Palacios contou sobre suas experiências na cobertura jornalística na América do Sul desde 1995, em que esteve acompanhando fatos históricos, como eleições, crises políticas e econômicas, tentativas de golpe de Estado, rebeliões populares e terremotos. Segundo ele, as coberturas dos veículos de comunicação brasileiros estão focadas nos interesses políticos, econômicos e culturais de cada povo. Durante a sua estada na argentina constatou que a relação do governo argentino com a imprensa é conflituosa, pois os veículos de comunicação que não esboçam elogios ao governo, são censurados.
Outro assunto abordado foi as mudanças do jornalismo, ocasionadas pelo avanço da internet, que colaborou para o surgimento de novas práticas de produção de conteúdo. Acompanhar o mercado, produzir e adaptar textos de um mesmo assunto para diferentes mídias, é um dos deveres de um jornalista, pois, “ele tem que fazer texto, áudio, vídeo e pensar em como divulgar nas redes sociais”, ressalta Palacios. O jornalista observa que esse avanço dificultou os jornais impressos de se manter financeiramente, “a publicidade, que deixou de ser divulgada no papel, não foi para a internet”.
O jornalista
Ariel Palácios formou-se em 1987 na Universidade Estadual de Londrina (PR) e fez o Master de Jornalismo do jornal El País (Madri) em 1993. Hoje é correspondente em Buenos Aires, Argentina, no canal de notícias Globo News e eventualmente colabora com o Observatório da Imprensa.
Já foi colunista da Revista Imprensa; Correspondente do jornal O Estado de São Paulo, entre 1995 a 2015; Trabalhou como correspondente na rádio CBN de 1996 a 1997; Na rádio Eldorado de 1997 a 2005; Em 2014, em parceria com o jornalista Guga Chacra, escreveu o livro, “Os Hermanos e Nós”, sobre o futebol argentino e os mitos da rivalidade Brasil-Argentina; Recebeu o Prêmio Comunique-se de melhor correspondente brasileiro de mídia impressa no exterior; E em 2013 publicou o livro “Os Argentinos”, pela Editora Contexto, uma espécie de “manual” sobre a Argentina.