As viagens culturais e de estudo são realizadas pelo curso de Jornalismo com o objetivo de impactar social e profissionalmente os estudantes, através da visita a diferentes lugares e do contato com novas pessoas. Além da possibilidade de conhecer a realidade da profissão em outra cidade, estado e até em outro país.
O professor Dirceu Hermes destaca que as viagens sempre foram realizadas no curso, sendo que os professores tomavam a iniciativa para que os estudantes conhecessem realidades diferentes. “Por exemplo, na minha disciplina, na época, de Realidade Regional em Comunicação, ia com os alunos para conhecer os meios de comunicação em outros municípios como Cascavel. Fomos até mesmo no Rio Grande do Sul, em Taquari, conhecer o único jornal que ainda era impresso pelo sistema tipográfico”, lembra.
De acordo com o professor Dirceu, quando os estudantes vão para esses espaços, eles têm contato com uma realidade diferente. “Nós estamos no Oeste de Santa Catarina e de certa forma temos algumas carências, principalmente na questão de vivenciar experiências de visitas a museus, contatos com outras culturas, outras realidades. A viagem de estudos, proporciona isso. Nas viagens, procuramos sempre aliar visitas técnicas e culturais. Nas visitas técnicas, conhecemos meios de comunicação; já na parte cultural entram museus, espaços públicos, bibliotecas, livrarias, entre outros. O objetivo é respirar uma cultura diferente”, frisa.
Ao longo dos anos, os alunos do curso já tiveram a oportunidade de conhecer cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre e Buenos Aires na Argentina. Visitaram lugares como a Rede Record e o jornal Folha de São Paulo, além de participar da gravação dos programas The Noite (SBT) e Programa do Jô (Globo).
Em 2022 os acadêmicos da Escola de Comunicação e Criatividade (Conexa) tiveram a oportunidade de visitar o MASP, a Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa e a estrutura e funcionamento do Grupo Bandeirantes (BAND), todos em São Paulo.
Neste ano, os estudantes da Conexa voltam a Buenos Aires em viagem realizada de 05 a 10 de setembro.
Jornal Taquari
O egresso Thiago Freitas, lembra que uma de suas professoras do curso, Juceli Morello Lovatto, contava que o conhecimento não se dava apenas em sala de aula, mas também em momentos como integrações, viagens, intercâmbios e atividades extracurriculares. Thiago recorda a viagem que sua turma fez para conhecer o Jornal Taquari e comenta que foi uma experiência maravilhosa, onde seu principal aprendizado foi a história dos profissionais que vieram antes dele. “Sempre digo que para entendermos nosso presente, e melhorarmos nosso futuro, é muito importante que tenhamos um conhecimento do passado”, declara.
Thiago destaca a experiência dessa viagem.
Buenos Aires
Um destino que muitos estudantes gostam e que já foi repetido por demanda deles é Buenos Aires/AR. No ano de 2009, as turmas tiveram a oportunidade de visitar a cidade e conhecer seus diversos pontos turísticos, além de veículos jornalísticos importantes. Organizada, na época, pela coordenação junto com o Centro Acadêmico (CA), a viagem aconteceu no final de novembro e foi aberta para todos os períodos do curso.
A egressa Suzane Gobbi, que estava no oitavo período da graduação, foi uma das estudantes que embarcou rumo à capital argentina. Ela conta que a viagem oportunizou conhecer novas realidades do jornalismo, o que foi fundamental para a formação profissional. Para Suzane, foi interessante conhecer os jornais impressos de grande renome e ver de perto a rotina dos jornalistas. “Para mim, que sempre tive mais afinidade com os impressos, foi mais uma forma de consolidar minha decisão por trabalhar nessa área”, destaca.
O jornal de maior circulação da Argentina, o Clarín e o Jornal Olé (ambos do mesmo grupo empresarial) fizeram parte do roteiro. Além desses, foram visitados as rádios Nacional e “La voz de las madres”, TV Pública Canal 7 e TV canal 13 também do grupo Clarín. Além dos meios de comunicação, Suzane relata que visitar o Museu Histórico Nacional e o Museu Nacional de Artes foi a parte preferida da viagem.
Suzane salienta que a experiência ficou ainda mais enriquecedora por ser uma cidade que fala outra língua, e isso não foi um problema para ela e seus colegas. Mesmo não falando espanhol, houve pouca dificuldade na comunicação com as pessoas de lá. Antes de ir, fizeram uma breve pesquisa sobre expressões e como falar algumas coisas básicas.
Da viagem ficaram memórias boas, histórias engraçadas e a paixão por conhecer novos lugares. “Tive a oportunidade de conversar e conhecer pessoas em outro país, visitar lugares históricos que só conhecia por foto, além de me aproximar ainda mais dos colegas de turma e de outros períodos. Sempre gostei muito de viajar e essa oportunidade me fez ver o quanto é possível aprender e vivenciar durante uma viagem. O roteiro foi muito bem organizado e pudemos explorar diversos lugares”, finaliza.
Outro ano que Buenos Aires foi escolhido como destino foi em 2019, organizada pelo professor do curso, Dirceu Hermes. Como a experiência de visitas a meios de comunicação geralmente se limita ao que está mais próximo e acessível, a visita à capital buscou mostrar como o jornalismo é feito internacionalmente. Para isso, os alunos tiveram a oportunidade de visitar o veículo de jornal impresso “Clarín” e a escola de jornalismo “Tea y Deportea”.
Entrar em contato com outro país, com outra língua e cultura, foi um aspecto enriquecedor para os alunos. Como um curso da área de comunicação, trazer sua bagagem pessoal e profissional na interação estrangeira foi um desafio que raramente é vivenciado pelas pessoas. Para a egressa (na época, estudante do segundo período), Angela Bueno, foi uma relação de amor e ódio. “Sempre fui apaixonada pela língua espanhola, porém na época não tinha estudado muito ainda sobre o idioma e senti dificuldades, mas deu para se comunicar e entender o que os argentinos falavam, e até arriscar um bom portunhol”, lembra.
Já para o egresso, estudante do quarto período em 2019, André de Lazzari, o contato foi facilitado por levar uma bagagem linguística já consolidada. Segundo o jornalista, o seu conhecimento sobre a cultura espanhola surgiu em 2011 na internet, ao assistir conteúdos sobre a cultura chilena. O contato desde cedo com as televisões da América Latina foi essencial na viagem.
Para André, a visita ao Clarín e a sua grande redação, trouxe a sensação de que os jornalistas argentinos possuem mais protagonismo na rotina produtiva, aspecto que no Brasil fica mais evidente aos editores. Além disso, a visita ao Olé trouxe a percepção à questão estética do jornalismo esportivo, que, segundo André, traz uma linguagem mais diferente com o torcedor que no Brasil.
Por fim, além do profissional, o pessoal também teve seu destaque na experiência dos estudantes, à época. Angela descobriu com a viagem que a comunicação com as pessoas, de diferentes nacionalidades, podem se transformar em conexões indispensáveis. “Não podemos ter receio de se comunicar com as pessoas, mesmo em um país diferente, pois essas conexões podem agregar um conhecimento muito valioso para o nosso amadurecimento e expansão de horizontes”, conclui.
As barreiras de entrosamento e comunicação de André foram quebradas justamente na viagem. Após 1 ano de universidade como uma pessoa mais tímida, fechada, estar em outro país proporcionou que seu ser fosse colocado a prova. Da oportunidade e dos desafios que se colocou, barreiras foram quebradas e novas portas foram abertas para sua vida profissional e pessoal. “Eu era uma pessoa que deixava que a minha criação de casa, de igreja, me prendesse e não deixasse o que era preciso ser mostrado. Na viagem meus princípios e fé foram testados, e a partir disso pude me relacionar mais com os colegas, fiz grandes amigos, tive novas experiências profissionais no curso e fora dele. A viagem foi um rompimento de padrões, e sou muito grato a isso”, relata.
Observação: Informações das viagens à Buenos Aires foram extraídas da reportagem de Alessandra Dias e Christopher Marin na edição especial da Revista Experimentus, produzida em 2021. Texto original está disponível em: https://alexstumpf.wixsite.com/expe2021/post/esporte-amador-com-desvantagem-competitiva
Produção: Deisiana Damarat; Emilly Bueno; João Pedro Zatta Grolli; e Schaiane Bohn.
Supervisão: Angélica Lüersen e Eliane Taffarel