Quem faz a Efapi: profissionais que deixam sua marca visível em pequenos detalhes

Para a realização da feira, é necessário o trabalho de centenas de pessoas nos bastidores do evento.

“Por trás das cochias ninguém sabe o que acontece”, frase popular do vocabulário brasileiro, define a situação de centenas de trabalhadores, que não possuem o reconhecimento e glamour de certas profissões. Para que a realização da Exposição Feira Agropecuária Industrial e Comercial de Chapecó – Efapi sair do papel e ser desenvolvida, muito teve de ser feito, mas quem realmente faz a maior Efapi de todos os tempos acontecer?

Nos dias de semana as portas do evento abrem às 15h, mas Larissa Moro, porteira do evento, chega às oito da manhã para recepcionar os visitantes e expositores. Larissa conta que trabalha das oito às oito, mas que às vezes, dependendo da função que foi designada, passa algumas horas a mais na exposição. Para dar conta de marcar presença nos dez dias de feira, dezenas de pequenos comerciantes que são instalados em trailers e barraquinhas, cochilam em colchões espalhados pela mini cidade de negócios. 

Após seis anos sem Efapi, para a volta da feira, mais um pavilhão foi construído no Parque Valmor Ernesto Lunardi. Nalva Ribeiro, faxineira contratada pela empresa blumenauense Blue Services, é uma das responsáveis pela limpeza dos longos corredores de um desses pavilhões. Além de Nalva, outras quatro pessoas cuidam da limpeza do local. 

Para o encanador e carpinteiro contratado pela Prefeitura de Chapecó, Mauro Alves, a manutenção do parque é semelhante a cuidar de uma casa. “É necessário fazer a limpeza, aparar a grama, cuidar do encanamento, conserto de banheiros e muito mais”, argumenta. Mauro Alves conta que trabalha das 7 às 23h na exposição.

Luiz Alves, que trabalha na manutenção e cuidados dos banheiros móveis espalhados pela feira, relata que em muitos eventos já chegou a trabalhar até 17 horas, e que a parte mais delicada de seu trabalho, é o público. “Às vezes é complicado, as pessoas chegam aqui no banheiro e acham que somos funcionários deles, jogam as coisas no chão, são mal educados com a gente. Existem pessoas que te olham dos pés à cabeça, e a gente nota os olhares. Às vezes o evento é bom e você não vê a hora de terminar, porque é muita incomodação, quem olha de fora pensa ‘que banheiro bonitinho e organizado’, mas não sabem o que a gente passa para mantê-los nos eixos”, enfatiza.  

A feira, que está apenas em seu quinto dia de exposição, segue até o dia 15 de outubro, e continuará contando com a dedicação destes e outros profissionais.

Texto: Deisiana Damarat e Emilly Bueno

Foto: Emilly Bueno

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