por Acin Jornalismo | 8 de abril de 2021 | Hipermídia - 2021/1
Por Katlen Karczewski* A silagem de milho é o principal alimento ingerido pelas vacas leiteiras. Foto: Katlen Karczewski. Com a pandemia de Covid-19, diversos segmentos econômicos foram afetados, direta ou indiretamente. A agricultura não passou ilesa, sobretudo a cadeia produtora de leite. Além da pandemia, no último trimestre de 2020 uma forte estiagem atingiu a região Extremo-oeste de Santa Catarina, afetando a produção de grãos, principalmente o milho e a soja, base da alimentação do gado. O dólar alto acabou elevando o custo dos insumos, em especial aqueles que possuem grãos em suas composições, o que deixou a situação mais difícil para o setor. De setembro de 2020 a fevereiro deste ano, o valor pago pela indústria aos produtores variou de R$ 1,79 para R$ 1,52 o litro do produto, segundo dados do Sindileite-SC. O agricultor de São Miguel do Oeste (SC) Seno Persch, trabalha no ramo há mais de 20 anos e observa que os valores não pagam os custos de produção. “Essa variação nos impacta bastante, porque a queda no preço do leite não acompanha os valores dos insumos, que continuam altos. Além disso, não sabemos o que está por vir e nosso trabalho com as vacas é contínuo e precisa de investimento. Já passamos por momentos muito difíceis, eu e minha família, mas essa fase atual está castigando”, complementa Persch. Variações nos valores pagos aos produtores de leite gera instabilidade no setor. Foto: Katlen Karczewski. Por outro lado, a indústria também sofre impactos. O diretor da Cooper 25 de Maio, indústria de processamento de leite de São Miguel do Oeste, Adelar Bavaresco, percebeu oscilação no consumo desde...
por Acin Jornalismo | 8 de abril de 2021 | Hipermídia - 2021/1
Por Alessandra Dias* Foto: Alessandra Dias O mercado da beleza e cuidados pessoais tem voltado às atenções aos cosméticos naturais, orgânicos e veganos. Com a pandemia, essa tendência ganhou fôlego já que muita gente decidiu mudar hábitos e comportamentos ligados à escolha de um produto. Hoje o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International. O estudo aponta que composições orgânicas e naturais são uma das três principais tendências globais do mercado. Grandes e pequenas empresas têm voltado as atenções para esse nicho de mercado, cada vez mais emergente. Em 2020, a acadêmica de farmácia Bianca Oliveira fundou a marca Èmana Botanic em Chapecó (SC). A empresa é focada em produtos veganos, naturais e livres de crueldade animal na linha de cuidados com a pele. Na lista de produtos há cremes faciais, argilas, óleo corporal, sérum (dermocosmético) e outros. Foto: Instagram/ Reprodução Bianca reforça que atenta para a procedência dos ingredientes que utiliza. Atualmente, sua matéria-prima vem de uma empresa de São Paulo, além de adquirir alguns produtos da Amazônia e de uma amiga de Florianópolis. “É um produto que é feito de coração, especificamente pra ti, com aquilo que tu precisa. Tenho clientes que me falam ‘já testei de tudo e só o teu produto resolveu’. Além de ser a base natural, a acadêmica aplica Reiki em todos os produtos. “A minha marca não trabalha só com o aspecto de cuidar da pele de maneira superficial. A gente quer tratar nosso interno, é muito mais que um produto”, declara. Confira a entrevista sobre sustentabilidade...
por Acin Jornalismo | 8 de abril de 2021 | Hipermídia - 2021/1
Por Gabriel Augusto Scheffer* No dia 22 de fevereiro, pessoas se aglomeraram com medo do fechamento de supermercados devido ao lockdown parcial anunciado na cidade de Chapecó-SCFoto-Gabriel Scheffer Não! Esta matéria não é sobre culinária ou receita de pirão de peixe. O título com traços de ironia remete ao refrão de Meu pirão primeiro, do cantor e compositor Bezerra da Silva. Além da música, a expressão também é um ditado popular que expressa o egoísmo do ser humano em certas situações, de pensar apenas em si e não no coletivo. Em um contexto de crise causada pelo coronavírus, a frase fica ainda mais evidente. Em 22 de fevereiro, os supermercados de Chapecó registraram filas quilométricas, aglomeração, empurra-empurra e nervosismo. A cena ocorreu antes mesmo do prefeito João Rodrigues anunciar um lockdown parcial na cidade devido ao colapso no sistema de saúde por conta da covid-19. Um áudio do próprio chefe do Executivo, inicialmente direcionado aos vereadores, acabou vazando e a população, em pânico, decidiu encher a despensa. Mas a cena de pânico não foi exclusiva da pandemia. Em 2018, motoristas desesperados acabaram com a gasolina na cidade antes mesmo do início da greve dos caminhoneiros. Mas o que faz as pessoas agirem assim? É o que vamos discutir nesta reportagem. A influência do meio e das redes sociais Há três motivos que podem explicar o pânico das pessoas em momentos de crise, entende a professora de sociologia da rede estadual de ensino Camila Pelegrini. A necessidade do ser humano conviver em grupo é o primeiro deles; na sequência vem a influência de outras pessoas no nosso comportamento, hábitos e...
por Acin Jornalismo | 8 de abril de 2021 | Hipermídia - 2021/1
Por Fernanda Hinning* A auxiliar de enfermagem Ceonara Balen acabara de sair do trabalho, na Unidade Básica de Saúde após tratar pacientes com Covid-19. Ao estacionar o carro no supermercado, deparou-se com uma paciente que há poucos minutos tinha descoberto que estava positivada para o coronavírus. Mesmo com o diagnóstico, a mulher resolveu fazer compras e saía do estabelecimento carregada com sacolas. Ceonara não pensou duas vezes e foi confrontá-la. Áudio de Ceonara que ganhou repercussão “Eu falei para ela que era por causa de gente como ela que a situação está como está. Que a gente estava indo trabalhar com medo de morrer e de quem pode morrer por gente como ela”. O caso aconteceu em 27 de fevereiro em Pinhalzinho, no oeste catarinense, e ganhou repercussão nacional. Surpresa, a mulher pediu perdão para a profissional de saúde, arrependida. A mulher infectada é professora do município. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que iria dar os encaminhamentos para a professora que descumpriu o isolamento. A situação flagrada pela auxiliar de enfermagem não é pontual. Na verdade, se repete dia após dia por parte da população que encara o coronavírus com desdém e ignora a gravidade da situação. Doze dias após o incidente, foi aprovada uma lei em Pinhalzinho que penaliza em R$ 1 mil quem descumprir o isolamento. Os positivados com coronavírus que forem flagrados na rua, terão que pagar a multa e serão escoltados para casa. Além disso, uma força tarefa organizada pela prefeitura em parceria com a Polícia Militar tem feito visitas às casas dos doentes para verificar se estão cumprindo o isolamento. Enquanto nas...
por Acin Jornalismo | 8 de abril de 2021 | Hipermídia - 2021/1
Por Mônica Guerini* Imagem do site Olhar Digital A situação crítica da pandemia faz o mundo voltar às atenções para o Brasil. E não é por menos: somos o segundo país em maior número de mortes pelo coronavírus. Em março deste ano, duas reportagens do jornal norte-americano New York Times escancararam o cenário caótico do coronavírus em terras tupiniquins. No começo do mês, o tablóide criticou a ineficiência do governo federal para conter o contágio e alertou para o risco das variantes do novo coronavírus já terem atravessado as fronteiras brasileiras. A publicação norte-americana chegou a classificar o Brasil como “celeiro” para a doença. Dias depois, outra reportagem mostrou que o Brasil está relatando mais novos casos e mortes do que qualquer outro país do mundo. Segundo o jornal, o colapso é um fracasso total para o país que, nas últimas décadas, chegou a ser considerado modelo para outras nações em desenvolvimento. Mas a crítica não é apenas do New York Times. Somam-se ao coro outros jornais estrangeiros, líderes políticos de diferentes países e entidade internacionais como a Human Rights Watch que publicou um relatório mundial onde afirma que o presidente Jair Bolsonaro tentou sabotar medidas de prevenção contra a covid-19. O documento ainda fala que as medidas de fiscalização ambiental foram enfraquecidas, o que contribui para o desmatamento e incêndios na Amazônia que aumentaram cerca de 16% em 2020, segundo matéria publicada pela Folha. A situação pode acabar interferindo na economia, já bastante afetada com a pandemia, lembra o estudante de relações internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Douglas Welter Reichert. “Os investidores e as empresas...