Painel realizado nesta quinta-feira (25) abordou práticas de sustentabilidade em instituições
Nos últimos anos, o universo corporativo tem sido impactado pela eclosão de uma nova pauta: a governança corporativa. A temática é representada pela sigla ESG, ou Environment Social Governance – os aspectos sociais e ambientais que norteiam a forma como as empresas são gerenciadas. Por meio das práticas de ESG, as empresas passam a pensar no seu impacto na sociedade e no meio ambiente com mais atenção. De acordo com pesquisas recentes, mais de 90% das grandes corporações globais informam dados ESG em seus relatórios anuais.
Para debater essa temática, a Feira do Livro trouxe, nesta quinta-feira (25), a Noite de Negócios. Realizado em parceria com o Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis e Administração (PPGCA) da Unochapecó, o painel trouxe especialistas para abordar a importância da sustentabilidade no ambiente empresarial e os princípios do ESG. O debate foi mediado pelo professor Sady Mazzioni, docente do PPGCA.
O engenheiro florestal Rafael Lessa, mestre em Ciência da Madeira (FURB), compartilhou sua jornada de transformação em busca de práticas mais sustentáveis no setor da construção civil. “Eu vendia madeira para a construção civil, mas percebi que meu produto estava gerando um desperdício enorme de carbono, algo que me incomodou profundamente”, compartilhou Lessa.
De acordo com o engenheiro, mais de 80% dos países têm ao menos uma política relacionada ao clima, e ao menos 60% têm políticas de energias renováveis. “Os países têm desenvolvido cada dia mais iminência de carbono para serem regulamentados aqui no Brasil pelas questões ambientais,e as empresas estão divulgando seus relatórios por pressão governamental”, acrescentou, ressaltando a importância das instituições se adaptarem a essas demandas e repensar as práticas empresariais.
O pesquisador e professor Edilson Paulo, que é diretor de relações institucionais da Associação de Programas de Pós-graduações em Ciências Contábeis (Anpcont), apresentou suas experiências em inovação e sustentabilidade dentro de uma empresa de cimento na cidade de Blumenau. “A gente discutiu com a nossa empresa de cimento uma forma de acabar com a mão de obra, pois era desumano os trabalhadores carregar caminhões de cimento”, compartilhou Paulo. “Fomos buscar na China uma nova tecnologia para acabar com isso e pensar em novas formas de sustentabilidade para a empresa. Eu mostrei para a diretoria e conseguimos implementar a máquina, ela basicamente carregava o caminhão sozinho”, explicou, destacando a importância de investir em soluções inovadoras e responsáveis.
Já Sady Mazzioni, que foi o mediador da palestra, destacou a importância de considerar não apenas os aspectos financeiros, mas também os impactos ambientais e sociais das atividades empresariais. “Através das palestras, os estudantes puderam compreender a importância de considerar não apenas os aspectos financeiros, mas também os impactos ambientais e sociais das atividades empresariais”, destacou Mazzioni.
Texto: Leonardo Lamp Rostirolla
Créditos fotos: Leonardo Lamp Rostirolla