25 anos

25 anos

Bodas de prata do curso de Jornalismo

Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte. 

– Gabriel García Márquez.

Assim como disse o escritor e jornalista Gabriel García Márquez, o jornalismo é uma paixão insaciável. Paixão de ouvir e contar histórias, de apurar os fatos, de mudar algumas realidades e fazer microrrevoluções. O curso de Jornalismo da Unochapecó é movido por essa mesma paixão há 25 anos. As bodas de prata foram completadas no dia 16 de fevereiro, data marcada pelo primeiro dia de aula da primeira turma de Jornalismo.

O ano de 2023 é importante para todos que já fizeram parte, e para os que ainda fazem parte do curso de Jornalismo da Unochapecó. Ele se tornou o único da região Oeste e vem mudando vidas desde 1998. Já formou 367 profissionais durante esse período, fato que transformou a comunicação da região. 

Para o professor Dirceu Hermes, o curso teve concorrentes ao longo dos anos mas é o único que se mantém atualmente. “É interessante observar, pois tem um divisor de águas do que era o mercado antes e o que ele é após o curso de Jornalismo, a profissionalização que teve. O curso contribuiu muito com isso”, declara. O professor ainda destaca a qualidade do bacharelado. “Nós sempre estivemos a frente da nota máxima do MEC, e uma boa avaliação no Enade. Além de ser uma formação híbrida, o curso proporciona a inserção do profissionalismo no mercado”, afirma.

O atual coordenador do curso Francesco Flávio da Silva comenta sobre alguns desafios desses 25 anos. “Estar em uma região como a nossa, no Oeste Catarinense, por si só já é um desafio. É uma região de urbanização recente, se for comparada aos demais grandes centros ou do Sul do país. Tendo essa urbanização recente, historicamente, sempre surgiram desafios e um deles foi o ensino superior”, frisa. Francesco também lembra que o curso de Jornalismo é uma resposta à demanda social histórica da região e da necessidade de formar profissionais qualificados para atuarem em jornalismo.

“Se manter enquanto curso numa região tão afastada dos grandes centros, sempre é desafiador. Então graças às gestões que assumiram a instituição e aos professores que cuidaram com tanto esmero, carinho e profissionalismo do curso, a gente tem essa história de 25 anos que podemos celebrar com muito orgulho. Sem dúvida passamos por vários percalços, provando dia após dia a importância da profissão e da formação em Jornalismo. A gente tem agora uma retomada importante que é a discussão do reconhecimento do diploma.”

– Francesco Flávio da Silva

A professora Angélica Lüersen, que já foi coordenadora do curso, afirma que se sente feliz e privilegiada em fazer parte dessa história. “Quando ingressei no curso de Jornalismo, não tinha em mente que trilharia o caminho do ensino e me tornaria professora. Mas de fato me descubro, me reinvento a cada encontro, a cada troca e acho isso absolutamente rico”, declara. Ela também reforça que o curso de Jornalismo tem grande importância não apenas para o cenário regional, mas também nas histórias das famílias, dos indivíduos, na construção de um jornalismo pleno, compreendendo que o acesso à informação pública é um direito inerente à condição de vida em sociedade.

Segundo a professora Angélica, a formação em Jornalismo incitou em cada egresso a construção de um pensamento crítico, reflexivo e transformador, reconhecendo e respeitando a diversidade e a pluralidade de ideias. “Para além de uma formação técnica ou ferramental, o curso instiga atuar como produtor intelectual e agente da cidadania com viés crítico, ético e reflexivo, como um sujeito capaz de responder à complexidade e ao pluralismo”, frisa.

O professor Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira, que atua no curso de Jornalismo desde 1999, relata que a importância do jornalismo na vida dele é crucial. Hugo, que primeiramente queria cursar Engenharia, decidiu pelo jornalismo pois sempre foi aficionado pela profissão. “Acho que foi uma das decisões mais acertadas que eu tive, e que para mim foi crucial para  a atividade pessoal e profissional. Se eu tivesse que repetir, faria tudo de novo”, relata.  Ele também ressalta que o jornalismo é importante para a sociedade. “Imagine se não tivesse jornalismo nesta época em que as  Fake News estão popularizadas e multiplicadas, normalmente com más intenções. Imagine se nós não tivéssemos um bom jornalismo, e uma boa formação nele, pensem a situação em que nós estaríamos”, discorre. 

O professor Marlon Santa Maria Dias, comenta que se sente muito feliz fazendo parte do curso de Jornalismo da Unochapecó, sobretudo nesses 25 anos do curso, porque mostra o quanto é tradicional na região. “Ele é o único em funcionamento hoje na região, o que mostra não só o quanto há um envolvimento da comunidade em relação aos cursos de comunicação, mas também o quanto ele consegue formar profissionais que atendem a região Oeste do estado”, frisa. 

Marlon também ressalta a formação dos professores, que são de diferentes áreas e que vêm de diferentes trajetórias. Ele afirma que estar no curso, junto com esses professores também o faz aprender com esses profissionais, a partir de suas  histórias e projetos que eles realizam em paralelo à universidade. “Começar a minha carreira docente aqui na Unochapecó me dá bastante alegria. Sou muito grato por estar aqui e fazer parte dessa história, que tem muitas conquistas que se materializam, não só em prêmios e em reconhecimento, mas também no modo como os nossos alunos atuam em diferentes lugares do Brasil e do mundo”, finaliza. 

Para o professor João Pietro Meli Bridi, é uma satisfação e uma felicidade muito grande poder fazer parte da história do curso de Jornalismo da Unochapecó, principalmente nesse momento do marco de 25 anos. João, que já trabalhava na universidade antes de ser professor, comenta que já se sente pertencente a esta história. “Enquanto docente, é significativo poder gerar essa mudança em nome do curso, porque o jornalismo em si propõe essa mudança social, essa transformação, essa relevância. É realmente um prazer muito grande poder fazer parte dessa história. Vida longa ao curso de Jornalismo da Unochapecó!”, destaca. 

A professora do curso de Jornalismo Dafne dos Reis Pedroso, conta que se encontrou profissionalmente a partir da entrada no jornalismo. “Eu diria que me transformou completamente como profissional e pessoa”, declara. Ela também relata que passou a ler o mundo de outra forma, “pessoalmente o Jornalismo é responsável pelo rumo que eu tomei na minha vida, não só profissional como pessoal, as opiniões que eu tenho, a maneira que eu interpreto o mundo, enfim, acho que isso foi super importante”, salienta.

Dafne afirma que o jornalismo é essencial para a manutenção do estado democrático, para que as pessoas tenham qualidade de vida, já que é necessário ter acesso à informação correta e bem apurada para isso. “Assim como o curso é uma profissão tradicional e essencial, que muitas vezes não é reconhecida, acho que o mundo sem jornalismo é uma barbárie, um caos”, reitera.

A professora também salienta que se sente muito bem em fazer parte desta história de 25 anos e tem muito orgulho do curso. “O jornalismo é uma área super importante e relevante socialmente, ainda mais nos tempos que estamos vivendo. Então ter um curso tão tradicional na área, que contribuiu tanto e formou tanta gente, é algo super importante. Ser docente num curso tão relevante e tradicional é algo que dá muito orgulho e prazer. Sou muito feliz de ser parte do corpo docente”, finaliza.


Confira um dos podcasts produzidos sobre as vivências e perspectivas do curso de Jornalismo.

Professores do curso

Francesco Flávio da Silva

Possui graduação em Comunicação Social: habilitação em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo; MBA em Comunicação Social – Novas Mídias pela Celer Faculdade e mestrado em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria. Trabalhou como repórter, editor, apresentador e produtor nas empresas Rádio Diário da Manhã de Passo Fundo e na Rede Brasil Sul de Televisão – RBStv Chapecó. Atuou como coordenador da Assessoria de Imprensa da Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó tendo assumido a função de professor dos cursos da Escola de Comunicação e Criatividade da Unochapecó em 2012. Atuou como Ouvidor da Unochapecó e coordenou o curso de Tecnologia em Produção Audiovisual. Atualmente é coordenador do curso de Jornalismo na Instituição.

Angélica Lüersen

Jornalista graduada pela Universidade Federal de Santa Maria. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática da UFSM, linha Mídia e Estratégias Comunicacionais. Pós-Graduada em Docência na Educação Superior pela Unochapecó. Pós-Graduanda em Cinema e Realização Audiovisual pela Unochapecó. Atua como professora nos Cursos de Graduação em Jornalismo, Cinema e Mídias Digitais e Design (Unochapecó). Na Escola de Comunicação e Criatividade coordenou durante quatro anos o curso de Jornalismo, no qual atua desde 2010. Atuou como docente e coordenadora da primeira edição da Pós-Graduação em Jornalismo e Convergência na mesma instituição. Tem experiência na área de Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: fotografia, fotojornalismo, jornalismo literário e jornalismo humanizado. Atua como repórter fotográfica freelancer. Desenvolve projetos autorais em fotografia.

Dirceu Luiz Hermes

Graduado em Letras pela Unoesc (1996). Mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo. Docente na Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó (desde 1997). Atua como docente na Escola de Comunicação e Criatividade. Experiência em gestão: Coordenador do Curso de Publicidade e Propaganda, Diretor do Centro de Ciências de Comunicação e Artes, Diretor de Marketing e Comunicação e Coordenador da Editora Argos. Frente a editora conquista Prêmio Jabuti, Prêmio da Acadêmica Brasileira de Letras e Prêmio da Associação Brasileira de Editoras Universitárias. Palestrante e Training para grupos corporativos. Experiência em televisão, jornal, comunicação organizacional e marketing estratégico. Voluntário no Grupo de Apoio e Prevenção à Aids exercendo a função de Diretor Presidente.

Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira

Graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e em Administração pela Fundação de Ensino do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste) de Chapecó, e pós-graduação (especialização) em Metodologia do Ensino Superior em Comunicação Social (Umesp/Unoesc) e em Publicidade e Propaganda (Unochapecó) e experiência prática em Jornalismo desde 1976. Atuou como docente no curso de Administração da Fundeste, de 1986 a 1989. É professor do curso de Jornalismo da Unochapecó desde março de 1999. É diretor e jornalista atuante na Extra Comunica.

Dafne Reis Pedroso da Silva

Doutora em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2013), com Doutorado Sanduíche no Institut de recherche sur le cinéma et laudiovisuel – Sorbonne Nouvelle – Paris III (bolsa Capes PDSE 2012). Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2009) e Especialista em Comunicação Midiática pela Universidade Federal de Santa Maria (2006). Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo também pela Universidade Federal de Santa Maria (2004), com período de intercâmbio estudantil na Escuela de Ciencias de la Información – Universidad Nacional de Córdoba (bolsa AUGM 2003). Possui experiência em pesquisa na área da Comunicação, atuando nos seguintes temas: produção, recepção e consumo de audiovisual, metodologias de pesquisa em comunicação, oficinas de capacitação audiovisual, itinerâncias e cineclubismo. Professora da Escola de Comunicação e Criatividade e coordenadora do Bacharelado em Cinema e Mídias Digitais da Unochapecó.

Marlon Santa Maria Dias

Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestre em Comunicação e bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente, é professor da Escola de Comunicação e Criatividade da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Integra o Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento – LIC (Unisinos/CNPq) e o Ecrã – Grupo de Pesquisa em Imagem e Cultura Digital (Unochapecó/CNPq). Desenvolve pesquisas sobre a produção e circulação de acontecimentos em redes digitais, com foco em subjetividades contemporâneas e modos testemunhais do sofrimento. Seus trabalhos articulam os seguintes temas: jornalismo e narrativa; subjetividade, testemunho e culturas digitais; gênero, sofrimento e violência.

João Pietro Meli Bridi

Mestre pelo Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS-Erechim). Pesquisas voltadas à linguagem, modos semióticos, discurso e representação, cinema e produções audiovisuais. Também foco em pesquisas na Internet e mídias sociais. Graduado em Jornalismo pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), Especialista em Comunicação Corporativa pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM – Sul) e em Comunicação e Marketing Digital pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).

Produção: Deisiana Damarat; Emilly Bueno; João Pedro Zatta Grolli; e Schaiane Bohn.

Supervisão: Angélica Lüersen e Eliane Taffarel

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.