Concurso de cosplay traz universo dos desenhos animados à vida real na Feira do Livro

Concurso de cosplay traz universo dos desenhos animados à vida real na Feira do Livro

Créditos Texto: Emilly Bueno

Créditos Fotos: Emilly Bueno

Quem visitou a Feira do Livro na tarde do último domingo (28), se surpreendeu com a presença de personalidades inéditas. Passeando entre os estandes, os visitantes puderam conhecer desde personagens da cultura japonesa como a Nezuko, do anime Demon Slayer, até o amigo da vizinhança, o Homem-Aranha, personagem conhecido pelas histórias em quadrinhos e filmes da Marvel. A aparição ocorreu graças a novidade na edição deste ano da Feira do Livro de Chapecó, o primeiro Concurso de Cosplay da Feira.

O cosplay, ou costume-play (brincadeiras com fantasias), é uma prática popular principalmente entre os jovens, mas que abrange públicos de todas as idades. Seu surgimento remonta à década de 1970 nos Estados Unidos, quando um evento propôs que as pessoas fossem fantasiadas de super-heróis, para entrar gratuitamente. O evento se popularizou em todo o mundo. A ideia é dar vida aos personagens não somente com as roupas características, mas também cabelos, maquiagem, acessórios e até mesmo cenários dos filmes. Ah, também vale combinar com a galera um cosplay em grupo!

Organizador do concurso, o escritor Vilker Martins é especialista em literatura infantil e juvenil, e trouxe a atividade com o propósito de dinamizar ainda mais a Feira. “O livro tem tudo a ver com a gente viver a aventura, entrar nele e viver a magia. E quem gosta de livro, cinema também, vive o personagem. O objetivo dela é trazer algo novo, e estamos muito animados”, declara. O concurso contou com 14 participantes, que usaram fantasias de animes, filmes e séries.

A promotora de vendas e cosplayer nas horas vagas, Bruna Regina Soares, que escolheu o personagem Kenshin Himura, protagonista do anime Samurai X para competir, comenta sua experiência em eventos desse tipo. “Há um ano eu participo, como eu gosto de assistir anime, meus amigos me convidaram e eu acabei indo em um concurso, improvisei um cosplay de última hora e percebi que era uma coisa que eu gostava muito e comecei a investir nisso como um hobby”, declara. Bruna diz ainda que a ideia vai além da diversão, já que o cosplayer precisa saber performar: “você tem que entrar na alma do teu personagem, tentar entender o sentimento, a história por trás, e poder transpassar isso pro público”. 

Esse ponto também é considerado pela comissão de jurados, que definiu os vencedores baseados em três conceitos: criatividade, fidelidade e, claro, performance no palco. A Feira premiou os três melhores cosplays com a camiseta oficial do evento e vales livros de R$200,00, 150,00 e R$100, respectivamente. Além de competir, outro ponto importante levantado pelo concurso é a valorização das expressões artísticas, como aponta a jurada e professora de artes Ariana Reck: “a importância desse concurso é imprescindível, imensurável. Na Escola de Artes temos algumas demonstrações e sabemos que é um rumo incrível no mundo inteiro, tem a Comic Con, por exemplo, que é um dos eventos mais famosos do mundo. O cosplay não é só diversão, ele estimula muito a criatividade das crianças até os adultos”. O também jurado, professor Fábio Daniel Vieira argumenta que valorizar a cultura local é muito importante e principalmente, aproveitar o momento. O professor de arte e fã de quadrinhos Sid Geremia completou o trio de jurados.

O público do concurso pôde acompanhar as apresentações de personagens de franquias famosas, como o Ghostface de Pânico, Darth Vader de Star Wars e, até mesmo o apresentador e organizador do evento, Vilker Martins, se fantasiou. 

A decisão foi difícil, mas os jurados decidiram que o cosplay que merecia levar o primeiro lugar para casa foi a Princesa Mononoke, interpretada pela estudante Giovana Stevanin Padilha. O filme Princesa Mononoke se passa no Japão, e conta a história do envolvimento do príncipe Emishi Ashitaka em uma luta entre os deuses de uma floresta e humanos. 

A cosplayer relata que a fantasia foi customizada por ela e amigos, e demorou meses para ser finalizada. “É a segunda vez que eu ganho um concurso, mas é a primeira vez que eu ganho sozinha, então estou muito feliz. Eu fiz tudo à mão, tudo fui eu que costurei ou pedi ajuda de algum amigo”, conta. Giovana revela que pretende gastar o seu vale-livro em mangás (história em quadrinhos oriental) para ela e os amigos que ajudaram no seu processo criativo. 

O segundo lugar na competição ficou para o Chapeleiro Maluco, da obra de Lewis Carroll, e o terceiro para o cosplay de Sakonji Urokodaki, personagem do anime Demon Slayer (Kimetsu no Yaiba, no original em japonês). 

MENÇÃO HONROSA (OU HORROROSA) 

Personagem querido pela comunidade geek, maneira utilizada para referir-se aos amantes da cultura pop, o Homem-Aranha do Metaverso arrancou boas risadas de quem estava presente. O ‘miranha’ não apenas ganhou o coração das crianças, como também uma menção ‘horrorosa’ da comissão de jurados. Isso porque a performance do personagem abalou, literalmente, a estrutura do evento: no palco, ao coreografar os movimentos do Homem-Aranha original, o cosplayer perdeu o controle e derrubou a treliça que compunha o cenário do palco da Feira. 

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