Por Claudia Eduarda e Luana Poletto
Os profissionais da comunicação têm o dever de noticiar os fatos, este é o compromisso deles com os cidadãos. Em um mundo em constante movimento, muitas coisas acontecem o tempo todo. Cabe aos jornalistas e demais atuantes da área, a responsabilidade de levar as informações à população. Quando ocorrem eventos inesperados, histórias que precisam ser contadas, o profissional tem o dever de cumprir seu papel da mesma forma, por mais difícil que seja. Com o objetivo de orientar os estudantes sobre como agir nessas situações, o curso de Jornalismo da Unochapecó promoveu, na noite de quinta-feira (23), quarto dia da Semana Acadêmica deste ano, uma Oficina com o tema “Como se preparar para cobrir eventos que acontecem de surpresa”.
A conversa foi mediada pelas estudantes do 6º período do curso, Claudia Eduarda Schverz e Luana Poletto. Estiveram presentes os convidados Andressa Zanandrea e Hygino Vasconcellos. Andressa é jornalista formada pela Universidade Federal do Espírito Santo. Possui mais de 17 anos de experiência em estratégia, produção e edição de conteúdo. Já trabalhou em 11 diferentes veículos de comunicação. Atualmente é editora-chefe do Hard News do UOL. Hygino é jornalista com mais de 10 anos de experiência. É mestre em comunicação com foco em Lei de Acesso à Informação (LAI). Durante a carreira, já ganhou prêmios como o Data Journalism Awards e do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Atualmente é repórter e editor freelancer e colabora com o UOL e a Folha de São Paulo. Também é professor na Unochapecó.
Após breve apresentação dos jornalistas, Andressa compartilhou dicas sobre o que fazer quando algo inesperado acontece. Ela orientou que o primeiro passo é avaliar se o fato é realmente uma pauta, o que é possível trazer de novo e qual é a forma mais atraente de apresentar o assunto. Com isso, explicou o que o jornalista deve fazer ao chegar no local. Ela destacou a importância de conversar com os colegas de profissão e trocar informações, além de manter contato com o editor.
Andressa também aconselhou sobre como lidar com os familiares das vítimas. Frisou a importância de saber ouvir, ser amigável, demonstrar interesse e empatia. Ela compartilhou algumas experiências durante estes anos de profissão, e destacou sobre essa situação difícil que é conversar com a família quando há vítimas envolvidas.
Na ocasião, ambos os oficineiros contaram sobre a cobertura do caso de Saudades, em que um jovem com um facão invadiu uma creche e deixou adultas e três crianças mortas. Andressa compartilhou como foi o processo desde que eles receberam a notícia, e Hygino relatou sobre sua atuação, já que ele foi até o município e fez a cobertura do acontecimento. O jornalista contou sobre as dificuldades que enfrentou, desde a locomoção até o fato de conversar com a comunidade, os familiares, e presenciar o local do crime, bem como o velório das vítimas.
Na sequência, Hygino complementou a conversa com dicas sobre o que fazer ao chegar em uma pauta surpresa. Ele destacou a importância de olhar para o entorno do acontecimento e tentar falar com as pessoas, buscar novas perspectivas. Além disso, sobre tratar bem quem você for entrevistar e tentar encontrar pontos de vistas diferentes. Abordou também que é bom ler bastante e é preciso trabalhar com o que você realmente gosta.
Essas, além de outras dicas e sugestões, tornaram a conversa essencial para quem busca seguir neste ramo da profissão. Os alunos puderam tirar dúvidas e compartilhar suas próprias experiências. As histórias contadas pelos jornalistas, que frisaram sobre o amor à profissão, possibilitaram uma noite de muito aprendizado.
A estudante do 6º período do curso, Angela Bueno, destaca sobre a importância de ouvir profissionais qualificados e experientes. “Desde que entramos no curso, ouvimos os vários problemas que envolvem nossa profissão e isso acaba nos desmotivando muito. Ontem os profissionais abordaram principalmente sobre o amor pela nossa profissão e isso é fantástico, pois nos motiva a seguir na área mesmo com todos os percalços e dificuldades que a gente sabe que existem”, salienta.