Intercom Sul alcança propósito de (Re)pensar a Comunicação

Uma verdadeira imersão na comunicação. Nos dias 03, 04 e 05 de julho, a Unochapecó sediou o maior congresso de comunicação do Sul do Brasil. O evento recebeu mais de 1.200 acadêmicos, professores, pesquisadores e palestrantes.

O coordenador do evento, professor Marlon Santa Maria Dias, comenta que “foi desafiador organizar e executar um evento da magnitude de um Intercom, mas o resultado foi muito positivo. Isso se deve ao trabalho de uma equipe formada por quase 100 pessoas, incluindo professores, técnicos e estudantes voluntários, que atuaram na monitoria, apoio técnico e cobertura do evento”. 

O encontro foi um sucesso. “Os comentários dos congressistas foram elogiosos e não tivemos nenhum problema. Ao final, vimos o quanto os estudantes de todos os locais estavam animados com a premiação e com a experiência do evento. E, além disso, sentimos o quanto os nossos estudantes da Unochapecó também acabaram se envolvendo mais com os seus cursos através dessa iniciativa”, comemora.

O congresso

A programação do evento atendeu às demandas atuais da comunicação, levando em consideração as diferenças entre as áreas que abrange:  jornalismo, publicidade e propaganda, relações públicas, design, produção editorial, cinema e audiovisual, rádio e TV, games, comunicação digital, entre outras. Com a  temática “(Re)pensar a Comunicação como Campo de Conhecimento, Formação e Práticas Profissionais”, foram realizados painéis com pesquisadores e profissionais da área, oficinas, Grupos de Trabalhos, trocas entre professores de ensino e extensão e apresentações de trabalhos acadêmicos.

O Prêmio Expocom seleciona os melhores trabalhos de acadêmicos da área em 71 categorias. A estudante da Universidade Estadual de Londrina, Manoelly Meneguetti, junto com seu grupo de estudos, recebeu um troféu na categoria Organização de Evento. “Esse prêmio significa tudo aquilo que a gente trabalhou durante a disciplina inteira de Gestão de Eventos em Relações Públicas. A gente se empenhou muito, foi a comemoração de 50 anos do curso que a gente ama fazer. Foi um trabalho que envolveu toda a nossa turma e estar aqui representando eles e representando e a UEL é muito gratificante”, comemora.

Contato com o mercado de trabalho

Promovida pela Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), na manhã do dia 03 de julho, ocorreu o painel “Pense Rádio, Pense TV: Oportunidades de Trabalho e o Novo Perfil Profissional”. A atividade abriu a programação do Intercom Sul 2025.

Com foco em apresentar as habilidades que o mercado de rádio e televisão exige dos novos profissionais, estiveram presentes no evento nomes de destaque da mídia regional, como o diretor executivo da Acaert, Guido Schvartzman, o coordenador da NSC TV Chapecó, Gilmar Luiz Fochessato, a gerente da NDTV RECORD Oeste, Ediani Outeiro, o jornalista da Rádio Peperi, Marcos Meller, e a jornalista Miriam Pereira, da Rede Princesa de Xanxerê.

Conforme o diretor executivo da Acaert, o novo perfil profissional deve ser multiplataforma, dinâmico e conectado à realidade da comunidade. “A gente espera um profissional que esteja antenado com as novas tecnologias, ou seja, que saiba utilizar todos os recursos digitais, inclusive a própria inteligência artificial, que está muito em ascensão nesse momento, mas que também saiba trafegar entre os veículos offline, ou seja, os veículos rádio e televisão”, destaca.

Foto: Gabriel Borges

Marcadores sociais na comunicação

A palestra “Experiência como método e Interseccionalidade como Episteme na Comunicação”, ministrada pela professora doutora Fernanda Carrera (UFRJ), encerrou a primeira noite de congresso. A atividade teve como objetivo criar a reflexão no público como diferentes marcadores sociais, como gênero, raça e classe, atravessam e influenciam os modos de produção e análise do conhecimento em comunicação. 

A professora destaca que embora a interseccionalidade seja um conceito já bastante difundido, ainda há desafios em compreender sua complexidade no campo comunicacional. “A gente pode ser atravessado por diversas matrizes de opressão e de privilégio, mas algumas ganham centralidade em determinadas situações. Então, é um método situacional, contextual”, explica.

Cultura digital, consumo e influência 

A programação contou ainda com o painel apresentado pelas doutoras em Comunicação, Ali Machado e Issaaf Karhawi. As pesquisadoras buscaram discutir sobre o consumo material e digital e como os influenciadores impactam a comunicação. O painel foi pensado para abordar os entrelaçamentos entre cultura digital e comunicação. 

Durante sua fala, a dra. Ali Machado explica conceitos sobre como a comunicação e o consumo são processos de interação. “Quando nós falamos de consumo digital, falamos sim sobre redes sociais, mas estamos tratando isso como gêneros culturais”, explica.

A dra. Issaaf Karhawi apresentou seu livro “De Blogueira a Influenciadora”. Segundo ela, os conteúdos são feitos sob medida para o público consumidor, com a ideia da regulação do algoritmo. “É interessante perceber como todo o ecossistema midiático é impactado, tanto pelas plataformas quanto pelos influenciadores digitais”, pontua.

Troca de conhecimento

A acadêmica Mariana Antunes Rodrigues, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), viveu o Intercom ao máximo. Junto com seus colegas, ela apresentou dois trabalhos no Expocom – um podcast e um documentário – e também participou dos GTs com trabalhos sobre repercussão noticiosa. “É muito bom poder ouvir pesquisadores especializados na área e também acompanhar o trabalho de outros colegas, contribuir e discutir sobre Jornalismo”, avalia positivamente.

Texto: Max Vitor, estagiário da Acin Jornalismo, sob supervisão de Bruna Deitos

Foto: Gabriel Borges

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