Curso de Jornalismo lança projeto Cidadãos do Futuro

Curso de Jornalismo lança projeto Cidadãos do Futuro

Nossa primeira história, a da Érica, fala do projeto em que ela está inserida: a democratização da arte Produção: Luana Poletto | Supervisão: Eliane Taffarel A atuação dos jovens em causas sociais se faz bastante relevante e acontece de maneira diversa atualmente. O processo de sensibilização das pessoas, a partir das suas realidades e perspectivas locais, é importante para buscar mudanças e melhorias. Além disso, é enriquecedor que mais indivíduos com outras visões e ideias participem de debates. Com o objetivo de levantar pautas para a produção de interesses do público jovem que visa discutir temas de impacto social, trazendo uma visão crítica sobre o futuro da sociedade, o curso de Jornalismo da Unochapecó organizou o projeto “Cidadãos do Futuro”. O primeiro passo foi a elaboração de um formulário destinado aos estudantes do Ensino Médio do entorno da Região de Chapecó (Oeste de Santa Catarina, Norte do Rio Grande do Sul e Sudoeste do Paraná). A intenção é identificar o protagonismo desses estudantes na luta por causas sociais, de empoderamento e defesa da democracia e também de contar essas histórias quando eles decidem deixar seu contato e o projeto em que estão envolvidos. As histórias desses jovens, dos projetos e os temas em que eles estão interessados, você acompanha quinzenalmente a partir de hoje, aqui na Clim. Se você é jovem e se interessou pelo Cidadãos do Futuro, clique aqui e responda nosso questionário. Jovens protagonistas Érica Maria Zucchi. Fonte: Arquivo pessoal. Érica Maria Zucchi tem 17 anos e reside no município de Concórdia, Santa Catarina. Ela estuda no terceiro ano do curso Técnico em Alimentos integrado ao Ensino...

Filho perde pai e mãe em cinco dias, “agonizante”, diz

Por Patrick Eduardo Boff* O coronavírus tem destroçado famílias mundo afora. Em Chapecó, o funcionário público Claudistoni Ramão Pinheiro, 52 anos, perdeu o pai e a mãe em um intervalo de cinco dias. Eles deixam quatro filhos e três netos.O aposentado João Ramão Pinheiro,78 anos, pai de Claudistoni, chegou a contrair a doença duas vezes. A primeira vez foi em junho de 2020. Mas os sintomas foram leves e acabou se recuperando com pequenas sequelas no estômago e pulmões. Porém, na segunda vez não teve a mesma sorte e não resistiu.A esposa dele, Melania Góes Pinheiro, 71 anos, positivou para a doença no início de fevereiro, que se suspeita que tenha contraído do filho mais novo, que morava com o casal. Ela procurou atendimento médico duas vezes. Na primeira, foi mandada de volta para casa apesar da febre e dores no corpo. A falta de ar e dores no corpo ficaram mais intensas e, em 22 de  fevereiro, foi levada às pressas a UPA e transferida horas depois para UTI do Hospital Regional. Após quatro dias de internação, ela acabou falecendo. Ao saber da morte da esposa, o marido começou a apresentar dificuldades para respirar e se alimentar – o que indicava que teria contraído a doença pela segunda vez. Por isso, foi internado com sintomas graves de reinfecção da doença e precisou ser internado, já sendo entubado na UTI. Chegou a ter melhora durante a internação, mas no quinto dia acabou piorando e veio a óbito em 28 de fevereiro. “Esses dias foram muito agonizantes, entristecedor e com muita esperança que eles melhorassem”, relata o filho sobre a internação dos pais. Passados...

Ansiedade e depressão em alta durante a pandemia preocupa psicólogos e psiquiatras

Por Luana Poletto* A pesquisa contou com 13.263 participantes. Dos 1.500 respondentes brasileiros maiores de 18 anos, 63% apresentaram relatos de ansiedade e 59% sintomas de depressão. Foto: Rubens Cavallari/Folhapress (Folha de São Paulo)  A pandemia fez hábitos e rotinas serem alterados radicalmente. Exemplo disso ocorre em escolas e universidades, que há mais de um ano estão com aulas remotas. Com contato social limitado e opções de lazer e atividades restringidas, tem sido cada vez mais frequentes os relatos de aumento de casos de ansiedade e de depressão por psicólogos e psiquiatras. Uma pesquisa global recente liderada pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) levou em conta dados de 11 países e revelou que o Brasil ocupa a dianteira  absoluta no número de casos de depressão e ansiedade durante a pandemia de  covid-19, acima de nações como Estados Unidos e Irlanda. O isolamento social, a  falta de alternativas de lazer e problemas financeiros teriam sido alguns dos  principais fatores que contribuíram para a elevada quantidade de casos,  especialmente entre os jovens. Eles, além de mulheres, pessoas com histórico de  distúrbios psicológicos e desempregados, são alguns dos grupos que mais  relataram sofrer com os problemas.  A ansiedade é um estado normal e útil, que deixa as pessoas atentas a perigos iminentes, como a dor e o medo, observa a psicóloga Larissa D’Maiella Akkari Klimeck Kammer. “O estado ansioso é uma defesa que nos alerta de que algo não vai bem”, destaca. Porém, a ansiedade passa a ser um problema, quando gera  sofrimento intenso. Entre os sintomas estão falta de ar, coração acelerado, suor excessivo, tremores, aceleração do pensamento, insônia, aumento ou diminuição...
Distância de 1,5 m entre mesas e turmas pela metade: como foi volta das aulas presenciais em Chapecó

Distância de 1,5 m entre mesas e turmas pela metade: como foi volta das aulas presenciais em Chapecó

Por Milena Fidelis*  Ouça a reportagem aqui Sem aulas presenciais desde 17 de março de 2020, o processo de retorno  às escolas teve idas e vindas em Chapecó. As aulas estavam previstas para serem retomadas em 18 de fevereiro, mas os planos foram suspensos seis dias depois. Com a situação gravíssima na cidade pela covid-19, recordes de mortes e filas para atendimento nas UTIs, o retorno foi inviável.   Só em 11 de março, os 23 mil alunos da rede municipal  puderam retornar presencialmente às 89 escolas. Para isso, foi necessário seguir uma série de regras de proteção, como distanciamento de 1,5 metro entre as mesas, obrigatoriedade no uso de máscaras, entre outros. Também foi preciso fazer rodízios entre os alunos, devido ao modelo de turmas híbridas para atender ao limite de 50% de capacidade das escolas. Metade das turmas podem comparecer presencialmente e o restante fica em casa, acompanhando as aulas remotamente. Há a possibilidade de acompanhar as aulas totalmente online. Na escola municipal Victor Meirelles, localizada no bairro São Pedro,  um cartaz na entrada logo avisa que estão sendo atendidos “apenas” 180 alunos por turno, cerca de metade do total de estudantes da escola. Nos corredores e salas foram colocados adesivos no chão para marcar o distanciamento. Nas mesas do refeitório, fitas foram colocadas para que apenas 30 alunos ocupassem o espaço. E uma sala precisou ser adaptada e transformada em “sala de isolamento” onde alunos com sintomas da covid-19 permanecem enquanto esperam pela  família. Enquanto a reportagem estava na escola, uma menina com sintomas da doença aguardava a chegada do pai, que apareceu na instituição inclusive sem máscara. Foto:...

Idoso recebe duas doses de vacina contra a covid, mas morre dias depois

Por Wéliton Rocha* José Alves da Silva aos seus 106 anos mostrando o que ainda leva jeito para escrever. As vacinas contra o coronavírus trouxeram esperança para os idosos, público mais acometido pela doença. O aposentado José Alves da Silva, 106 anos, era um dos 600 chapecoenses com mais de 90 anos de idade na espera pelas doses. Tomou a primeira em 10 de fevereiro deste ano, já a segunda 20 dias depois. Mas menos de um mês depois da imunização, acabou falecendo por causas naturais. Enquanto aguardava por sua vez chegar, ele relembra das dificuldades do passado. Nascido em 1914 em Soledade (RS), começou a trabalhar na roça ainda criança, com 10 anos. No período oposto, frequentava a escola, onde cursou até a 4° série do ensino fundamental. Com o passar dos anos, seu José trabalhou como comerciante levando produtos de uma cidade para outra. Ele conta que tudo era muito difícil naquela época. O transporte terrestre, por exemplo, era a cavalo ou de carroça. Lembro quando ele contava das difíceis viagens que fazia, quando a carroça estragava e quando o tempo estava ruim. Chegou a ser professor na localidade de Bom Retiro, lecionando para alunos de primeira à quarta série. Os centenários, como seu José, ainda são raros em Santa Catarina. Segundo levantamento do IBGE, eram em média 405 pessoas com idade superior a 90 anos, mas a tendência é que isto aumente nos próximos anos. Eles fazem parte da faixa etária que mais cresceu em Santa Catarina entre os anos de 2000 e 2017. José conta que quando nasceu tinha um irmão gêmeo, que faleceu com...