Compreensão e respeito: a luta interna e externa da comunidade LGBTQIA+

Compreensão e respeito: a luta interna e externa da comunidade LGBTQIA+

Evelyn e Pedro compartilham suas histórias desde o entendimento da identidade e orientação sexual, até o enfrentamento de preconceitos ainda tão presentes

Produção: Luana Poletto | Supervisão: Eliane Taffarel 

A sexualidade ainda é um tema muitas vezes considerado como tabu, e em função disso, não recebe a atenção que deveria. Entretanto, a importância de falar sobre orientação sexual e identidade de gênero é para que deixem de existir dúvidas e preconceitos, para que as pessoas não sofram mais com convicções equivocadas.

É essencial a compreensão de alguns conceitos:

Identidade de gênero: é a forma que a pessoa se entende como um indivíduo social.

Expressão de gênero: é como o indivíduo manifesta sua identidade em público, a forma como se veste, sua aparência e comportamento, independentemente do sexo biológico.

Sexualidade: está relacionada à genética binária em que o indivíduo nasceu: masculino, feminino e intersexual.

Orientação sexual: tem a ver com o desejo de se relacionar afetiva e/ou sexualmente com outros gêneros. Em um ciclo natural, essa descoberta acontece entre a infância e o início da adolescência, mas, por preconceito e discriminação, ela pode ser bloqueada e até mesmo negada.

A sigla e o movimento LGBTQIA+ são amplamente conhecidos. Porém, o que ainda ocorre é a falta de informação por parte da sociedade em geral e o julgamento, que pode ocasionar até em violência. De acordo com o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o Brasil ocupa o 1º lugar nas Américas em homicídios contra pessoas LGBTs e é líder em assassinatos de pessoas trans no mundo, sendo o país com os maiores índices de discriminação. Além disso, a Aliança Nacional LGBTI estima que o desemprego pode chegar a 40% na comunidade LGBTQIA+, e a 70% quando focamos na população trans. 

Se você ainda não conhece todas as letras e categorias da sigla, é importante ter conhecimento sobre o assunto para esclarecer alguns conceitos e também diminuir os casos de pré-julgamentos.

Lésbicas: mulheres que se identificam com o seu gênero e sentem atração pelo mesmo sexo; 

Gays: homens que se identificam com o seu gênero e sentem atração pelo mesmo sexo;

Bissexuais: homens e mulheres que sentem atração sexual ou afetiva por ambos os sexos;

Transsexuais, travestis e transgêneros: esses termos se referem aos indivíduos que não se identificam com o gênero biológico. Por exemplo, quando uma pessoa atribuída ao gênero masculino no nascimento por razões biológicas não se identifica com ele, mas, sim, com o gênero feminino; 

Queer: pessoas que transitam entre os gêneros feminino e masculino. O termo “queer” pertence à língua inglesa e por muito tempo foi utilizado de modo pejorativo. O movimento se apropriou dele para conceder um significativo positivo a ele;

Assexuais: pessoas que não sentem atração sexual por outras, independentemente do seu gênero;

+: demais pessoas que não se sentem representadas por alguma das categorias acima.

Quando você for se referir a uma pessoa transgênero, por exemplo, é importante ficar atento em relação ao pronome que irá utilizar. Algumas pessoas não-binárias e de gênero nulo geralmente usam pronomes variados, como ele, ela e afins. É essencial que você respeite a identidade da pessoa e use os mesmos termos e pronomes que ela usa para descrever a si mesma. Se você tiver dúvidas, o melhor a se fazer é perguntar para ela qual pronome prefere.  

Jovens protagonistas

Evelyn

Evelyn Priscila Maciel dos Santos. Foto: arquivo pessoal.

Evelyn Priscila Maciel dos Santos tem 17 anos e é estudante do Ensino Médio na Escola Marechal Bormann, em Chapecó. Ela trabalha em uma clínica de saúde ocupacional na cidade. No seu tempo livre, a jovem gosta muito de desenhar, ler e escrever, seja histórias, poemas ou cartas. Seus planos para o futuro envolvem concluir um curso do Ensino Superior, possivelmente Ciências Sociais, ser professora do Ensino Médio e continuar estudando. Seus sonhos se baseiam em ver o país um lugar melhor e uma sociedade mais justa e igualitária. “Para que todos possamos viver em harmonia e sem medo de ser quem nós somos”, destaca.

Evelyn é uma pessoa assexual. “Isso não significa que eu não me relacione com pessoas, que eu não sinto outros tipos de atração, como por exemplo, a romântica. É uma coisa que normalmente confundem. Eu me relaciono sim com outras pessoas, eu gosto de ter a companhia, eu sinto essa atração romântica, atração afetuosa no geral eu continuo sentindo”, explica.

Seu primeiro contato em pensar sobre assexualidade aconteceu quando ela ainda era uma criança. “Eu lembro que eu e um amigo meu estávamos folheando um dicionário, eu acho que eu tinha uns nove anos de idade e eu me deparei com a palavra assexual. Eu não lembro exatamente se era ‘assexual’ ou ‘assexuado’, que são as criaturas que se reproduzem de forma não sexual. Eu lembro que eu li a definição daquela palavra e eu falei ‘ok, eu acho que é isso que eu sou’, porque mesmo sendo tão nova, as pessoas ao meu redor, meus coleguinhas, já tinham aquele interesse uns nos outros, e eu nunca tinha sentido isso, nem sequer passava pela minha cabeça. Eu já me sentia diferente dos colegas ao meu redor”, conta.

Depois que isso aconteceu, Evelyn deixou esquecido em sua memória porque, após um tempo, começou a acreditar que não era possível uma pessoa ser assexual, não sentir atração por outras, pois aparentemente isso era errado, não se ouvia falar. “As poucas coisas que eu tinha tido acesso de informação até então, me diziam que uma pessoa assim como eu tinha alguma disfunção, algum problema de saúde até, então eu deixei isso pra escanteio e fiquei acreditando que eu era talvez uma pessoa heterossexual”, comenta.

Isso foi mudando quando Evelyn tinha em torno de 14 anos de idade, em que lembrou daquele fato do dicionário e voltou a pesquisar, só que dessa vez, teve acesso a outras pessoas que se denominavam assexuais.

“Foi um momento muito bom pra mim, eu senti que eu não estava sozinha e que eu não estava doente. Acabei tendo todo esse processo sozinha, eu não tive muita influência de pessoas diretamente, só das pessoas que fizeram essas pesquisas e alguns documentários, e que eu pude enfim realmente me descobrir”.

Evelyn conta que seus amigos sempre foram muito abertos com ela, e a recepcionaram de maneira muito boa. Quando conversou com eles sobre isso, eles conseguiram finalmente entender o seu jeito e o porque até então ela não tinha demonstrado interesse por ninguém. Com os familiares há uma certa dificuldade, e ela nunca se sentiu à vontade para falar sobre isso. 

Sobre preconceitos, a jovem conta que sofre mais pela questão do esquecimento. “Mesmo dentro da comunidade LGBTQIA+ não se fala muito sobre a assexualidade e, por muitas vezes, nós somos apagados disso porque nós sofremos preconceitos diferentes. A gente não recebe o mesmo tipo de ódio que pessoas homossexuais ou bissexuais, por exemplo, recebem. Nós recebemos o apagamento e o fato de não levar a nossa sexualidade a sério, ou falar que é só uma fase. É mais nesse sentido o preconceito que a gente sofre, muitas vezes até dentro da comunidade LGBTQIA+”, comenta.

Evelyn também fala sobre nunca ter se assumido de maneira aberta, pela questão de ter que explicar toda vez o que é uma pessoa assexual. “Eu não queria ter que estar tendo esse diálogo toda vez, porque não seria somente uma, toda vez que eu fosse me assumir para alguém eu teria que explicar. Eu já não gosto da ideia de nós, pessoas LGBT, termos que nos assumir, quem dirá ter que se assumir e ainda explicar”, destaca. 

Atualmente, a jovem participa de alguns coletivos de união e resistência de pessoas LGBTQIA+, porém, não atua diretamente dentro de uma entidade, como a União Nacional (UNA) LGBT de Chapecó. “No momento eu sou mais uma apoiadora da entidade e desses coletivos em que a gente se une para lembrar de que não estamos sozinhos, e que, por mais que a nossa cidade seja muito conservadora, a gente existe sim e a gente vai se ajudar sempre que for preciso”, salienta.

Evelyn e amigos na Câmara de Vereadores de Chapecó no dia 20/07/2021, durante a votação do projeto 83/21, que proíbe o debate da linguagem neutra no município. Foto: arquivo pessoal.

Para Evelyn, a UNA é uma entidade de extrema importância para a cidade, pois luta pela comunidade LGBTQIA+, leva informação e mostra que essas pessoas existem e tem as mesmas capacidades que pessoas heterossexuais e cisgênero tem. “A UNA também é uma forma de aproximar as pessoas LGBT, porque normalmente a gente se sente muito sozinho, principalmente quando a gente está se descobrindo, aquele sentimento de achar que ninguém é parecido com você, ninguém se sente da mesma forma, e a UNA é um espaço onde nós conseguimos debater, a gente consegue se encontrar e também encontrar pessoas parecidas com nós. Eu tenho uma grande admiração por essa entidade e pelo trabalho árduo que está sendo feito na nossa cidade”, ressalta. 

Evelyn acredita que a sociedade ainda está no processo de aprender e se informar sobre as pautas LGBT, sobre as vivências e cada uma das letras da sigla. Ela, que pertence à letra A, percebe que esta categoria não é muito debatida e vista como parte da comunidade LGBT, mas aos poucos está sendo feito esse trabalho de passar a informação. Para ela, esse é um processo mais interno, da comunidade.

“Infelizmente a gente não consegue muito estourar a bolha e levar essa informação para as pessoas héteros e cis. Ainda temos bastante trabalho pela frente e a gente tem muito que aprender. Eu acredito que normalmente as pessoas aprendem mais quando elas têm uma pessoa LGBT no meio do convívio delas, por isso que eu acho ser tão importante a ocupação dos espaços. Ocupar todo e qualquer espaço que a gente acredita ser digno e que a gente queira estar lá, seja numa sala de aula, seja num posto de trabalho, em qualquer lugar a gente tem pessoas LGBTs e elas estão abrindo caminho para as próximas pessoas LGBTs que possam querer ocupar aquele espaço”.

Como já citado, o Brasil ainda é um dos países que mais mata LGBTs, principalmente transsexuais. “Isso por mais que, em tese, não seja contra a lei nós existirmos e termos orgulho de quem nós somos. Mas na rua, na nossa sociedade, na nossa convivência, a gente sabe que é bem diferente, que a gente ainda é sim discriminado e muito discriminado, seja andando com os nossos parceiros, seja na hora de tentar uma vaga para algum trabalho, seja para entrar em alguns espaços que são, majoritariamente héteros e cis, a gente sabe que isso existe e existe muito”, comenta Evelyn.

“A gente ainda não chegou ao ponto de falar que ‘sim, nós somos iguais’. A gente não é tratado como iguais, não somos tratados muitas vezes pela lei e pelas autoridades como pessoas, humanos, assim como todos. Eu sempre vou acreditar que a melhor forma de mudar esse cenário é a partir da educação. Educar e levar informação. Eu acredito que para as pessoas mais jovens esse é o melhor caminho. Porém, as pessoas mais conservadoras são as pessoas mais velhas, e são as pessoas em que por muitas vezes a informação chega de uma forma deturpada. Nesses casos, eu vejo que a melhor forma é através de noticiários escritos por pessoas LGBTs, que normalmente quando nós viramos notícia, são por óticas heteronormativas que nos colocam para escanteio, e geralmente é para noticiar a morte de alguns dos nossos companheiros. Então, seria tendo pessoas LGBTs no meio da informação, da telecomunicação, para que levem até os mais velhos que às vezes estão assistindo um jornal, estão consumindo alguma novela, algum filme. O audiovisual eu também acredito que seja muito importante para isso, para levar representações positivas sobre nós, e não as mesmas representações negativas de sempre”.

“Escola é um lugar de acolhimento”

De acordo com Evelyn, ao contrário do que os parlamentares acreditam, na escola quase não ocorrem debates sobre sexualidade e sobre diversidade no geral. “Na minha escola, felizmente, com a minha atuação e das pessoas LGBTs no Grêmio Estudantil, a gente conseguiu levar uma palestra sobre a pauta LGBT no geral e sobre formas de combater a homofobia. Mas eu sei que nas outras escolas, principalmente as não centrais, os alunos não tem essa abertura com a direção e a secretaria, e isso acaba sendo deixado de lado. Se não fosse por essa abertura dos alunos, a única forma de contato que a gente teria seria na grade curricular de Sociologia no 2º ano do Ensino Médio, em que a gente trabalha um pouco sobre isso mas é muito raso, não chega a dar um respaldo e conscientizar os nossos alunos o suficiente, nem acolher eles”, conta.

Para a jovem estudante, a escola é um lugar de acolhimento de todos, de todas as diversidades, das pessoas que possuem uma realidade difícil em suas casas. “A escola é uma forma de dar uma respirada, porém, pra nem todos. Até hoje ainda existe a homofobia dentro dos alunos, por mais que eles sejam novos e possam estar aprendendo, existe muita homofobia que é trazida de casa e, às vezes, é destilada em pessoas LGBTS no meio escolar, o que dificulta o aprendizado dessa pessoa, dificulta toda a vida dela. Mas como eu acredito que a escola deve ser o ambiente de acolhimento, eu acredito que deva sim ser debatido mais, assim como é levado campanhas de conscientização sobre outros assuntos, sobre saúde, sobre trânsito, eu acredito que seria de extrema importância as escolas garantirem a conscientização contra a homofobia e contra todas as formas de discriminação. Eu ainda sonho com essa realidade e no que me for possível eu quero fazer tudo para que ela venha a ser efetuada, para que ela aconteça, que ela realmente exista e que a gente possa se sentir seguro no nosso ambiente escolar e, para além disso, no nosso ambiente social”, finaliza.

Pedro

Pedro Gabriel Listone. Foto: arquivo pessoal.

Pedro Gabriel Listone tem 18 anos e era estudante do curso de Gastronomia até pouco tempo atrás, mas por motivos financeiros, trancou a faculdade. O jovem gosta muito de praticar esportes, cantar e dançar, e gosta também de jogos eletrônicos, principalmente os de criar personagens. Seus planos para o futuro envolvem concluir o curso de Gastronomia, poder ir a muitos lugares, desbravar o Brasil e curtir muito a vida.

Pedro se identifica como homem gay cis. “Sempre tive essa certeza, porque eu era uma criança que amava muito os saltos altos da minha mãe, adorava brincar de noiva (e longe de dizer que isso é o que define a sexualidade de alguém, mas como há um tempo atrás as questões de gênero e sexualidade eram grandes tabus ainda, isso deixava muito evidente), usar as maquiagens da minha mãe e brincar de casinha com a minha irmã. Na escola, eu tive bastante problema com essas inseguranças, porque eu entendia que era diferente dos outros meninos e sentia isso em mim, mas sempre neguei muito, por motivos óbvios de medo e afins. A partir do 8º ano eu tive algumas amizades que começaram a estimular esse meu lado, e minha própria irmã me incentivava muito a fazer o que eu gostava, passar glitter, assistir tudo que era ‘proibido’, e acho que com isso eu tive muita coragem pra contar para as pessoas”, relembra. 

O jovem conta que seus pais foram e ainda são muito relutantes. Isso porque são pessoas de outras gerações. Mas apesar de serem firmes, nunca o impediram de comprar o que ele deseja, de vestir o que gosta, de ouvir e fazer o que quiser. “Claro que a gente sente um ar de desaprovação e de decepção, mas acredito que tudo é uma questão de tempo e evolução”, Pedro comenta.

Ele também conta sobre a questão do preconceito.

“Além de ser um jovem negro e sofrer por isso sem questão alguma, já passei por algumas situações bem desagradáveis por ser um gay afeminado. No trabalho, em alguns espaços públicos, e pela própria comunidade, que foi o que mais me abalou em vários aspectos”.

Pedro atua como diretor da UNA e exerce o papel de secretário de pessoas negras. Ele conta que não participou das duas primeiras Paradas de Luta em Chapecó, por repressão dos pais, mas a partir da terceira passou a participar de todas. “A UNA é um carro que abre alas para tanta coisa bacana. Além de promover as grandes paradas e festas como é conhecida, ela consegue promover a consciência na população. Toda Parada, e não tiro nenhuma dessa lista, nós sempre lembramos a todos que a UNA não é só festa. A gente está ali para mostrar que existimos, que a gente merece viver, como nosso próprio jargão fala: “A UNA, A UNA, A UNA É PRA LUTAR! LUTAR POR MAIS DIREITO E LIBERDADE DE AMAR!!!”, destaca.

O jovem acredita que estar informado, hoje em dia, deveria ser um exercício próprio. “Todos temos acesso instantâneo na palma da mão sobre o assunto que quisermos. Dentro da própria comunidade ainda vemos tanta desinformação e tanta hostilidade. E se dentro de quem vive isso todos os dias, ainda existe essa falta de conhecimento, acho que a população que vive fora também não compreende muito bem”, comenta.

Pedro também acredita que para que as pessoas LGBTs consigam o devido respeito, é preciso que ele inicie ainda dentro da própria comunidade. “Não digo que somos culpados por tanta agressividade e violência desnecessária, mas quando você sofre atos de ódio ou de agressão da própria comunidade, fica muito difícil pedir isso do externo. Mas acredito que as escolas têm um papel fundamental sobre essa questão. Na escola você vivencia suas primeiras experiências em sociedade. Ali é o ponto chave de tudo, e quando ali existe uma brecha de falha, onde agressões, incômodos ou ‘brincadeiras’ passam despercebidas, estamos retrocedendo. Essa nova geração que está vindo compreende as coisas mais rápido e consegue assimilar muito mais em pouco tempo, mas isso serve tanto para o bom quanto para o ruim. Por isso, se desde pequenos forem ensinados a compreender que está tudo bem ser você, acredito que teremos uma grande evolução social”, ressalta. 

Além da atuação na UNA, Pedro também já participou do Grêmio Estudantil e de movimentos sociais, com a iniciativa de tentar debater esse e demais assuntos dentro da escola, que, por sua vez, sempre demonstrou certo receio com essas discussões. “Por isso acho tão importante que cada pessoa se reconheça como si, e entenda o quão importante é falar sobre isso a todo momento. Lembro que na minha escola, poucas pessoas eram assumidas, e com o passar do tempo, foram se compreendendo e entendendo que tudo bem ser você. Mas não basta apenas nas aulas de Sociologia e Filosofia (que são marginalizadas nas próprias escolas) debater sobre esses assuntos. É necessário, na aula de Português, debates sobre linguagem neutra e a evolução da comunicação de acordo com o avanço da sociedade. É necessário, em Artes, debater a arte drag e a importância da intervenção na sociedade. Debater em Ensino Religioso as religiões que reconhecem pessoas trans como seres divinos, e assim por diante. Não podemos limitar os debates a duas matérias, ou a duas linhas de raciocínio que são esquecidas pelas próprias escolas”, finaliza.

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