Texto: Vitor Bianchin
Créditos fotos: Vitor Bianchin
Debate com o escritor abordou a importância da educação na qualidade de vida
Em um mundo cada vez mais conectado e atravessado pela internet, desenvolver o hábito da leitura pode ser um grande diferencial na qualidade de vida das pessoas. Discutir formas eficazes de direcionar os jovens ao gosto pelos livros é uma missão coletiva, especialmente dos professores e da comunidade escolar. Este foi o objetivo da Noite da Educação, realizada na Feira do Livro nesta quinta-feira (25).
O evento recebeu o escritor catarinense Cristóvão Tezza, linguista, crítico literário, professor universitário, mestre pela UFSC e doutor pela USP. O autor, que já publicou mais de 20 livros e tem suas obras traduzidas em 18 países, subiu ao palco do Salão Welcy Canals para debater o desenvolvimento social e cultural do Oeste catarinense nas próximas décadas. A conversa foi mediada pelo professor Diego Dal Bosco, do Programa de Pós-graduação em Educação da Unochapecó.
Ao longo da palestra, Tezza ressaltou que a leitura profunda deu lugar à leitura fragmentada, muitas vezes limitada a manchetes e informações superficiais. A identificação da lógica da internet, que constantemente interrompe a concentração com links para novas leituras, alimenta a impaciência do público ávido por informações rápidas e variadas. “O império da leitura e da escrita passou a ser um império da frase solta, do vazio, e da falta de contexto. Ninguém lê mais nada”, destacou.
Tezza alertou para a baixa incidência do hábito entre os jovens, apontando como os maiores riscos para o futuro social, cultural e intelectual das próximas gerações. Segundo o autor, a própria estrutura da internet molda a forma como as pessoas leem e processam informações, e influencia diretamente a qualidade de vida. “No mundo onde as relações sociais, econômicas e culturais são profundamente influenciadas pela tecnologia digital, discutir a importância e os desafios da leitura torna-se não apenas relevante, mas crucial para a formação de cidadãos críticos e conscientes”, afirmou.
Ainda sobre a questão da qualidade de vida, Tezza refletiu que o hábito de leitura é a base sólida sobre a qual podemos construir um futuro mais próspero e esclarecido para todos. “É essencial compreendermos que o ato de ler não apenas enriquece nossa mente individualmente, mas fortalece os laços coletivos e cria um mundo mais informado, crítico e conectado”, concluiu.