanhar as aulas remotas pela questão de conexão. “O sinal da internet é muito instável, principalmente nos horários de pico, os vídeos e fotos enviados e/ou recebidos não baixam e o meet trava bastante durante o decorrer das aulas. ”
Já a estudante do Ensino Médio, Letícia Sgarbossa, 17 anos, enfrenta problemas na concentração ao acompanhar as aulas e estudar em casa. “O principal impasse enfrentado relaciona-se à disciplina, foco e rendimento em aula, pois é muito difícil estudar sem auxílio presencial de um professor. Em casa tudo nos distrai. ” Apesar das dificuldades, ela tem conseguido realizar as atividades propostas.
A estudante de jornalismo na Universidade Comunitária da Região de Chapeco (Unochapecó), Poliana Peri, 21 anos também percebeu dificuldades para concentra-se em casa e sentiu falta da socialização do ambiente universitário. “No início até fluía, mas depois de um tempo sente-se falta do ambiente acadêmico e do professor por perto”.
Não há números de evasão escolar Santa Catarina. O único número que pode dar noção dessa situação estadual é a quantidade de alunos que estão conseguindo estudar em casa. Segundo o governo, as atividades não presenciais alcançaram 522 mil dos 557 mil alunos da rede, ou seja, 97%.
Por conta dessa situação, o estado está, juntamente com a ferramenta Busca Ativa, tentando localizar os demais alunos – cerca de 35 mil – para evitar que percam o ano letivo ou abandonem a escola.
Para a secretária da educação de Seara, Fabiana Mariani, a tecnologia era usada antes da pandemia de maneira tímida. A pandemia serviu como empurrão para muitos avanços nesta área. Depois de um ano do isolamento social e afastamento das escolas, o método adotado de ensino a distância é válido, mas passar por melhorias, entende a secretária.
“O futuro da educação pós pandemia será de muita utilização da tecnologia, efetivar o uso e provar que é possível mudar os sistemas de aprendizagem, adaptações, reinvenções e sair do modelo usualmente usado em sala de aula”, finaliza Fabiana.
(*) Com orientação do professor Hygino Vasconcellos