Série de Reportagens – Capítulo 2

Série de Reportagens – Capítulo 2

Produção: Alana de Bairros | Supervisão: Eliane Taffarel Saúde e sustento: as preocupações dos trabalhadores na pandemia Muitas são as incertezas originadas pela pandemia do novo coronavírus. Inseguranças quanto ao futuro, a saúde e a vida financeira preocupam grande parte das pessoas neste período. No âmbito profissional não é diferente. Trabalhadores das mais diversas áreas sentiram as mudanças significativas causadas neste contexto que modificou as formas e relações de trabalho. Seja no comércio ou nos serviços essenciais, os reflexos do “novo normal” são evidentes. Grandes e pequenas empresas se adequaram às recomendações para enfrentar este período. Para alguns trabalhadores, a redução de carga horária é uma realidade. Outros, porém, enfrentam a jornada de trabalho muito mais exaustiva, como é o caso dos professores, que em rede pública ou privada, reinventam seu trabalho para continuar auxiliando na formação humana. Camila Pelegrini, que atua na educação pública desde 2012 ministrando a disciplina de Sociologia, relata sobre a tripla jornada que os professores estão encarando nas atividades remotas. “Ser professora já é um desafio. Ser professora na pandemia é outro.” Camila formou-se na primeira turma de Ciências Sociais da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e relembra: a escolha pela profissão foi um despertar, decorrente da vontade de contribuir na vida das pessoas por meio do conhecimento, e assim, romper com o senso comum. Atualmente, trabalha na Escola de Educação Básica Antonio Morandini, em Chapecó-SC, e na Escola de Educação Básica Doutor Serafin Enoss Bertaso, de Nova Itaberaba-SC.  Neste cenário de pandemia, após uma semana de capacitação, os professores começaram a planejar as atividades on-line. “Temos três sistemas para atualizar e provar...
Feminicídio: por quanto tempo mais?

Feminicídio: por quanto tempo mais?

Este é o “Para quem ainda não entendeu”, o podcast que aborda assuntos que envolvem problemas sociais impregnados na sociedade brasileira. A partir da análise crítica de fatos atuais, abordamos aspectos que refletem a raiz destes problemas. Quinzenalmente, nas terças-feiras, para você que ainda não entendeu, de maneira clara, a dimensão de certos impasses que travam o desenvolvimento do país. Neste primeiro podcast do “Para quem ainda não entendeu” conversamos sobre feminicídio. Em Santa Catarina, segundo a Secretaria de Segurança Pública, de 2018 a 2019, os casos de feminicídio aumentaram 40,5% no estado. Na última semana de junho, um Protocolo Nacional de Investigação e Perícias nos Crimes de Feminicídio foi criado. Ao invés de esperança, a falta de transparência e eficácia se fizeram presentes. A edição de hoje trás a graduada em Direito pela Unochapecó e integrante do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Chapecó, Liége Santin, para discutir a...
Série de Reportagens – Capítulo 1

Série de Reportagens – Capítulo 1

Produção: Alana de Bairros | Supervisão: Eliane Taffarel Em meio às comemorações do novo ano que se iniciava, muitos faziam planos e traçavam novos hábitos e metas. Outros, colocavam os 366 dias que estavam por vir nas mãos do destino, de Deus ou de demais forças divinas. Agradecimentos, promessas e expectativas marcavam o ritual de virada de ano que faz parte da vida de muitas pessoas. O que ninguém imaginava, naquela quarta-feira que abriu o ano de 2020, é que seria um ano caracterizado principalmente por mudanças, incertezas e perdas. A pandemia de Covid-19 assolou o mundo inteiro e causou impactos em todas as esferas sociais. De repente, foi preciso se adequar às diversas recomendações e modificações que o momento exigia, e hábitos que pareciam tão distantes da nossa realidade viraram rotina, pela segurança de si próprio e dos demais. Os modos de produzir, vender e aprender foram transformados. Com as consequências da pandemia, foi necessário repensar conceitos e práticas, e a nova realidade revelou características sobre nós mesmos, sobre o próximo e a sociedade como um todo.  Facilmente será possível distinguir o mundo pré e pós-pandemia, que modificou as formas de trabalho, de estudo, de lazer e de relacionamentos interpessoais. É sobre isso que trata a série de reportagens Faces e Reflexos, com o objetivo de retratar os mais diversos reflexos da pandemia na sociedade, através de faces, que com as particularidades de suas histórias, podem representar uma realidade vasta e plural. Mães na pandemia: novas rotinas, novos desafios Maternidade. Substantivo feminino, laço que liga a mãe aos filhos. Laço este que carrega muitos estigmas enraizados na sociedade...
Entre horários e itinerários: os rumos do transporte coletivo de Chapecó

Entre horários e itinerários: os rumos do transporte coletivo de Chapecó

Repórter: Laura Fiori Colaboração: Alessandra Dias, Anelize Iltchenco, Angela Bueno, Briann Ziarescki, Christopher Marin, Fernanda Hinning, Francisco Lund Jr, Jaine Rodrigues, Julia de Araujo, Júlia Maria Appi, Luana Poletto, Mirella Schuch, Rafael Chiamenti, Stefania Martinelli e Stefanny Velasques Supervisão: Eliane Taffarel (jornalista responsável), Ilka Goldschmidt e Ana Paula Bourscheid (coordenadoras da Acin Jornalismo) No dia 26 de maio de 2019 foi assinado o contrato da nova licitação do transporte coletivo urbano de Chapecó (SC). A partir deste dia, a Auto Viação Chapecó é a responsável pelo transporte coletivo da cidade, e assim deve permanecer por 20 anos, sem permissão para prorrogação. A empresa tem o prazo de 180 dias para dar início ao que está previsto no edital, ou seja, tem até o dia 26 de novembro para se estabelecer na cidade.  Até o dia 29 de dezembro de 2018, a Auto Viação Chapecó e a Transporte e Turismo Tiquin eram as duas empresas responsáveis pelo transporte coletivo urbano da cidade. Sendo ambas responsáveis, respectivamente, por 80% e 20% das linhas de Chapecó. A partir de então, a Auto Viação assumiu todos os itinerários do transporte durante o período de assinatura do contrato, já que a Transporte e Turismo Tiquin não concorreu ao edital. Esta nova licitação traz uma série de mudanças para o transporte coletivo de Chapecó que, de acordo com dados da Auto Viação, no último trimestre de 2019 (abril, maio e junho), foi utilizado por 1.139.000 (um milhão, cento e trinta e nove mil) passageiros. Mas, antes de pensarmos no futuro, vamos falar sobre alguns dos problemas enfrentados pelos usuários do transporte nos últimos anos.  Bloqueados O Diretório Central...
Greve geral: trabalhadores contra a reforma da Previdência

Greve geral: trabalhadores contra a reforma da Previdência

Produção: Alessandra Alves Dias, Angela Bueno, Briann Ziarescki Moreira, Jaine Rodrigues e Rafael Chiamenti Pedroso/Acin Jornalismo Na sexta-feira, 14 de junho de 2019, estudantes do curso de Jornalismo da Unochapecó realizaram a cobertura da Greve Geral contra a reforma da Previdência. Eles conversaram com diferentes personagens que relataram um pouco de sua história e os motivos que os levaram a se manifestar. Cartazes, bandeiras e olhares de esperança se destacavam em meio a multidão. Cada personagem tinha suas próprias características, mas três aspectos chamavam a atenção: a  experiência, a inspiração e a militância. Acompanhe as conversas com as trabalhadoras e trabalhadores. Sirlir e Vera Scussiato As irmãs Sirlir e Vera Scussiato têm no pai (in memorian) a referência de militância (Foto: Rafael Chiamenti Pedroso) Eram quase cinco horas da tarde. Poucas pessoas ainda estavam na praça Coronel Ernesto Bertaso, a principal de Chapecó. Nem parecia que algumas horas atrás, quase duas mil pessoas gritavam palavras de ordem contra a proposta de Reforma da Previdência do governo atual. As pessoas que permaneceram formavam rodas de conversa. Sempre com a cuia na mão, ouviam lideranças sindicalistas sobre os perigos da chamada “deforma” da previdência. Duas mulheres risonhas, sentadas juntas em um dos bancos da praça, chamaram a atenção por estarem envoltas em bandeiras de um determinado partido político. Nos aproximamos e puxamos conversa com as simpáticas senhoras Sirlir e Vera Scussiato, irmãs de 63 e 62 anos respectivamente. Moradoras de Chapecó, viveram recentemente a perda do pai, um homem descrito por Sirlir como romântico e militante. Rovílio Antônio Scussiato, fundador do Partido dos Trabalhadores, da Cooperalfa e do Sindicato dos Trabalhadores...
Atos contra a reforma da Previdência são realizados em Chapecó/SC

Atos contra a reforma da Previdência são realizados em Chapecó/SC

Manifestantes caminharam pela Avenida Getúlio Vargas em Chapecó em ato contra a reforma da Previdência (Fotos: Briann Ziarescki)   Por Briann Ziarescki e Laura Fiori  “O governo trata o funcionalismo público como um bando de privilegiados, e nós não somos. Nós estamos com a maioria dos trabalhadores com carteira assinada neste país. Vamos sofrer e vamos ter que pagar essa conta da Previdência, que é dos grandes devedores e não dos trabalhadores”, afirma Gherly Ranzan, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema). O Sintaema foi uma das mais de 30 entidades envolvidas na organização da Greve Geral do dia 14 de junho de 2019, em Chapecó/SC, promovida contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 006/2019 que estabelece normas para a reforma da Previdência Social. A paralisação movimentou milhares de pessoas em todas as regiões do país. Na capital do Oeste catarinense, durante a manhã, a manifestação se concentrou na Praça Coronel Ernesto Bertaso, no centro da cidade. De acordo com os organizadores do ato unificado, duas mil pessoas marcharam pela principal avenida de Chapecó. Durante a caminhada houve momentos de tensão, quando motoristas impacientes tentaram atravessar o bloqueio criado pelos manifestantes. No período da tarde, foi realizada uma aula pública na praça central com o objetivo de explicar à população sobre os perigos que a reforma da Previdência trará para a classe trabalhadora. Para a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Elizabeth (Zigue) Timm, a reforma irá afetar os trabalhadores mais pobres, que recebem um ou dois salários mínimos. “A reforma retira conquistas históricas nossas, por isso a gente está na...