Fotos e texto por: Angélica Dezem e Marina Favero
Professora responsável: Angélica Luersen
Da vitrola aos serviços de streaming online, a música exerce grande influência desde seus primeiros acordes. Escutamos música no trânsito, no trabalho, nos afazeres domésticos; para relaxar, refletir ou divertir; ela marca momentos, caracteriza situações e atravessa o tempo.
A música é uma das principais formas de arte produzida e consumida pelos seres humanos. Sua expansão através dos séculos tem resultado numa grande variedade de gêneros musicais, entre eles, a música sacra ou religiosa; a erudita ou clássica; a popular e a tradicional ou folclórica, e cada gênero possui uma série de subgêneros e estilos. A música é uma manifestação artística e cultural de um povo, em determinada época ou região, e sua renovação possibilita o reconhecimento e o apropriamento dos sentimentos expressos através das letras e arranjos.
De acordo com a Global Media and Entertainment Outlook, um terço dos gastos em mídia e entretenimento no mundo são destinados à música e aponta que, em 2015, os principais investimentos aconteceram através de assinaturas em serviços de streaming. De 2008 a março de 2016, o Spotify, site que disponibiliza músicas através de aplicativos, já acumulou mais de 30 milhões de assinantes de acordo com o fundador do serviço, Daniel Ek. A contagem de Ek não menciona a quantidade de usuários da versão gratuita, que em 2014 chegava a 55 milhões.
Com essa demanda e horizontalização do espaço online para as divulgações, o tempo é potencializado e facilitado, mas também árduo para o músico brasileiro. Uma pesquisa realizada pela Escola de Comunicação e Arte (ECA), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), teve como objetivo traçar um perfil dos artistas nacionais. Neste estudo, percebeu-se que a característica principal é o acúmulo de funções: dos 750 músicos entrevistados, cerca de 67% afirma desempenhar a gestão do trabalho artístico, como contabilidade, administração e agenda de shows. A internet é a principal alternativa de divulgação, de acordo com a pesquisa. Mais de 52% dos artistas já lançaram algum álbum em formato digital e 52% utiliza da internet para a produção. Entre as redes sociais mais utilizadas estão o YouTube e o SoundCloud. A maior parte dos conteúdos veiculados nas Rádios FM também são músicas. De acordo com a revista Mundo Estranho, uma pesquisa feita em 2014 com as principais rádios brasileiras destaca que os ritmos mais pedidos e ouvidos pela população são pagode (com 32%) e sertanejo (com 20%). A música popular é chamada assim pela adesão da massa com o canto e o som, e a identificação daquilo que se ouve.
As mesmas tendências nacionais estão presentes no Oeste de Santa Catarina. Os espaços para shows na região concentram um público que segue a linha geral, o que na visão do músico e compositor Djonatan Fronza, conhecido pelo nome artístico OFronza, se deve a essa retroalimentação do sistema, pois se não há público que ouça novos sons, não há espaço para os mesmos. Para ele, há uma dificuldade em dialogar com os ritmos que fazem mais sucesso na região, à exemplo do sertanejo. “Os jovens, que são o público que nós visamos atingir, normalmente preferem os gêneros musicais que estão ‘na moda’ no momento”, acrescenta.
A música como catalisadora de sentimentos
Djonatan iniciou sua carreira aprendendo a tocar guitarra elétrica. Por influência dos pais, conheceu o rock, o jazz e o blues, ritmos que o inspiraram a produzir música. “A partir da guitarra, fui desenvolvendo uma série de aptidões com os instrumentos musicais. Aprendi violão, contrabaixo, viola caipira, e agora sou multi-instrumentista”, comenta. Faz oito anos que atua oficialmente como músico, e desde de 2014, sua paixão ganhou um caráter profissional, ao lecionar aulas de música.
O álbum Sóbrios Poemas e Cantos foi a primeira produção solo lançada pelo artista, que já circulou pelos mais diversos estilos musicais, da música gauchesca ao punk rock. Nele, Djonatan desenvolveu melodias para cobrir três poemas de sua autoria, e dois de outros escritores brasileiros.Todo o contato com os poetas foi intermediado pela internet. “Eu acho que a música tem uma ligação muito grande com os sentimentos. Algumas etapas da sua vida te inspiram para expressar-se através da melodia”, afirma. Para ele, desenvolver uma canção nunca acontece por acaso: é uma junção de referências e inspirações externas, tanto de outros artistas quanto de vivências e histórias.
É através dessas vivências que surgem as músicas autorais e independentes, como forma de expressão individual ou coletiva e que caracteriza o povo de determinado tempo e local. Mas para OFronza, a relação do público com a música autoral ainda é muito distante em Chapecó e região. Quando decidiu parar de tocar canções cover, sentiu que houve um afastamento do público, que de acordo com ele, espera escutar canções já conhecidas. “Eu vejo que o público da música independente é crescente, mas ainda pequeno. A maior parte da população não tem por hábito ouvir músicas novas, o músico autoral normalmente realiza shows para divulgar o seu trabalho, mas não recebe muito retorno financeiro por isso”, conta.
Identidade é essencial, rótulo não
Autenticidade e originalidade são os princípios da banda John Filme, que utiliza do improviso e da interatividade em suas apresentações e composições. Depois de uma longa parceria, tanto na música, quanto nos vínculos criados entre os integrantes, Akira Fukai (guitarra) e Fernando Paludo (bateria) criaram a banda em 2010. A dupla, que inicialmente era um trio, tocava músicas instrumentais e recentemente reformularam seu estilo com a inserção dos vocais. Em quase seis anos de existência, a John Filme alterou o seu estilo e por isso, é difícil encaixar a banda em apenas um gênero musical, “nós não temos uma identidade fixa. Misturamos várias coisas aleatórias no meio dos nossos shows”, destaca Akira. “Nós somos uma dupla atualmente, mas podemos tocar com mais pessoas, inserir um baixista e fazer um som diferente. Não queremos nos limitar a apenas um estilo”, complementa Fernando.
Mesmo levando a banda a sério, a dupla não deixa de ressaltar que o principal interesse é o gosto pessoal pela música. “A gente vai se adequando da forma que dá. Fazendo show quando dá, onde dá, com o que temos… Nós esperamos que dê certo, mas no fim das contas, gostamos mesmo de tocar”, conta Akira. Para Fernando, “é utópico pensar em viver de música. É preciso de investimentos em estrutura, equipe, entre outras coisas”.
De acordo com a John Filme, no quesito financeiro, a carreira de músico não é nada vantajosa para eles, “ainda não compensa o tempo que dedicamos ensaiando, com o que ganhamos em um show”. Akira destaca que durante os shows da banda, a ideia é inovar, criar versões de suas próprias músicas, divertir o público e também se divertir com isso. Essa maleabilidade é característica do som independente. ”A gente nunca repetiu um setlist, por exemplo”.
A banda relata que no início era difícil, tanto pela falta de espaço na cidade, quanto pela relação que as casas de shows mantinham com bandas cover. “Às vezes, em alguns lugares que fomos tocar, nós tivemos que assinar um contrato garantindo que nosso estilo musical estaria de acordo com o modelo da casa. Não tinha como improvisar durante o show, pois era tudo esquematizado previamente”, afirma Akira. A padronização das produções pode ser um dos motivos da falta de aderência de novos estilos pelo público geral.
“Nada mais alegre que uma banda de blues”
A Mustang Blues Brothers é uma banda com sete integrantes, Manolo Kottwitz (voz e apetrechos), Murilo Chaise (slide guitar e backing vocals) João Inácio (harmônica e violão), Murilo Cavagnoli (contrabaixo), Rafael Tagliari (bateria), André Castaman (sax tenor) e Jakson Kreuz (piano), que nasceu com o objetivo de disseminar o blues pelo Oeste catarinense. A banda é uma das únicas deste estilo em Chapecó e teve a recepção do público com mais facilidade, mas pontua o mesmo problema: o espaço. “Chapecó sempre teve bons artistas, e no geral uma boa produção musical. O grande problema são os espaços que dão abertura para estas produções”, afirma Rafael Tagliari. A instabilidade das casas de shows para o estilo independente é problemática, já que “conseguem manter-se os espaços que abrem portas para uma musica mais hegemônica”, comenta Murilo Cavagnoli.
Além dessa questão em comum com os entrevistados anteriores, os integrantes da banda afirmam que outro obstáculo para atrair as pessoas para um show de blues é pela concepção errada do que o estilo representa, que geralmente é associado a um som triste. “Tem muita gente que não tinha o hábito de frequentar os shows, mas, o blues também tem músicas num formato mais ‘de festa’, o que atrai o público. Isso acaba cativando as pessoas para ouvir o trabalho da banda, o que possibilita uma inserção diferente”, destaca Cavagnoli. O ritmo, por possuir um arranjo característico e individual, possui uma lógica diferente do que uma banda de rock, por exemplo, “cover não é bem cover no blues. O estilo tem a característica de utilizar os mesmos standards, mas elaborados de forma individual por cada banda.”
Para a Mustang, estilos mais ouvidos no Brasil, como o sertanejo destacado pelo OFronza, não interfere no cenário independente da região, já que os públicos tendem a ser diferentes. A questão se dá em função da indústria cultural, que se concentra na produção a fins lucrativos, e não como agente transformador e formador, que é um dos papéis fundamentais da arte. Por isso sobreviver da música também não é possível para os integrantes, que destacam que o retorno financeiro dos shows consegue sustentar a banda como o todo, mas que os membros tem outra forma de sustento. “A música é um mercado também. Para viver de música, é preciso de um investimento bem grande, ou de alguém que já está inserido no mercado para atuar como padrinho. Uma banda, em alguns casos, é como uma empresa”, afirma Rafael Tagliari.
Uma mão lava a outra, e elas juntas fazem som
Uma das características mais notáveis no cenário musical de Chapecó é a parceria entre as bandas. Esse aspecto é percebido por Manolo. “Ninguém sobrevive sozinho nesta cena, especialmente no gênero mais independente. Entre nós artistas, estamos sempre estabelecendo parcerias para que todos possam crescer juntos. Muitas das bandas de Chapecó já se conhecem, ou tocaram juntas em alguma ocasião. Essa característica é muito legal no cenário, pois tem esse fator da colaboração”, afirma.
A ascensão dessa cena não é linear e lógica, “às vezes, há diversas produções. Em alguns momentos há uma série de grupos que dialogam e produzem música juntos. Em outros, há produções isoladas. Não tem como fazer uma avaliação precisa sobre o futuro da música em Chapecó”, comenta Murilo Cavagnoli. Porém, os artistas analisam que hoje há muito mais recursos do que anteriormente. “Há mais estúdios, espaços para gravação, ensaio e produção. Há também mais espaços para veiculação do material, com redes sociais, rádios. Aumentaram as possibilidades de lançar as músicas. Gente boa sempre teve, a diferença é que agora fazer este material circular é muito mais fácil”, afirma Rafael Tagliari.
É preciso criar!
Além da maior facilidade de divulgar os trabalhos autorais com a internet, há diversos festivais para o som independente, que vem se consolidando com o tempo. O Psicodália por exemplo, é um dos maiores eventos do Brasil nesse cenário e abre espaço para diversos tipos de expressão cultural, como foi mencionado por Lucas Martarello, guitarrista da banda Marujo Cogumelo e que já se apresentou no festival. A banda foi criada a partir da união de cinco amigos em Xanxerê em 2007. O repertório da banda atualmente conta com suas próprias criações, que já contabilizam 24 composições registradas entre outras centenas que “estão na gaveta”, como afirma Lucas. Nos shows, há a mescla entre os sons autorais com o som de covers de artistas que são referências para a banda, como Beatles, The Who, Elvis Presley, entre outras.
Segundo Lucas, a adesão da música autoral não compete com as bandas que vivem do cover, “acho que depende muito de como é montado/organizado o evento e qual a intensão de quem o faz. As duas opções podem dar o mesmo resultado, depende de como é veiculado e quão preparada está determinada banda para tal. Depende também da disposição da banda para ser aderida pelo mercado, da organização com materiais de divulgação, redes sociais, site, gravações, vídeos, promoções, eventos, clipes, etc. O sucesso vai depender da qualidade do material e como isso chega até o público alvo”, conclui.
Em fase de transição do cover para as criações autorais a Sunseed é uma banda searaense composta por quatro membros que depois de dois anos de banda e o reconhecimento do seu público, pensa que é tempo de remodelar. “O motivo é que está na hora de criar a nossa própria identidade, colocar nas músicas as influências que vivenciamos e passar para o público o que é a Sunseed”, conta Cleiton Antônio, vocalista da banda. A questão pontual entre as bandas covers e autorais não é a ideia de uma tomar o espaço da outra, mas da importância da criação, com a ideia de referências e influências. “Já imaginou se a partir de hoje todas as pessoas do mundo parassem de compor, ninguém mais faz música, só vamos ouvir o que já foi feito. Como seria o mundo daqui 20 anos?”, questiona Lucas.
Do ócio aos palcos
Com a música popular brasileira como principal inspiração, surge a Isso é Ócio, banda formada por Pedro Brito e Ronei Zanette. Recentemente, foram contemplados pelo Edital Linguagens, promovido pela Secretaria de Cultura de Chapecó e que possibilita o lançamento do primeiro DVD da banda. “Em Chapecó, a questão musical é muito forte. Mas ainda não é possível suportar nossos projetos com a cena daqui. Mais do que nunca, estão aparecendo novas produções musicais na cidade”, avalia Pedro. No repertório da banda, estão músicas autorais e covers de artistas que os inspiraram, mais uma vez a mescla entre criação e influência que caracteriza os shows daqui.
Para Ronei, é difícil reunir, na região, pessoas que realmente estão interessadas em ouvir e interpretar as músicas. “Nosso interesse é que as pessoas sintam a nossa mensagem, muito mais do que somente ouvir e se entreter. Normalmente, quando conseguimos um lugar, é de uma forma mais independente, como no evento “Cansei, vou viver de arte na praça”, que é realizado em espaços públicos e de forma aberta”, afirma. De acordo com os músicos, o que falta em Chapecó são mais eventos que estimulem a produção musical.
Espaço gratuito e acessível
Essa demanda não é totalmente suprida, mas o Sesc Chapecó é um dos principais espaços que promove shows de artistas independentes locais. Todos os artistas da região, tanto da música como do teatro, podem expor suas produções no Sesc de forma gratuita.
De acordo com Marília Gomes Henrique, técnica de cultura do Sesc Chapecó, promover este espaço é de extrema importância para a região “A música é uma identidade da região. Todas as bandas, ou grupos de teatro, podem se apresentar no Sesc. Esse é um momento em que os artistas podem testar suas composições com o público sem o compromisso de ser um show. É como um ensaio aberto para o público”, relata.
O Sesc é um espaço fundamental para as cidades que possuem uma unidade e atua como um grande fomentador de cultura das diferentes cidades artísticas, tanto em cidades pequenas como em grandes. Segundo Marília “as programações são locais, regionais e nacionais, justamente para promover a importância da música”.
Entre duas cidades
Os primeiros acordes que Amanda Cadore tocou foram na sua cidade natal, Erechim – RS. Com apenas cinco anos, ela ganhou o primeiro violão de seu pai, e nunca mais largou. Agora, Amanda vive entre duas cidades e tornou-se conhecida por suas músicas em ambar. “Depois que eu aprendi a tocar violão, eu vi que essa habilidade era o que me diferenciava das outras pessoas. Eu só sabia fazer isso. Eu só queria fazer isso”, afirma
Depois de seu primeiro show, aos 15 anos, na cidade de Barão de Cotegipe – RS, Amanda soube o que ela queria fazer. Mesmo buscando outras alternativas profissionais, como por exemplo, a Publicidade e Propaganda, ela nunca deixou de encontrar um espaço para a música. Assim como outros músicas, ela ainda não consigue viver de música, “é um trabalho muito imprevisível, pois às vezes tem shows e às vezes não. Tenho um trabalho fixo e algumas outras funções. A música não é minha principal fonte de renda, mas contribui bastante”, conta. Além da carreira solo, Amanda também é vocalista da banda The Bad Motherfolkers.
Como Erechim e Chapecó são cidades próximas e com semelhanças, Amanda percebe que o hábito do público é basicamente o mesmo. “As pessoas normalmente querem que a música seja como uma trilha de fundo enquanto elas estão conversando, comendo e bebendo nos bares. Mas normalmente não prestam atenção. Esperam que a música seja agradável, conhecida, calminha. E muitas vezes o músico se obriga a tocar algo mais comercial para agradar as pessoas”, pontua. Há também uma disputa grande com os ritmos mais “festivos”, já que “o público prefere ir em uma balada, para dançar, do que ir em um show um pouco mais calmo”. Amanda acredita que possui um público que aceita melhor músicas novas e diferentes, mas que é uma parcela pequena se comparado aos outros públicos que apreciam outros gêneros.
Além dos holofotes: a educação como base
Uma salinha pequena, localizada atrás do palco principal do Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês, é o espaço pelos estudantes de música clássica que participam do Programa Arte Cidadã, organizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Chapecó. Ali, músicos de todas as idades, com os mais variados instrumentos, ensaiam para compôr a Orquestra Sinfônica Municipal de Chapecó.
Diogo Marchalek já foi estudante e agora atua como professor de violino e violoncelo, no Programa Arte Cidadã, na Escola de Artes de Chapecóe no Projeto Verde Vida. “Muitos chegam aqui sem nenhum conhecimento sobre música, habilitamos o estudante para que ele participe da Orquestra, onde ele tem mais oportunidade de crescimento na música. Isso pode levá-lo para polos maiores”, afirma Diogo. As turmas são organizadas de acordo com o nível de conhecimento dos estudantes e tanto a inscrição quanto as aulas são ofertadas gratuitamente, para qualquer cidadão que queira participar.
Na concepção de Diogo, o principal problema da educação musical está no método de repetição, que é utilizado por muitos professores, mas que não tem efetividade comprovada. “Existe uma teoria de ensino, elaborada pelo músico Shinichi Suzuki, que é muito efetiva para ensinar crianças, mas eu não considero que ela traga algum beneficio para estudantes adultos. Os estudos mais técnicos, em que o aluno entende o que está fazendo são necessários para o desenvolvimento do conhecimento sobre teoria musical”.
O professor acredita que os investimentos em música estão em desenvolvimento. “Projetos que difundem a cultura da música erudita, como é o caso da Orquestra, estão desenvolvidos na cidade. É claro que os investimentos podiam ser muito maiores, mas já temos professores que vivem só com a música, e espaços cedidos pela Prefeitura para a educação musical”. Atualmente, Diogo consegue garantir sua renda através da música. “Estudei por quatro anos e atuei como voluntário em muitas apresentações, mas os anos de estudo me oportunizaram a chance de viver da música. Atuo como professor durante a semana, e no fim de semana eu participo de alguns shows, o que me garante uma renda extra”.
A participação do público em eventos de música erudita também aumentou nos últimos cinco anos. “Há um tempo, eventos como o Encontro Brasileiro de Orquestras não chegavam a cobrir nem metade dos assentos dos auditórios. Agora ficam lotados, o público está construindo um olhar para músicas que não são tradicionais da região”. Ao unir abertura de espaço com música de qualidade, a adesão do público vem como consequência.