O trabalho fotojornalístico foi desenvolvido pelos estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), na disciplina de Aprendizagem Baseada em Experiências (ABEx) denominada Fotojornalismo e Documentação Visual, ministrada pela professora Angélica Lüersen.
O tema escolhido para a série de retratos foi “Invisibilizadas”. Os espaços ocupados por mulheres na nossa sociedade levantam a necessidade de refletirmos e discutirmos sobre a subordinação, dupla ou tripla jornada, baixos salários, sobrecarga, violência, e outras tantas questões periféricas que perpassam o tema da invisibilização social das mulheres.
Para além de mostrar o rosto e contar as histórias, através de relatos e dados das mulheres aqui fotografadas, o projeto fotográfico expositivo (coletivo) teve como propósito produzir conteúdo e material visual capaz de instigar os estudantes do componente, assim como a comunidade acadêmica e comunidade externa a refletir sobre o assunto.
A partir da definição do tema, foram retratadas mulheres: a) imigrantes; b) camponesas; c) negras; d) no esporte; e) indígenas; f) transexuais; g) idosas; h) na política; i) na religião; e j) nas forças armadas.
A existência das mulheres dentro da sociedade patriarcal sempre foi construída baseada em modelo de submissão e impotência, onde sua presença se daria necessária apenas dentro de casa, assim valorizando e privilegiando a masculinidade como modelo de reverenciamento. A diferença de direitos entre homens e mulheres vem sendo desigual desde os primórdios, no Brasil mulheres não tinham permissão de estudo até 1827, o papel da mulher na educação era inexistente.
Na sociedade atual, a desigualdade de gênero não é sentida da mesma forma, mas ainda continua escancarada nos traços de uma sociedade que é patriarcal. Segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE e encomendada pelo G1, em 2021 as mulheres ganharam em média 20% a menos que os homens. A desigualdade de gênero é a desigualdade de poder entre homens e mulheres. E refere-se à oportunidades em âmbitos culturais, educacionais, políticos e econômicos, gerando um ciclo vicioso de ausência de mulheres.
A sequência de três fotos encontradas aqui, faz parte de um conjunto de 20 fotos e representa mulheres no esporte.
Deise Bellaver, 34.
A faxinalense é árbitra assistente há sete anos no Brasileiro sub-17. Mulheres foram reconhecidas pela Fifa na profissão somente em 1971 e, na Copa do Mundo 2022, ocupam menos de 5% da arbitragem.
No geral, a participação de mulheres nas escalas de competições masculinas representa menos de 10%.
Liziane Vicenzi, 26.
Começou no xadrez como passatempo, ainda na escola. Tornou-se enxadrista participando de competições na região Sul.
O xadrez foi praticado por mulheres desde o século X. Atualmente, entre 20 países, o Brasil ocupa a 19ª colocação tratando-se de enxadristas do sexo feminino, representando 15 à 20% de praticantes da modalidade.
Fotos: Schaiane Bohn e Carla Cenci
Texto: Schaiane Bohn