Adrenalina e aprendizado: Simulado de ataque em escola reúne estudantes e policiais

Adrenalina e aprendizado:  Simulado de ataque em escola reúne estudantes e policiais

As sirenes ecoam pelas ruas do Bairro Efapi em Chapecó. É manhã de sábado, 11 de junho de 2022. Pela Avenida Attílio Fontana, quatro viaturas do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) cortam os veículos que circulam pela via movimentada na véspera do Dia dos Namorados. 

A Van branca da Unochapecó com a equipe de reportagem do curso de Jornalismo chega dois minutos depois das guarnições que estacionam na Base Oeste da Polícia Militar, que é referência para cerca de 70 mil moradores e mais os municípios à beira do Rio Uruguai como Guatambu e Caxambu do Sul. 

Na base, quatro policiais em cada viatura se prepararam com todos os instrumentos necessários para um treinamento. Tem capacetes, escudos e armas. Eles se organizam para um treinamento na Escola Estadual Básica Tancredo de Almeida Neves, a única que atende alunos do ensino médio no Bairro Efapi. 

O simulado tático realizado oportunizou a vivência de novas experiências para jornalistas e policiais

O objetivo é treinar o efetivo para o atendimento de ocorrências envolvendo violência em escolas, desde as mais simples até as mais complexas. “É uma atividade para prevenir possíveis ações já que em outras escolas do Brasil ocorreram ataques. Estamos treinando policiais de Chapecó para que se um dia ocorra algo o policial esteja melhor preparado para esse atendimento”, afirma o Subtenente Schneider, do policiamento tático de Chapecó.

Pelo rádio transmissor vem o chamado. Todos os policiais presentes sintonizam o pensamento e se posicionam em sinal de alerta. A Central Regional de Emergências anuncia uma ocorrência real. O ponteiro do relógio marca exatamente 10h. Duas viaturas saem em alta velocidade novamente pela avenida. Elas cortam as ruas Beija-Flor e a Corruíra, no Loteamento Thiago, e chegam para o seu destino final. A Van também acelera pelo mesmo trajeto e estaciona quase em frente a escola. 

Como forma de treinamento, o trânsito na frente da escola é parcialmente bloqueado. Quem passa por ali fica curioso. Os moradores locais vão para as janelas em busca de respostas para a movimentação inesperada. Lá dentro, gritos de socorro, estouros de rojão e barulho de arma de fogo. Da viatura, desembarcam quatro policiais. Armados, se aproximam do prédio com calma e entram na escola à procura do suspeito. Após momentos de tensão, a equipe soluciona o caso e é liberada do treinamento.

Uma trajetória de ação

Tiago Brum, 37 anos, ao assistir o filme ‘Top Gun: Maverick’ (2022) relembrou do garoto Tiago que adorava ‘Top Gun – Ases Indomáveis’ (1986), afinal, foi lá que o desejo de atuar em prol da comunidade nasceu. Com 18 anos, tentou se alistar ao exército, mas não teve êxito. Após muitas noites de estudos, Tiago, aos 23 anos, passou no Concurso Público da Polícia Militar, o que impulsionou o sonho de atuar no Pelotão Tático. O Brasão de Armas da PM SC estampado no peito de Tiago remete a maritimidade federativa e às forças republicanas que a governa. O litoral e a lavoura da serra são interligados por um laço de pontas soltas e os dizeres: ’05 de Maio de 1835′.

O 2° Batalhão de Chapecó iniciou suas atividades no dia 17 de outubro de 1951

“É um sentimento de gratidão sempre que saio para trabalhar. Deixar pessoas que você ama para trás e cuidar de pessoas que você desconhece. No final do expediente, olhando para cada serviço realizado, após salvar alguém e saber que o crime não irá avançar, você consegue dormir mais uma noite tranquilamente. Toda vez que volto para casa, recebo da minha família, esposa e três filhos, o olhar de missão cumprida”.

Criada em 1835 por Feliciano Nunes Pires, a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) surgiu com o compromisso de manter a ordem pública e atender às demandas de autoridades ligadas à justiça. A sua atuação era restrita à cidade de Florianópolis, contudo, durante a trajetória do Brasil Império e as inúmeras revoluções em curso, a Força Policial deu seus primeiros passos em direção ao exercício da Defesa Interna e Segurança Nacional, abrangendo gradativamente o território catarinense. Em 1951, o 2° Batalhão de Polícia Militar de Fronteira (BPM/Fron) foi fundado no território banhado pela Lagoa da Conceição, passando, posteriormente, para a capital do Oeste.

O 2° Batalhão de Chapecó comemorou, no dia 17 de outubro de 2021, 60 anos de instalação. Anteriormente, a cidade contava com a 4° Companhia Isolada de Polícia Militar, estabelecida em 1951. Até 1974, a sede era localizada na rua John Kennedy, onde hoje é o Patrulhamento Tático de Chapecó; neste ano, foi inaugurada na Avenida Getúlio Vargas, quando esta ainda era de chão batido.

“O Batalhão tem sob sua circunscrição 41 municípios. A 3ª companhia com sede em Chapecó, a 4ª companhia em Xanxerê e a 5ª companhia em São Lourenço do Oeste. O nome de “João Cândido Marinho” é uma homenagem feita ao importante comandante militar, que em 1931 também foi prefeito provisório do município e com seus conhecimentos de engenheiro e topógrafo, elaborou e implantou o traçado das ruas”, relembra Dayse Mara, assessora da PM.

Primeira sede do 2° Batalhão da Polícia Militar de Chapecó

Além de todas as modalidades de policiamento operacional, o Batalhão também desenvolve programas sociais, como a ‘Rede de Vizinhos’, ‘Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência’ (PROERD), ‘Rede de Segurança Rural’, ‘Rede Catarina de Proteção à Mulher’, ‘Programa de Prevenção a Violência nas Escolas’, palestras educativas, ‘Programa Rede de Segurança Escolar’ e atende as mais diversas demandas da comunidade. 

Por trás da história

Ao lado de fora da escola, 14 estudantes do curso de Jornalismo da Unochapecó, orientados por dois professores, vivenciaram a experiência da prática jornalística ao acompanhar as simulações. A partir de entrevistas, gravações, cobertura fotográfica e coleta de informações, os acadêmicos enfrentaram o desafio de produzir conteúdos noticiosos de crise.

Em atividade integrada do curso de jornalismo, os acadêmicos de diversos períodos se aproximam da prática profissional

As práticas jornalísticas durante a graduação colaboram na formação de jornalistas éticos e qualificados, que saberão como agir em situações que exigem empatia e profissionalismo. A experiência desta aula integrada possibilitou acompanhar o trabalho de pessoas tão importantes, que dedicam-se diariamente para o bem da comunidade. Os policiais demonstraram muita competência e dedicação para resolver a situação, que, no caso, envolveu um ataque a uma escola. Além disso, buscaram orientar os estudantes e sanar todas as dúvidas. Certamente, foi um momento especial e marcante para todos os acadêmicos que participaram da atividade.

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Atividade realizada pelos acadêmicos de Jornalismo da Unochapecó: Ionara Virmes, Emanuele Schardong, Willian Ricardo, Carla Pereira, Emanuelli de Lima, Willian Martins, Alexandre Madoglio, Gabriel Scheffer, Nycoli Ludwing, Amanda Stulp, Angélica Albuquerque, Luana Polleto, Cláudia Eduarda e Isadora Machado.

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