“Vetores epistemológicos”: Ratos, fronteiras e o Antropoceno
DOI:
https://doi.org/10.22562/2020.52.06Resumo
O presente artigo apresenta resultados preliminares de um estudo que lanca mao das duas especies de ratos urbanos cosmopolitas – rato de telhado (Rattus rattus – Lineu, 1758) e ratazana (Rattus norvegicus - Berkenhout, 1769) – para conduzir a exploracao de problemas de pesquisa ligados ao conceito de Antropoceno. Analiso o Antropoceno em dois eixos narrativos. No primeiro, Antropoceno-como-problema, avalio a urbanizacao e suas implicacoes ambientais sob a expressao-sintese “ratos e cidades”. No segundo, Antropoceno-como-agenda, defendo a importancia da perspectiva multiespecies e sua relacao obrigatoria com a transdisciplinaridade, sob a expressao-sintese “superacao do antropocentrismo”. Sustento que a plasticidade adaptativa e identitaria dos ratos, assim como suas caracteristicas de organismos de fronteiras, credenciam esses animais como “vetores epistemologicos” capazes de conduzir leitores e pesquisadores pela teia viva e labirintos narrativos do Antropoceno.
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